Saudações! Desde quando foi lançado, no já longínquo ano de 1979, Alien, O Oitavo Passageiro, já se tornou um clássico moderno na ficção científica e do terror com seus ambientes claustrofóbicos, interações humanas e seu antagonista. Criado pelo pintor surrealista H. R. Giger, o Alien se revelou a personificação do pesadelo e uma das mais conhecidas criaturas fantásticas do cinema, gerando outros filmes e inúmeros produtos, sendo um deles o livro que traz a novelização do primeiro filme escrito por Alan Dean Foster e publicado pela editora Aleph.
Como no filme, o livro começa quando a tripulação da Nostromo é acordada pelo computador da nave e segue em um ritmo crescente. Com 304 páginas subdivididas em 13 capítulos a leitura é agradável e em diversos momentos o texto consegue prender o leitor em um suspense que só vai se resolver, e algumas vezes aumentar, no capítulo seguinte. Quanto à história, ela é fiel ao filme em seu núcleo, com várias pequenas alterações e adaptações.
Entre as mais notáveis mudanças está no fato que no livro nada é dito do Space Jockey. Talvez um dos pontos mais intrigantes do filme foi simplesmente suprimido o que, como fã do filme, me decepcionou. Para quem não o conhece, o Space Jockey é encontrando por Dallas, Kane e Lambert quando esses exploram a nave alienígena e é um grande humanoide ao que parece em uma poltrona de comando, morto já há muito tempo com ferimentos que sugeriam que algo saiu do seu peito. Essa simples cena rendeu muitas teorias e discussões ao longo dos anos e suas ideias foram utilizadas no recente Prometheus.
Outro ponto de alteração, e esse eu gostei, foi mais perto do fim, quando Ripley, já em fuga, encontra o que restou de Brett e Dallas, este ainda vivo e suplicando que ela o mate. Essa cena realmente chegou a ser filmada, mas foi cortada na edição final e pode ser encontrada como extras em algumas edições especiais do filme em disco.
Além desses desvios da história, existem muitos outros de menor importância, muitos que entendo necessários para a novelização, como um bem-vindo maior detalhamento do planeta e das relações entre os personagens, e outros nem tanto, como a mudança do local da morte de Kane (no filme foi em cima da mesa do refeitório, no livro em sua cadeira), a menção da existência de pistolas laser e a maneira como Ripley finaliza o Alien.
No final o livro conta ainda com uma entrevista da protagonista Sigourney Weaver e do diretor Ridley Scott dada em 1984 e muito interessante, especialmente para fãs da série Alien.
Alan Dean Foster é um escritor norte-americano de ficção cientifica e fantasia especialmente famoso por novelizações de roteiros de filmes, como os filmes da série Alien, Star Wars, Star Trek e Exterminador do Futuro, entre outros, além de autor dezenas de romances, sendo o seu mais notório trabalho os livros do universo Humanx Commonwealth.
A novelização do filme Alien, O Oitavo Passageiro é uma obra interessante e que é capaz de acrescentar novas informações e perspectivas para os fãs do filme de 1979, mas traz em seu corpo uma série de mudanças, várias pequenas, outras nem tanto, que podem não agradar os admiradores mais afincos da obra cinematográfica.
Por Kubiach
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