Saudações, heróis! Enquanto estamos finalizando o trabalho do Réia: O Califado, o primeiro suplemento do cenário, vamos abordar este mês um tema comum tanto a Eurone, quanto ao Califado (e a todo o mundo de Réia): o conhecimento planar na ambientação, ou melhor, a falta dele.
Em Réia, há muito pouco conhecimento sobre os planos e viajar através deles é sempre um grande risco devido a este pouco conhecimento. Magias que possibilitam deslocamento e viagens planares são extremamente raras, exceto as magias de invocação ou expulsão.
Mas o que isto quer dizer em termos da ambientação?
Isto significa que, desde que os primeiros conjuradores na História de Réia conseguiram manipular as energias místicas do cosmo e invocar criaturas para lutar ao lado deles, que eles foram descobrindo que existem outros planos além do plano material, como os Planos Elementais, o Plano Astral, o Plano da Energia Negativa, o Plano da Energia Positiva, os Planos da Ordem e do Caos, o Paraíso e o Abismo, os Planos das divindades das diversas crenças, e qualquer outro plano que um Mestre queira acrescentar ou alterar em sua campanha.
O que os conjuradores, sábios e eruditos não conseguiram descobrir foi como os planos se relacionam, qual é a estrutura do universo e qual seria a hierarquia entre os planos (ou sequer se existe ou não uma hierarquia).
Os deuses nunca comungaram tais conhecimentos com os mortais e algumas religiões consideram a busca de tal saber uma heresia. Mesmo os elfos orientam seus conjuradores mais jovens a não buscar tal conhecimento, embora muitos sábios digam que os elfos de Hiperbórea devem ter um conhecimento planar muito maior do que qualquer um mundo, senão não teriam conseguido chegar a Réia.
Os poucos magos e feiticeiros que tiveram acesso à obscura magia contato extra-planar, uma magia tão rara quanto às de deslocamento e viagem planar, acabaram pagando um preço muito alto ao usá-la. Muitos ficaram catatônicos pelo resto de sua existência ou simplesmente morreram quando a estavam usando. Os religiosos afirmam que eles forma punidos pelos deuses (ou pelo deus único) por sua ousadia.
E o que há realmente por trás deste aspecto da ambientação?
Um dos principais diferenciais do Réia – senão o principal – é a existência no cenário de diversas religiões, com conceitos antagônicos e excludentes: a dicotomia entre politeísmo e monoteísmo, entre paganismo e as religiões que acreditam em um deus único. E naturalmente a pergunta que sempre é: como pode existir na mesma ambientação conceitos de religiões que não deveriam existir no mesmo cenário? Qual é a explicação para que todas as crenças continuem concedendo poderes a seus sacerdotes e fiéis mais devotos?
Obviamente a estrutura planar fornece uma indicação sobre isso. Eu a tenho aqui na minha cabeça, mas divulgá-la de cara para os jogadores ou para os Mestres iria tirar a graça desse conceito que até hoje só vi usado dessa forma no Réia. Eu o considero o aspecto mais original do meu cenário.
Naturalmente que você, como Mestre, tem a liberdade de criar a sua estrutura planar para a sua campanha de Réia. Mas minha dica é: não faça isso. Use o desconhecimento dos jogadores e o seu como desconhecimento dos personagens dos jogadores e dos personagens do Mestre.
Da mesma forma que o desconhecimento que temos sobre a verdade do Universo não nos impede de viver a nossa vida, o desconhecimento sobre a verdade do universo de Réia não irá atrapalhar sua campanha.
Muito pelo contrário: o mistério concede um charme a mais a esse aspecto da ambientação.
E quero garantir a vocês: um dia eu digo como é a estrutura dos planos na ambientação, em algum futuro (e ainda distante) Guia do Mestre para Réia, onde esse e todos os outros segredos serão revelados.
Réia é um cenário de fantasia medieval épica
criado por Marcelo Telles para o sistema D20
e lançado pela Editora Caladwin
(http://www.caladwin.com/caladwin/reia.mv)
Não percam, no primeiro domingo de cada mês, a coluna mensal de Reia
e participem no nosso fórum do tópico dedicado a Réia
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