FallkenBach é um RPG de fantasia sombria e nefasta, num mundo que não há esperança, a luz é pouca e a verdade relativa. Recheado de nudez, relatos de violência e uma desordem generalizada dos valores. Os desafios são muitos e a morte é quase certa.
É importante que se atente aos detalhes do livro, a arte diz muito sobre o cenário, escrito quase sempre na terceira pessoa múltipla, a fim de permitir que o leitor – narrador ou jogador – construa uma ideia do ambiente a partir de quem subjetivamente está no contexto, ou seja, quem conta a história é sempre um personagem e raramente o autor. O ambiente é sempre uma perspectiva de alguém.
Proibidos de construir fábulas, quem relata os fatos a seguir, são membros notáveis da ordem do Oráculo – uma congregação de arautos, historiadores e pensadores que carregam o ônus de reviver a memória.
O jogo em si é uma caçada entre protagonistas e um conceito etéreo e subjetivo de poder chamado FallkenBach, que em determinado momento do arco irá se revelar para seduzir e subjugar. Evidentemente, que se pode jogar simples e divertidas aventuras, mas o cenário foi primordialmente desenhado para que em alguma ocasião suas ações tenham elevada relevância na vida de outras pessoas e no compasso e ritmo da história do próprio mundo.
Como já disse um famoso arauto do Oráculo “A pulsão que conduz o herói será sua ruína”
Concepção Narrativa
Se ouvimos sempre a mesma história, os nossos recursos também são repetitivos e o RPG se torna um simples ato mecânico de rolar dados e buscar recompensas. FallkenBach é desenhando como uma forma alternativa de reconstruir os recursos narrativos de herói, que não é necessariamente ruim, pelo contrário, o jogo começa unindo os personagens entorno de uma jornada coletiva, entretanto a construção do cenário os levará à auto canibalizar os objetivos iniciais da expedição, pois Attar é um mundo egoísta, sombrio e autoritário e os personagens são parte desta cultura opressora e não estão fora desta narrativa.
FallkenBach é um RPG de narrativas do não herói, mas inequivocamente um jogo sobre personagens maus ou bons, se trata de escolher caminhos de interesses próprios ou coletivos. A escolha por se tornar protagonista, herói e personagem ilustre pode ser um risco demasiado em um ambiente que a invisibilidade é uma regra de sobrevivência.
FallkenBach é de autoria de Alonso M. Monteiro, usa o sistema FATE e tem uma arte de tirar o fôlego! O livro já está pronto e, em breve, teremos mais novidades!