Classificação de Jogadores de RPG?

É muito comum os jogadores se classificarem de acordo com o estilo de personagem que gostam de criar. Hoje trataremos duas classificações – de maneira macro – que é como elas devem ser tratadas: o jogador clássico que gosta de interpretar independente da mecânica (quase um ator), e aquele que usa as mecânicas para fazer algo otimizado o máximo possível (combeiro).

O primeiro, o ator, é focado na construção da história, sua relação com os que o rodeiam, em muitos casos, tenta entrelaçar os demais personagens em sua história de fundo, buscando profundidade para que eu seu jogo possa ter muito o que explorar, no sentido de relação com seus companheiros, assim como o cenário.

Essas construções em si podem dar um material muito rico para o Mestre e, no caso de um bom conjunto histórias dos personagens, uma ou mais campanhas podem ser entregues ao Mestre que, com seus pequenos toques, daria continuidade àquelas narrativas. Isso é muito bom, pois traz riqueza e profundidade, além de aumentar a o tempo da campanha.

O segundo, apelidado de combeiro, em muitos casos é visto com certa animosidade, às vezes, até por comunidades inteiras de jogadores. Assim como o primeiro tipo de jogador, ele também representa uma solução de problemas para alguns casos; pois há desafios que talvez o grupo esteja despreparado para encarar, não são problema para alguém que, através das mecânicas existentes no sistema, fez o melhor que podia, o que pode gerar destaque nesse quesito geralmente ligado a situações de combate.

Essa classificação de jogador força o Mestre a testar os limites mecânicos, a se aprofundar também e, muitas vezes, a sair de sua zona de conforto, assim como os demais jogadores, que podem acompanhar esse ritmo. Mas é inegável que será divertido e que os novos desafios serão mais interessantes.

No entanto, o mais importante é avaliar que um jogador não precisa ficar apenas em um destes aspectos, ele pode ser um bom intérprete e conhecer as regras o suficiente para fazer um personagem eficaz. Porém, polarizar apenas um lado pode criar situações muito discrepantes, como por exemplo, um personagem que resolve quase tudo com sua excelente interpretação, mas atrasa todo o andamento de um combate por não conseguir nem procurar suas características na ficha; ou o oposto, um personagem que faz os combates serem rápidos por sua eficácia mecânica, mas em qualquer ponto que é necessário algum tipo de interação tem que ficar uma eternidade pensando.

Indico também o artigo do link abaixo que, de maneira divertida, traz alguns tipos de jogadores e em parte foi inspiração para esta matéria:

rederpg.com.br/2012/10/05/tipos-de-jogadores

Assim, podemos concluir que essas classificações não são absolutas, por isso as colocamos em uma escala macro de apresentação. Nós precisamos interpretar o máximo possível nossos personagens, para os amarmos ou odiarmos por serem o que são, mas que teremos orgulho de construir o que queríamos que eles fossem. Isso os torna eficazes, vez que não, adianta ser um conquistador fracassado, ou ser um herói que não é capaz de acertar um ataque.

O equilíbrio nessa situação é muito bem quisto, mas caso o jogador queira polarizar, ele poderá utilizar essas duas frentes. Aos atores que estudem mecânica, aos combeiros, que leiam sobre como atuar, ou mesmo leiam mais literatura e, para ambos, olhem mais o todo, pois verão o tamanho do mundo que podemos fazer juntos, no fim RPG é um jogo de GRUPO.

André Raron Teixeira
Equipe REDE
RPG

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