As Façanhas de Fenrir (VII)

Eis que após muito tempo depois da ultima história, o velho não aparecera mais para contar as façanhas de Fenrir. O jovem curioso, por saber mais e como termina esta história vai até a casa do velho.

Era uma casa antiga, tinha um portãozinho que dava num pequeno jardim, e uns três degraus subiam até a porta principal. Duas estatuetas guardavam a porta. O jovem, se aproximou valentemente e pega as argolas, bantendo-as contra a porta. Após um tempo o velho as abre, e acolhe o jovem.

Após se apresentarem, o velho fica feliz na curiosidade do rapaz e lhe continua a história:

Parte VII: Axel. O filho do Machado

Urso agora chamado Axel, foi a terra dos Saxônios com os sete capitães do Grande Rei. Lá ele sabia que seu destino era confrontar o líder, que atualmente detinha o controle sobre os Anglos, Jutos e Saxônios. Seu nome ecoava naquelas terras como Hengist, ajudado também por Horsa. Eles eram irmãos e filhos de Wihtgils, filho de Witta, filho de Wecta, filho de Woden, filho de Frithowald, filho de Frithuwulf, filho de Finn, filho de Godwulf, filho de Geat, que , como eles dizem, era o filho de um Deus, não do Deus Onipotente e Nosso Senhor Jesus Cristo, mas sim um Deus local conhecido como Odin.

Chegando lá, o povo fica feliz em ver o filho de Axe’s que abandonara seu povo por medo. Axel encontra alguns parentes próximos, mas descobre que de seus seis irmãos, apenas um se encontra no povoado, os demais, cada um seguiu seu caminho assim como ele o fizera.

O saxão foi ter com seu irmão e conversaram muito. A ele fora contado que o filho de Hengist, ainda estava no poder das tribos próximas dali, e que Hengist tinha planos para o futuro, planos de ampliação de terras a serem dominadas. Axel pede a seu irmão para que lhe mostre o túmulo de seu pai. Disse que iria até lá reerguer o Machado.

Seu irmão disse que estava sepultado nas montanhas e assim eles subiram. O jovem estava temeroso, pois reerguer o Machado significava que Axel se autoproclamaria rei das tribos, assim como seu pai. Um direito que ele teve de fazer no passado e não o fez. Acontece é que agora Hengist estava mais forte, e provavelmente o seu povo não abriria guerra contra o soberano por motivos óbvios de medo.

No túmulo de seu pai, o saxão ora, e tira o Machado de seu pai dizendo:

– Eu sou Axel, o filho do Machado e líder desta tribo!

Todos sabiam que o Machado nas mãos de um corajoso homem, daria os poderes mágicos da realeza. E no momento em que o saxão ergue sua arma, uma luz toma conta do local e envolve o homem.

Uma nobre armadura dourada reveste Axel, juntamente com uma capa branca apenas contendo o símbolo da tribo nas costas. Todos sabem que este povo, não usar armaduras pesadas por um costume e cultura própria. As más línguas dizem que somente Odin guardava uma pesada armadura, e depois dele, apenas sete guerreiros usavam armaduras de igual porte, os guerreiros de Odin.

O saxão desce até seu povo naquele estado e todos o admiram. Uma revolução estava prestes a ocorrer.

Ora, o alvoroço chegou aos ouvidos do capitão responsável pela cidade e este mandou um recado ao filho de Hengist, e também partiu para o local a fim de ver seu novo inimigo.

Quando chegou juntamente com seus homens, logo o povo entrou dentro das casas com medo de que alguma coisa lhe pudesse ocorrer e o capitão diz:

– Quem és tu forasteiro? Não sabe que estas são terras de Hengist?

– Sou Axel, filho do machado e soberano desta terra.

– Não seja louco! Sua insanidade será punida com a morte.

O bravo saxão corre brandindo seu machado para Axel, e os sete soldados do grande rei, se preparam para uma iminente batalha. Os saxãos estavam em maioria. Axel não se movia, apenas abaixou seu elmo e esperou.

O capitão responsável deu um tremendo golpe no pescoço de Axel, golpe que arrancaria a cabeça de um leão, tamanha a força do valente guerreiro. O elmo dourado protegia esta parte, e ao entrar em atrito com o machado, apenas devolve o impacto ao atacante, e o machado se desfaz em pedaços.

Axel apenas fecha os punhos e de mãos limpas vira um gancho no pobre rapaz que cai com o maxilar quebrado.

