Este artigo da coluna Salve Meu Jogo examina o que acontece quando alguns personagens do grupo precisam de muito equipamento para manter a vantagem no combate, que os outros não possuem. O que um Mestre deveria fazer se alguns PdJ0s precisam de uma quantidade desproporcional da pilhagem? Qual é o modo mais justo, para ter certeza todo o mundo tem o que precisa?
Problema: Nem Sempre é o Equipamento
Em minha campanha atual, dois PdJs (um guerreiro/iniciado da Ordem do Arco e um guerreiro/kensai) dependem de seus equipamentos para realizarem seus feitos, e o outros dois (um monge/punho de Zouken, e um psion) não dependem. Esta situação significa que a necessidade de dinheiro não é exatamente equilibrada dentro do grupo. O monge pode sobreviver com quase nenhum dinheiro — tudo que ele precisa são dos punhos e um pouco de comida. O mesmo vale para o psion — seus poderes são inatos. (Ser um Elan facilita a vida sem dinheiro, não é?) Mas o arqueiro e o kensai realmente precisam de dinheiro para evoluir seus equipamentos de forma a poderem continuar resistindo às batalhas. Esse tipo de situação causará problemas na divisão do tesouro? — Adaptado de uma mensagem de L33tN1nJ4Sabin no fórum de D&D da Wizards of the Coast.
A distribuição de tesouros dentro do grupo é um assunto fundamental em muitas campanhas, e um assunto que o Mestre tem uma habilidade limitada para julgar. Os personagens dependentes de equipamento deveriam adquirir uma maior parte na distribuição de tesouro? Ou a distribuição deveria ser completamente imparcial? Demos uma olhada nesta pergunta por alguns aspectos diferentes.
Solução 1: Quem é Realmente Melhor?
A questão primária em um caso como esse é o quanto um certo personagem depende de equipamentos para ter êxito. Se os PdJs são privados de seu equipamento e jogados no meio de da vastidão, os monges, feiticeiros, druidas, e psions saltam repentinamente para a liderança das classes em termos de poder, porque eles podem fazer o mais com o menos. Suas características de classe não estão, a maior parte, concentradas no uso de algum equipamento melhor — na realidade, a maioria não requer equipamento nenhum. Por outro lado, pelo menos algumas características de classe de quase todas as outras classes são inúteis quando o equipamento apropriado está indisponível. Por exemplo, considere os talentos com armas do guerreiro, ou o estilo de combate do ranger, ou a habilidade do clérigo para conjurar magias usando armadura pesada, ou até mesmo o conjuração baseada em livro do mago.
Visto desta perspectiva, os personagens que não dependem de equipamento são muito mais versáteis que aqueles que dependem. Se os outros personagens quiserem ficar em pé de igualdade, eles obviamente precisam adquirir bastante tesouro para assegurar o acesso à o equipamento certo. Se, depois disso, qualquer tesouro é deixado para os outros personagens é o ponto a ser discutido.
Solução 2: Quem se Beneficia Mais?
Por outro lado, o mero fato que um personagem pode se sair bem melhor do que outros sem equipamento não significa que ele não precise ou queira equipamento para maximizar sua efetividade. Afinal de contas, todo personagem apanha em algum ponto da campanha — até mesmo o feiticeiro pixie que fica invisível e se esforça o tempo todo para ficar longe do combate corporal! Caramba, o monge do grupo será provavelmente vencido com uma maior freqüência do que o arqueiro/guerreiro só porque o monge não tem escolha, a não ser se confrontar diretamente os esmagadores do mundo dos monstros.
Por essa perspectiva, a divisão de tesouro deveria ser a mais próxima possível. Todos personagens podem se beneficiar com o tesouro, contanto que você ofereça uma seleção bastante ampla para que todos no grupo se interessem.
