O texto abaixo foi publicado originalmente em meu blog e, portanto, trata-se de um relato pessoal de minha ida ao XVI Encontro de RPG de Viçosa. A decisão de publicá-lo em mídias específicas de RPG se deu porque acredito que com a informação a respeito de eventos desse tipo, que dão tanto certo, isso possa fomentar a realização de novos eventos em todo o país e, principalmente, ampliar a existência de nosso hobby no Brasil. Vamos ao texto:
Retornamos ontem de Viçosa – MG, onde participamos do XVI Encontro de RPG de Viçosa, realizado no saguão da Biblioteca Central da UFV. O evento foi MUITO bom! Apesar de não ser um evento grande, foi muito divertido, agradável e, principalmente, produtivo. Vou fazer aqui um pequeno diário de viagem.
Partimos de Juiz de Fora no sábado, dia 26/03/2011, as 6:30 da manhã. Isso mesmo, quase de madrugada! E a viagem foi tranquila, apesar de bastante cansativa. A estrada, apesar de estar com asfalto novo, não é das melhores. É estreita, com muitas curvas e muito movimentada em alguns trechos. O excesso de caminhões e a quantidade de pessoas imprudentes tornaram a volta (domingo, à noite) uma das viagens mais estressantes que já fiz.
Com o trânsito intenso na estrada e obras em alguns trechos, acabamos chegando em Viçosa mais tarde do que imaginávamos. Quando chegamos o evento já havia começado e ficamos surpreendidos com tantas mesas de RPG logo cedo. De cara deu para perceber o clima do Encontro de Viçosa: fomos extremamente bem recebidos, notamos o quanto as pessoas ali realmente gostam do seu hobby e vimos que, apesar de pequeno, o evento era extremamente bem organizado.
E se eu pudesse destacar dois aspectos principais do evento, diria: organização e público.
Os organizadores estavam preparados, sabiam tudo o que ia acontecer, onde ia acontecer e como ia acontecer, sabiam responder as dúvidas e, principalmente, eram sempre (sempre mesmo) muito cordiais e atenciosos. Eu já fui em muitos eventos de RPG (jogo desde 1989 e sempre frequentei encontros, convenções etc.). Já vi eventos que tinham tudo para serem fantásticos e pecavam exatamente pela falta de organização e pela impáfia de seus organizadores. A velha história da síndrome de deus caído dos RPGistas. Mas em Viçosa o que encontramos foi exatamente o oposto. Não é atoa que o evento já existe há 16 anos!
E o público não foi diferente. Todos muito interessados em tudo. Todos querendo mostrar seus jogos sem se acharem os donos do maior RPG de todos os tempos e todos muito amigáveis e receptivos. Eu poderia puxar sardinha para o lado dos mineiros (o que eu costumo fazer mesmo) e dizer que isso era mais uma coisa típica do bom temperamento daqueles nascido nas Minas Gerais, mas Viçosa é uma cidade de estudades, que recebe pessoas do Brasil inteiro, então, não havia somente mineiros por lá.
No sábado, durante o dia, ficamos por conta do stand da Conclave e de conhecer o pessoal, conversar, apresentar nossos produtos e trocar muitas idéias. A partir das 16 horas, começamos os preparativos para as duas palestras que iríamos ministrar: RPG no Brasil e Vikings: Guerreiros do Norte. Ambas as palestras ficaram bastante cheias. Uma das organizadoras filmou boa parte delas e nos passou os arquivos. Vou selecionar os melhores trechos e editar um video, que virá para a Toca em breve.
A primeira palestra foi feita por mim e pelo Marcelo Oliveira (gerente da Conclave). Nela, contamos um pouco da conturba história do RPG no Brasil e traçamos um perfil do jogo nos dias atuais. No final, deixamos algumas pergunas no ar a respeito do futuro do RPG. O público foi bastante participativo, fazendo perguntas, dando opiniões e mostrando que estava realmente interessado em tudo o que estava ocorrendo ali.
A segunda palestra foi apenas minha, falando sobre Vikings: Guerreiros do Norte. Foi a palestra de encerramento das atividades na área interna do evento. Na palestra, procurei apresentar o cenário Vikings, da Conclave, falando sobre todo o material publicado, contando a história da ambientação e dissertando sobre os próximos lançamentos previstos. Associado a isso, dei algumas pinceladas na mitologia nórdica real e na história da Escandinávia. O público também pareceu gostar, também participou e ao final muitos nos procuraram querendo saber mais a respeito do cenário e sobre as mesas de jogo, que aconteceriam no dia seguinte.
O evento foi coroado com a apresentação, ao ar livre, de uma orquestra que tocou trilhas sonoras de filmes. Fantástico! Pena que a bateria da câmera acabou e não deu para fotografar.
No domingo o evento começou as 12h00 (uma decisão acertadíssima e que vamos repetir em nossos eventos de Juiz de Fora). Chegamos pouco antes do início do evento e descobrimos que já havia jogadores (desde 10hoo da manhã) esperando na fila para jogar em nossas mesas. Eu mestrei uma aventura para cinco jogadores e o Fabrício Camargo para quatro. Foi legal demais ver como nossas mesas foram disputadas. Aqueles que não conseguiram jogar ficaram em volta, ouvindo, conhecendo o cenário e se interessando cada vez mais. E achamos que Odin olhava por nossas mesas, pois nunca vimos tantos “20” juntos!
Ao fim do evento, depois de muitas fotos, conversas e um sem número de gargalhadas, nos despedimos com tristeza. Fazia tempo que não participávamos de um evento tão agradável e tão divertido!
Nossos agradecimentos muito especiais ao Irineu, que nos acolheu em sua casa de maneira tão hospitaleira como só os mineiros são capazes (é, puxo sardinha mesmo!), nos apresentou novos sons e a pinga com pequi (que fez o Marcelo caminhar sem rumo até a esquina); ao Vinícius (Elfo) da organização do evento, que sempre estava atento e prestativo; ao Goshai, que fez de tudo para o RPG dar mais do que certo e ao Leo, que nos convidou para o evento, fez todos os trâmites para que fôssemos e no final nem pôde ir (perdeu, Leo!). E nossos sinceros agradecimentos a todos os organizadores, participantes ou pessoas, que de alguma forma, contribuíram para que tívessemos um final de semana tão divertido!
Para ver muitas fotos do evento clique aqui.
Esperamos que eventos como esses se perpetuem no cenário nacional, pois são eles que mantêm a chama do RPG e dos jogos afins acesa em nosso país.
Por Cristiano “Cuty”
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