Trata-se de uma das mais antigas duplas, formadas por um jogador e um PdM (Personagem do Mestre). Tal relação é um ponto de exploração em vários aspectos desde sua força sistêmica, até o quesito diversão do jogador, ou mesmo a transposição de situações interpretativas que podem ir muito além, e trazem um enriquecimento gigantesco ao jogo. Sem focar muito nos sistemas em si, vamos apresentar esses aspectos citados e exemplificá-los em alguns sistemas, trazendo junto deles o seu pano de fundo.
Podemos iniciar com os jogadores que pensam nos animais como forças auxiliares no combate, ou em casos mais extremos, sendo os companheiros um combatente mais eficiente que alguns personagens de jogadores. Os casos mais clássicos dessa relação estão no D&D em várias de suas edições, seja na figura do companheiro animal ou mesmo das montarias de Paladino, que nesse caso são o principal expoente. Analisemos o aclamado D&D 3.5 que traz regras oficiais para animais exóticos como rinocerontes e elefantes, mas não exclui grifos como Xerxes Lee, menção honrosa a uma montaria grifo de uma mesa de que participei. Porém, o arsenal não para por aí, vez que é possível possuir dragões como montaria; exemplos disso estão no cenário Dragonlance de D&D. Nem é preciso abordar as vantagens abruptas que tais montarias podiam ocasionar, se apenas o voo já era uma vantagem que suplantava a necessidade de magias ou itens mágicos para tal fim.
Há jogadores que se divertem tendo um animal sempre consigo, esses normalmente são mamíferos ou pássaros, que agregam uma nova camada de interpretação e interação, pois a única preocupação do jogador é em se divertir. Vale também destacar sua interação e importância que seu animal de estimação tem para ele, consequentemente para a campanha. Os animais enriquecem a mesa, sejam de grande ou pequeno porte, pois há histórias em que personagens podem ter um pequeno zoológico particular para a proteção dos animais que ali vivem, e apenas as situações para a manutenção de tal local já seriam motivo para campanhas inteiras. A exemplo disso, podem ser colocados seres não vivos como pequenos golens, ou mesmo seres cibernéticos em mundos mais avançados, que por entenderem a linguagem de seu dono, podem até se comunicar.
Há aqueles jogadores que possuem seus animais para que estes possam resolver situações que normalmente os seus personagens não seriam capazes de realizar ou não seriam tão eficazes. Nesse caso, os animais sempre são de utilidade, capazes de fazer algo extremamente útil ou mesmo único em alguns casos. Dentre estes exemplos, os mais comuns estão no âmbito de capacidades de locomoção como voo ou mesmo deslocamento aquático eficiente. Depois, temos exemplos como infiltração, como é o caso clássico de vampiros com Animalismo (controle e comunicação com animais) usarem ratos, por exemplo, para espionar pessoas e lhes trazer informações, ou mesmo pássaros. A gama de possibilidades aqui é realmente muito grande e se limita apenas à imaginação e à capacidade do animal.
Algo que deve ser levado em consideração é que cada um dos estilos apresentados não está totalmente apartado do outro. Um jogador pode usar seu animal das três maneiras citadas, conseguindo assim uma total eficácia e, principalmente, diversão no processo. Fica aqui a reflexão, para que um futuro personagem tenha um animal de estimação, ou um companheiro animal cheio de habilidades. Traga uma nova camada de diversão ou mesmo poder aos seus jogos.
Por André Luís Coelho Teixeira
Equipe REDERPG