Um dos diferenciais do EPIFANIA: Deuses em Nós é o fato dele ser um RPG que não usa dados, nem qualquer outra forma aleatória de verificação.
Mas como assim não usa dados? Nem cartas? Nem nada randômico? Como se verifica se um ataque acertou ou não? Um RPG sem dados ou outro fator aleatório não ficaria previsível? A graça do RPG não é justamente a emoção de se jogar um dado?
Eu penso que a “graça” do RPG é por conta de suas principais características: interpretação/representação de papéis, desenvolvimento de uma narrativa coletiva através dessas interpretações/representações e, em cenas de combate, escolhas de táticas que levem os personagens dos jogadores a sobrepujarem situações desse tipo na narrativa.
O jogar o dado seria, muitas vezes, apenas uma forma de mecanizar isso, de colocar uma certa imprevisibilidade probabilística, e de reforçar o caráter de “jogo” do RPG.
Contudo, tudo isso pode perfeitamente existir sem que se jogue um dado ou que se use algum outro fator aleatório, e ainda assim manter a “graça” e até uma certa imprevisibilidade, apenas usando interpretação, narrativa e as escolhas feitas pelos jogadores.
Mas de que maneira?
O sistema de jogo do EPIFANIA é um sistema fundamentalmente descritivo e com gasto/administração de recursos. A mera descrição resolve a imensa maioria das cenas – frequentemente com o uso dos poderes dos personagens. Nas poucas situações em que a descrição não é suficiente, é que vai entrar a matemática simples do sistema, como é o caso da maioria das cenas de combate.
Para cada situação como essas, o personagem tem um valor base para ser comparado. Caso haja resistência ou o valor base dele seja insuficiente, o jogador gasta recursos que aumentam esse valor, o que também pode ser feito pelo oponente se ele tiver recursos para isso.
Então cada jogador tem que fazer uma administração estratégica dos recursos de seu personagem, escolhendo quando e como gastá-los, além de combinar o gasto desses recursos com ideias e descrições criativas.
Assim, um gasto precipitado ou exagerado pode fazer falta logo em seguida, na continuação de uma cena, mesmo os personagens sendo obviamente extremamente poderosos e possuindo uma boa quantidade de recursos para serem gastos. Da mesma forma, poupar um recurso pode ser a escolha errada e resultar nas piores consequências logo em seguida.
Essas escolhas, que não são evidentes, podem proporcionar uma emoção análoga ao resultado de um ou mais dados sendo jogados.
Por fim, muitos podem achar que o jogo ficaria previsível, porque o Narrador saberia facilmente o limite matemático dos personagens e assim poderia colocar oponentes que, matematicamente, eles não conseguiriam derrotar, mesmo combinando seus poderes. Ora, isso pode ser feito em QUALQUER RPG, que usem dados ou não, e nem precisa ser algo ridículo como um dragão vermelho ancião contra personagens de primeiro nível em Dungeons & Dragons. O bom senso do Narrador/Mestre de Jogo é necessário em qualquer RPG, e EPIFANIA não é exceção nisso.
A diferença é que EPIFANIA, por ter uma matemática extremamente simples e um foco narrativista, induz o Narrador a praticamente só se preocupar com a história e não com a mecânica de jogo, mas isso é tema para outro futuro artigo sobre o EPIFANIA: Deuses em Nós.
Quer saber um pouco mais antes dos próximos artigos? Baixe agora o PDF de playtest aberto do EPIFANIA e a ficha de personagem que estão no link e na imagem abaixo e descubra!
EPIFANIA: Deuses em Nós é um RPG multigênero e sem fatores randômicos, um RPG que não usa dados nem qualquer outro acessório que os substitua. Nele cada jogador encarna um deus que foi aprisionado no Simulacro, uma existência mortal onde ele reencarnou por centenas de anos ignorando sua verdadeira natureza e poder, a mais perfeita prisão sem grades. Os personagens dos jogadores estão despertando ou despertaram recentemente de seu aprisionamento, e agora querem ascender e reaver o seu lugar no Multiverso.
Este é o novo RPG de Marcelo Telles (Crônicas da 7ª Lua, Reia e Conspiração do Amanhecer), criador e Coordenador da REDERPG, que será lançado em financiamento coletivo pela New Order Editora.
A imagem, arte, logo e design do playtest de EPIFANIA são de Diego Silva.
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