Antes de começar preciso fazer dois avisos:
1. Sou um entusiastas de Senhores da Guerra, então esta resenha pode não ser tão parcial quanto eu gostaria.
2. Não gosto de Bernard Cornwell e nem da série Vikings. Então esta resenha pode não ser tão entusiástica quando você imaginou!
Confesso que, quando comprei o primeiro livro de Senhores da Guerra não estava entusiasmado. Afinal, como eu disse, não sou fã da obra de Cornwell e acabei comprando por insistência de um jogador que queria as campanhas com um tom mais “cru”. Foi uma aposta das melhores e até hoje Senhores da Guerra tem um lugar nos meus cenários.
Mas vamos ao Senhores da Guerra: Vikings.
A primeira coisa que devo dizer é que este segundo título da série (Aí, Redbox, é muito pedir um Senhores da Guerra: Celtas? Se quiserem conheço um certo alquimista bonitão que esta aí pra negócio, hein?!) encaixa-se perfeitamente ao primeiro e, se em um deles temos a visão dos britânicos, aqui vemos o outro lado da moeda, daneses de sangue quente e vontade de conquista!
O livro – e que livro – é dividido em quatro capítulos (A Era Viking, A Vida Viking, Aventuras e Combate), além de três apêndices (Glossário de termos vikings, Hierarquia e Runas) e sinceramente os dois primeiros capítulos são uma aula de história à parte! Como historiador chato, eu tentei catar o máximo de piolhos possível, mas no fim das contas apenas esbarrei nas boas e velhas muitas versões para o mesmo fato.
Mas é exatamente neste diferencial que temos um problema: sei que quanto mais rica a fonte de informações maior a possibilidade de imersão no cenário, mas aqui temos uma quantidade maciça de informação, digna de artigos sobre o assunto. Muitos termos vikings saltam ao texto dificultando por vezes o entendimento, especialmente quando falamos de um produto que, com certeza, chegará às mãos de pessoas que não possuem contato com a cultura viking.
É interessante ver que as primeiras falas de regra aparecem apenas na página 47 e apenas três páginas depois somos brindados com uma excelente regra de imersão, a wyrd, um talento possuído por alguns heróis que pode ser benéfico ou atrapalhar, dependendo de seu destino. As novas especializações são interessantes, com destaque para o Berserker, que é bem mais equilibrado do que o bárbaro do livro básico. Os pontos de saga apresentam também um enorme potencial para ser uma vedete em mesas deste e de outros cenários.
As runas são um presente à parte e sinceramente podem ser inseridas sem nenhuma dificuldade em outros cenários, integradas facilmente em qualquer outro sistema “d20like” e, ouso dizer, que em todas as minhas andanças pelas interwerbs errepegistícas nunca encontrei uma regra tão simples e funcional.
Para quem é das antigas, é impossível não fazer uma comparação de SdG: Vikings com Midgard, um RPG lançado pela Conclave em 2005 e relançado em 2011 como um suplemento para a 4ª edição de D&D, mas com exceção de algumas informações históricas e sociológicas, vemos que são dois produtos diferentes e com abordagens diferentes.
Não, querido colecionador da 3.5, ao adquirir SdG: Vikings você não vai comprar material requentado ou copiado, mas material extremamente bem feito, pesquisado e descrito, com abordagem mais histórica do que fantasiosa.
Devo salientar, porém, que para aqueles que leram e gostaram do SdG: Vikings seria bastante interessante procurar Midgard: eles são de certa forma diferentes e complementares.
A arte de Dan Ramos dispensa qualquer crítica. É excelente ver o quanto sua arte melhora a cada livro e ainda assim mantém a coesão e qualidade. Desculpe, amigo, mas qualquer coisa que eu disser a mais será afago desnecessário de ego e eu sei que você não precisa disso!
Para finalizar, uma pequena reclamação: tanto neste livro quanto no anterior senti falta de um bestiário. Eu sei que ambos possuem como base a realidade histórica e não estou pedindo monstros mitológicos ou fantasiosos, mas NPCs típicos deste tipo de aventura, animais, etc…
Senhores da Guerra: Vikings é um grande trabalho de Aquiles Fraga e Franz Andrade e se você não garantiu sua cópia corre lá seu arseling e adquira um exemplar. Você não vai se arrepender!
Notas (de 1 a 6)
Texto: 5 (Está ótimo, sério, mas pode ser enfadonho em alguns momentos.)
Conteúdo: 6 (As regras são coesas e úteis.)
Arte/layout: 6 (Vou ranquear a arte, ainda não temos o produto final em mãos…)
Nota Final: 6
Por Sérgio “O Alquimista” Gomes
Equipe REDERPG
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