Há muito tempo no Reinos dos Homens vivia o príncipe Collin. Ele e seus amigos partiram numa aventura para impedir que um grande mal tomasse o reino. Enfrentaram os terríveis lacaios e abriram caminho para adentrar o castelo e cumprir seus destino. Apenas um detalhe sobre Collin e seus companheiros. Eles são camundongos…
Uma Fábula sendo contada
Lançado no Brasil pela Galápagos Jogos, Mice and Mystics da PlaidHat Games (lançado em 2012) e criado por Jerry Hawtorne (será o Jerry do Tom e Jerry?), impressiona pela qualidade de seus componentes e miniaturas, sistema simples e principalmente sua história. O jogo funciona como um livro sendo contado, com um marcador de “páginas” que mostra quanto tempo para o capitulo acabar e se acabar sem conseguirem realizar os objetivos o jogo acaba…
O clima do jogo é muito parecido com a conceituada HQ Mouse Guard (que também gerou um premiado RPG de mesmo nome), onde ratinhos humanizados e com equipamentos medievais enfrentam seres que habitam as florestas, mas nessa versão enfrentam criaturas que vivem nas paredes e subterrâneos do castelo, e não falo mais da história para evitar spoilers. Quando os ratinhos entram em novo Bloco, o texto num livro de história separada diz o que está acontecendo e pode até ter uma “Hora da História”, onde a trama avança durante o jogo e eventos acontecem. A história é tão importante que alguns personagens podem não ser escolhidos por não terem ainda aparecido na história, assim como alguns itens importantes. E algumas sala especificam um item de busca para ser encontrado.
O livro básico “Tristeza e Lembrança”, tem 11 capítulos (episódios) e nas futuras expansões mais episódios contam a história de Collin. Todos os seis personagens são bem trabalhados e possuem personalidades distintas assim como poderes próprios, lembrando uma sessão de RPG. E o clima de fábula permeia todos os textos e até a arte parece de um livro de Fábulas em alguns momentos.
Rápido, pois o tempo é curto
Ao se enfrentar inimigos e ao atacar, os dados tem um lado com um queijo. Para os ratinhos esse queijo serve para evoluir o nível ou usar habilidades especiais e podem ser trocados entre eles. Mas para os inimigos, chamados de Lacaios, esse queijo vai para uma roda no contador. Ao chegar a seis queijos o tempo diminui e os inimigos que vão aparecer ficam mais perigosos e ou numerosos. E ainda uma onda de inimigos se junta ao combate! 
O tempo adianta quando um ratinho é derrotado, mesmo que ele volte depois pois foi apenas capturado pelos lacaios.
Tudo muito bonito e simples
A idade indicada para jogar Mice and Mystics é a partir de 8 anos e apesar de ter muitos componentes e tokens é um jogo para família, muito fácil de ser jogado, onde se entra no clima facilmente.
Os ratinhos podem fazer buscas nos blocos e conseguir equipamentos ou itens para ajudá-los e o sistema de inimigos precisarem ser derrotados e a Onda deles que entram lembram bem um videogame, mas esse clima não quebra a idéia de conto de fadas e nem deixa o jogo menos divertido, que é um dos pontos altos do jogo.
Ele pode ser interpretado com uma espécie de D&D, onde em vez de Goblins temos Baratas e ao Invés de Orcs, as Ratazanas. Mesmo o Dragão é mostrado na forma de Brôdi, o gato do castelo que tem ataques em área…
Os ataques consistem em rolar uma quantidade de dados equivalente ao ataque e defender com dados equivalentes a defesa. As faces dos dados contem símbolos de espada (ataque corpo-a-corpo), arcos (ataque a distancia), Espada e escudo (um acerto para ataque corpo a corpo, ou uma defesa para um defensor) e o Queijo (os ratinhos ganham um queijo, inimigos colocam um queijo na roda dos lacaios). Todas as faces possuem números (para o movimento) e podem ter um asterisco (para testes diversos).
E assim os corajosos ratos seguem em sua jornada…
Mice and Mystics é um jogo simples (mas que requer uma boa dose de estratégia para seguir em frente), divertido e para toda família, podendo ser usado como jogo de entrada para todos no mundo dos tabuleiros. Há poucos inimigos no set básico, mas eles aparecem em diferentes situações e com ações próprias no decorrer do jogo, mas nas expansões mais inimigos ou variações deles são colocados. O replay é baixo, pois jogando o livro talvez não empolgue tanto, mas as expansões com novos livros e histórias podem resolver isso.
No site da PlaidHat há duas expansões Print and Play (imprima e jogue) com Episódios Perdidos que podem ser vendidos pela Galápagos, talvez?
Duas expansões foram lançadas: Mice and Mystics: Heart of Glorm – Coração de Glorm, conta com novas variações de inimigos, um novo herói e um novo vilão, ambos com figuras e, claro, um novo livro de história.
Já o Mice and Mystics: Downwood Tales – Contos da Baixa Floresta, possui novos inimigos, três novos heróis (uma Toupeira, uma Lagartixa e um Ratinho Ranger) e seu livro de História.
Como podemos ver, haverá muitos contos para serem contados, só ficamos aguardando o quando do lançamento deles…
Resenha de Evandro Campos Silva
Notas (de 1 a 6)
– Layout/Arte: 6
– Jogabilidade: 5
– Produção: 6
Nota Final: 6
