D&D 5ª Edição: Zuggtmoy: Rainha Demoníaca dos Fungos

Ao contrário de seus colegas lordes demônios, Zuggtmoy tem sido uma vilã principal de D&D por décadas.

Seu primeiro papel foi nos anos 1980. No entanto, o chamado à infâmia mais recente da Rainha Demoníaca dos Fungos foi como inimiga recorrente dos aventureiros em Out of the Abyss.

O CAMINHO PARA O TEMPLOZuggtmoy1

De todos os lordes demônios, a origem de Zuggtmoy deve ser a mais retorcida. Ela começou com The Temple of Elemental Evil – uma megadungeon que Gary Gygax começou um playtest no fim dos anos 1970. Ele queria que esse fosse o covil de dois de seus maiores vilões: A Rainha Aranha Lolth e o Antigo Deus Elemental. Mas David Sutherland usou Lolth como vilã principal da aventura Queen of the Demonweb Pits (1980), forçando Gygax a repensar suas ideias sobre o templo.

Felizmente, Gygax soube de antemão que Sutherland estava usando Lolth, e conseguiu introduzir um novo vilão em seus playtests: a rainha fúngica Zuggtmoy. Ela foi até prevista quando a primeira parte do Templo foi publicada como The Village of Hommlet em 1979. Nessa aventura tinha um escaravelho com a inscrição “TZGY” – inspirada por Zuggtmoy/Tsuggtmoy (duas variações da escrita do nome da Lorde Demônia).

A publicação do restante do The Temple of Elemental Evil ficou famosa por ter se atrasado por meia década. Enquanto isso, Zuggtmoy foi referenciada aqui e ali, criando expectativas para sua eventual aparição. As duas edições da campanha The World of Greyhawk (em 1980 e 1983) contaram de batalhas antigas no Templo e de como Zuggtmoy foi aprisionada lá. Depois o Monster Manual II (1983) a descreveu como uma das governantes do Abismo.

Com a publicação de The Temple of Elemental Evil em 1985, as promessas foram finalmente cumpridas. Jogadores podiam agora explorar na sua totalidade a gigantesca dungeon, incluindo as áreas que serviam como a prisão de Zuggtmoy. E se eles tivessem muita má sorte, eles poderiam até mesmo liberta-la, acidentalmente – como o Robilar de Rob Kuntz tinha feito durante os playtests de Gygax, seguindo a pilhagem solo dele de todo o complexo da dungeon.

Zuggtmoy foi apenas a segunda lorde demônia a aparecer em uma aventura de D&D, seguindo a estreia de Lolth em Queen of the Demonwebs Pits. Ela foi uma grande inimiga na sua primeira forma de AD&D, com 49 Dados de Vida, diversas habilidades semelhantes a magia, e até poderes psiônicos. Ela reinava sobre os fungos e tinha duas outras formas desagradáveis: uma velha e um cogumelo esférico e bulboso. Ela também foi reconhecida como governante da 222ª camada do Abismo.

Com essa notável história, seria fácil de se esperar que Zuggtmoy continuaria como uma presença poderosa no jogo após o fim da aventura The Temple of Elemental Evil. Mas ao contrário disso, ela desapareceu por uma década e meia.

ANOS PRODUTIVOS

Zuggtmoy2O papel mais importante de Zuggtmoy nos anos seguintes foi nos romances de Gord, o Ladino (1985-1988), de Gary Gygax. Isso começou com Sea of Death (1987), em que ela era uma entre muitos Lordes Demoníacos procurando o “Theorpart” – um fragmento de um lendário artefato maligno.

Enquanto na TSR, Zuggtmoy quase não recebeu atenção. Como a maioria dos lordes demônios, ela foi expulsa do jogo, com a publicação da segunda edição AD&D em 1989. Na década seguinte, seu nome voltou a aparecer, mas as referências ainda eram mínimas. O suplemento de Greyhawk Iuz the Evil (1993) detalhou rapidamente sobre a aliança entre Iuz e Zuggtmoy que levou à ascensão do Mal Elemental. Referências durante o mesmo período em Planescape eram pouco mais que alguns nomes. Pior, Planes of Chaos (1994) de Planescape doou o lar de Zuggtmoy! O Lorde Demônio parecido com limo, Juiblex, também foi colocado na 222ª camada do Abismo, misturando fungos e criaturas gelatinosas num pântano imundo.

Zuggtmoy ganhou um pouco mais de atenção em Return to the Temple of Elemental Evil (2001), uma das primeiras aventuras para a terceira edição de D&D. Essa aventura respondeu à pergunta, “O que um demônio de fungos está fazendo no Templo Elemental?” A resposta era que Zuggtmoy estava agindo como sócia de Tharizdun, o insano Deus Acorrentado. A Dragon 285 (Julho 2001) conectou a aventura adicionando mais contexto ao Templo do Mal Elemental e ao seu culto, mas Zuggtmoy era uma parte pequena disso, sumindo ante aos novos segredos do culto. De qualquer maneira, Return of the Elemental Evil marcou a nova era para os vilões clássicos, e viria a ajudar o retorno de Zuggtmoy ao âmago do conhecimento de D&D no século vinte e um.

SORTE EM SER UMA SENHORA DEMÔNIA
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Durante aproximadamente a próxima década, Zuggtmoy recebeu bastante atenção, que começou com um jogo de computador. O lançamento de The Temple of Elemental Evil pela Troika Games’ em 2003 revisitou a clássica dungeon e então Zuggtmoy ganhou um novo lugar sob os holofotes. O jogo também reimaginou Zuggtmoy como uma bela mulher fúngica – uma descrição que foi mantida para a sua próxima grande aparição na Dragon 337 (Novembro 2005). Aquele número destacou um artigo do “Demonomicon de Iggwilv” sobre Zuggtmoy, que forneceu os melhores detalhes até então da senhora fúngica demoníaca. Sua história foi organizada, seu culto descrito, e até detalharam o plano abissal conhecido como Poços de Lodo que ela e Juiblex agora dividiam. Esse conhecimento foi depois levado para o Fiendish Code I: Hordes of the Abyss (2006).

Zuggtmoy fez sua estreia na quarta edição de D&D no Demonomicon (2010). Na cosmologia de World Axis, foi o seu papel como de Senhora da Decadência e Rainha da Podridão que aumentou sua proeminência. No entanto, sua aparição mais importante na quarta edição deve ter sido na Dragon 425 (Julho 2013), em que deram mais informações do que nunca sobre o culto do Mal Elemental –solidificando toda a história por trás de Return of the Temple of Elemental Evil uma década antes.

Fazendo sua aparição na quinta edição de D&D na saga Rage of Demons com seus colegas lordes demônios, Zuggtmoy aparece em Out of the Abyss em uma nova forma como Rainha Demoníaca dos Fungos. Se sentindo mais em casa no Underdark que a maioria dos lordes demônios, ela arma planos audaciosos que ameaçam toda Faerûn – e que apenas heróis valentes podem parar.

Sobre o Autor

Shannon Appelcline tem jogado RPG desde que seu pai o ensinou o Básico de D&D no início da década de 80. Ele é o editor-chefe da RPGnet e autor de Designers & Dragons, uma publicação de quatro volumes sobre a história da indústria do RPG, contando sobre uma companhia de cada vez.

Tradução: Felipe Savino
Equipe REDE
RPG

Link para o artigo original: dnd.wizards.com/articles/features/zuggtmoy-demon-queen-fungi

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