Prime Directive, o clássico RPG de Star Trek! (resenha)

Para qualquer Trekkie de coração, lembrar de Jornada nas Estrelas (Star Trek) é lembrar da Enterprise viajando majestosa pelo espaço escuro, perigos no vácuo e encontros com o desconhecido. Mas para aqueles que se lembram dos efeitos hoje tão datados da série original, uma outra lembrança vem: a de Kirk, Spock e uma dupla de camisas vermelhas se teleportando para a superfície de um planeta qualquer, e enfrentando os perigos que lá encontravam com um tricorder, um phaser, e uma boa dose de coragem e sorte.

Para esses últimos, Prime Directive é o seu jogo!

O JOGO

Prime Directive (PD) é um RPG de 1993, lançado pela Task Force Games. O jogo é baseado principalmente no universo de Jornada nas Estrelas, em especial o momento situado no período da Série Clássica, onde Klingons e Romulanos ainda são ameaças claras, e a Federação Unida dos Planetas ainda está se estabelecendo como uma potência galática. Não é um jogo para quem não conhece o cenário, já que boa parte das referências internas são puramente resumidas para criação de personagens, e pouco ou nada é discutido para o cenário em si.

O SISTEMA

Prime Directive utiliza um sistema de rolagens com dados de 6 faces, e um esquema variável de sucessos, chamado de Tricode (Hein? Entendeu?), onde se estabelece os números que um teste precisa alcançar para ter um sucesso Mínimo/Moderado/Completo. Uma falha é o que acontece quando o valor Mínimo não é alcançado, e uma Falha Crítica é quando o melhor resultado na rolagem é igual ou menor à metade do valor mínimo. Modificadores positivos ou negativos podem afetar todos ou alguns desses fatores, tornando todo o Tricode mais fácil ou mais difícil, ou apenas permitindo mais facilidade em um sucesso marginal. Um ponto muito interessante é a customização de personagem, que permite a um jogador, com a utilização de pontos baseados em sua Reputação Heróica e Background, desenvolver habilidades/perícias que não estavam na ficha até um ponto de necessidade… o que deu um sabor especial aos personagens, muito similar ao seriado de TV em que o jogo se baseia. E tabelas. Muitas tabelas.

O CENÁRIO

Como dito antes, o cenário é o universo Trekker, com uma alteração muito importante para a verossimilhança das ações. Ao invés de os oficiais mais graduados de uma nave descerem em missões arriscadas na superfície de um planeta/asteróide/seja lá o que for desconhecido, uma equipe de elite, chamada de Prime Team na Federação (cada raça alienígena possui um conceito similar com nomes personalizados), é enviada. Essa equipe será formada por oficiais capazes de uma variedade de perícias diferentes, maximizando o que o time pode fazer enquanto minimiza o número de especialistas necessários. Essa formação mínima pode, é claro, ser complementada por especialistas extras, caso a missão requeira (e a mesa composta por mais ou menos jogadores). Se por um lado isso permite aos jogadores a experiência típica de uma aventura, também tira deles, inicialmente, o sabor de ser um oficial da Ponte de Comando de uma nave estelar… algo que posteriormente viria a ser complementado em suplementos dedicados ao jogo.

O LIVRO

Em formato A4 com capa mole, o livro é dividido com clareza em sessões bastante específicas… com tabelas, muitas tabelas. Equipamentos, listas de armas, perícias, bônus e penalidades… bem no estilo de muitos jogos mais crunchy da época de 1990. Dois exemplos de aventura com dicas, e uma lista de personagens prontos de diversas raças (um Prime Team já composto) ajudam bastante a marinheiros de primeira viagem.

Por Rafael Ramos Blanco
Equipe REDE
RPG

NOTAS (de 1 a 6)
Layout/Arte:
3 (Preto e branco, com traços crus. Nada de bonito/feio, com diagramação simples.)
Texto: 4 (O texto é bom, e os exemplos são bem-vindos, com um tom informal bastante simples. Porém, a falta de um glossário, e o número enorme de siglas em estilo militar, acaba fazendo com que o texto fique pesado.)
Conteúdo: 4 (Básico para se jogar, deixando claro que a cor do jogo, e o cenário, cabem ao jogador conhecer.)
NOTA FINAL: 4 (Para fãs, é um jogo que vale a pena conhecer. Para não-fãs, é mais fácil adaptar o cenário para um sistema favorito. )

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