Solução 3: Mantenha os Tesouros Variados
O último ponto é, então. a questão fundamental — assegure-se que o tesouro inclui algo para todos na maioria do tempo. Muitos artigos mágicos são de valor universal e então podem beneficiar qualquer personagem. Só porque o monge e o psion não se interessam em uma espada larga flamejante +3, como o guerreiro se interessaria ,não significa eles estão menos interessados em um amuleto de saúde +4. De fato, os pontos de vida adicionais e o bônus no teste de Fortitude são mais importantes para o psion do que para o guerreiro, que é muito menos vulnerável nos dois aspectos. De certa forma, artigos que melhorem a habilidade de conjuração e aumentem as magias adicionais, pontos de poder, e CDs de resistência são essenciais para maximizar a utilidade de um personagem conjurador ou psiônico. E um psion sagaz que escolhe seus poderes cuidadosamente poderia até mesmo andar por ai usando uma armadura completa e um escudo. Afinal de contas, a armadura não interfere com os poderes psiônicos, e a penalidade de armadura é quase irrelevante se o psion raramente usar as perícias afetadas ou fazer jogadas de ataque. Assim, um pensamento criativo poderia levar o psion a desejar um equipamento que não seria esperado.
Igualmente, as habilidades de classe básicas de um monge são voltadas para o combate corporal, assim ele realmente precisa de uma variedade de artigos diversos para refinar seu arsenal. Ele pode usar artigos que melhorem seus ataques à distância ou concedam movimento especial. Além disso, um artigo que melhorasse as capacidades de combate desarmado (como um amuleto de punhos poderosos ou braçadeiras de golpear) seria muito bem-vindo, assim como um artigo que lhe permitisse penetrar RD (como armas que possuem tendência ou sejam feitas de materiais especiais). No mais, desde que o monge não possui a quantidade de talentos voltados para o combate do guerreiro, o seu dano desarmado pode ficar para trás se ele não encontrar uma maneira mágica para compensar. E é muito mais caro para um monge aumentar sua CA do que é para um guerreiro. Armaduras e proteções mágicas são pechinchas comparadas as braçadeiras de armadura, amuletos de armadura natural e anéis de proteção, entre outros. Visto desta perspectiva, um monge poderia precisar de mais dinheiro que um guerreiro.
Resumo
Personagens cujas habilidades não dependem de equipamento específico podem sobreviver com menos do que outros personagens e ainda agir bem. Mas se eles quiserem se destacar, eles precisam de tanto tesouro e itens mágicos como qualquer outro personagem. Assim, mesmo que o tesouro venha do saque a uma toca de monstro, ou de uma recompensa por completar uma missão, ou do corpo de um membro anterior do grupo, assegure-se que todo mundo adquira uma parte justa. É provável que artigos mágicos encontros em um PdMs ou PdJs sejam exclusivamente valiosos para alguns personagens em particular, mas outros PdJs ou parceiros podem fazer bom uso de outro equipamento da especialidade que o defunto pode provavelmente ter tido. Embora um grupo que consista em um druida, um feiticeiro, e um ladino (como descrito na mensagem de Stembolt) provavelmente não precisaria da armadura completa +1 que pertencia a um inimigo derrotado, o ladino poderia ser capaz de usar bem a corrente com cravos +2, dependendo da construção do personagem. E qualquer um poderia usar o manto de resistência, as botas de correr e saltar, a sacola útil de Heward, o cinturão dos anões, as manoplas de força de ogro, e quase tudo que o outro personagem morto tinha. Finalmente, o grupo inteiro pode sempre se beneficiar de colocar qualquer artigo não desejado no grande comércio da mais cidade próxima e assistir as peças de ouro aparecerem!
Salve Meu Jogo (Save My Game) foi uma excelente coluna no site oficial de D&D na época da 3ª Edição que infelizmente não está mais disponível lá. Na época, nós publicamos vários artigos traduzidos dessa coluna e agora trazemos essas traduções de volta no Arquivo REDERPG. “Ter ou Não Ter” foi publicada no antigo portal em 14 de julho de 2007 e teve 1.125 leituras. A tradução é de Gilvan Gouvêa.