O povo daquelas terras gostava de uma boa briga, e logo o alvoroço toma conta do povoado novamente e todos proclamam o filho do Machado como novo líder Saxão.

Todas estas coisas chegaram ao ouvido de Octa filho de Hengist, e este foram com seu exercito ver pessoalmente o inimigo. Ao chegar lá percebe que é seu irmão de criação. Hengist ao derrotar Axe’s fez questão de pegar o jovem Axel para criar e este liderou muitas terras, até mesmo causando inveja do pequeno Octa, que era menor e não governava nada. Assim que Axel foge para Bretanha, aparentemente sem motivos, Octa passa a assumir as terras e cresce em prestígio para com seu pai.

Octa chega na tribo e como se fosse um estrangeiro pede para falar com Axel. Os servos chegam até a choupana do saxão e este sai para recebê-lo.

– Então você volta as minhas terras para ser senhor? – diz Octa.

– Vim pegar de volta o que é meu, e sem a liderança de Hengist, eu sou o chefe máximo.

– Você sabe que papai não gostará disso Axel, você teve sua chance e fugiu, vamos, não briguemos saia antes que meu pai mande seu exército e te esmague.

– Ele ficaria feliz em ver a cabeça do filho entregue?

– Isto é um desafio?

Os dois pegam seus machados para iniciar o duelo de gigantes. Octa era um guerreiro a altura do pai e trazia consigo o sangue do próprio Deus Odin. Axel estava acostumado a vencer sempre. Antes do início do duelo, Octa pede para Axel retirar sua armadura e lutar como um saxão. Axel assim o faz, e com um comando mágico a armadura some de seu corpo. Os dois partem em investida um ao encontro do outro, como búfalos ferozes. A briga é equilibrada, entre o filho de Odin e o filho do Machado.

A magia do machado de Axel acaba pesando e Octa cai ferido em batalha. Axel não o mata, pois respeito o garoto e pede para o exercito levá-lo de volta a seu pai. Não houve guerra. Mesmo o povoado de Axel sendo pequeno, e contando com apenas 7 homens fortes vindos da Bretanha, Axel e seu irmão, eles não lutaram.

Dias depois o próprio Hengist com seu irmão Horsa, foi ter com o novo líder Axel. Numa sala fechada apenas com os três, eles conversaram:

– Axel, fico feliz em ter voltado meu filho adotivo. Você provou ser um bom guerreiro saxão derrotando meu capitão e meu filho. O que você pretende fazer?

– Só quero voltar a ser soberano da terra de meu pai. Da terra que você tomou Hengist.

– Você sabe que não posso perder minhas terras assim. Fique sendo meu general, o segundo em comando e tudo estará certo.

– É um questão de honra Hengist, nasci para ser senhor de minhas terras e não vassalo de ti. Mas tenho uma contraproposta muito boa a todos nós.

– Então proponha, diz Hengist se mostrando interessado.

– A Bretanha. Ela está sendo governada por Vortigern. Embora seja um tirano, é muito covarde está acuado pelos pictos e pelos escotos. Sabemos que você quer ampliar seu território e logo terá de ir para a Bretanha. Que tal?

– Pode ser, mas é uma ilha muito grande, não sei se teria sucesso se bater de frente com ela, e além do mais tem os outros reinos como você mesmo disse.

– Porque não propõe uma aliança com Vortigern? Seu exercito aliado a Bretanha, podem derrotar tranquilamente os escotos, assim como aos pictos. E em troca você ganha uma província para seu povo.

– E ele aceitaria?

– Claro! Ele está acuado por três inimigos contando você. Fazer de um desses um aliado, resolve temporariamente seus problemas. Assim você não se enfraquecesse e derrota dois inimigos futuros, restando apenas a própria Bretanha a recompensa. Você ganhará terras lá, e terá mais espaço para a procriação e montará um exercito nas terras inimigas, bastando ampliar o território restante.

– Gosto do que ouço, mas como o grande rei me receberá?

– Sou capitão real dele, posso cuidar disso.

– Então trabalha para Vortigern. De que lado você está afinal? Você vai trair seu rei?

– Não tenho rei, e estou do meu lado. Você me deixa senhor de minhas terras, o resto é entre você e Vortigern, estou apresentando soluções para os dois. A você que quer ampliar seus territórios e ao grande rei que quer sobreviver aos ataques dos elfos negros. E depois se você vai ou  não dominar aquelas terras não é mais problema meu.

– Inteligente saxão, vamos! Me leve até o Grande Rei Vortigern…

…Continua…

Tiago Alves Rafael
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