Mestrar um jogo de D&D sempre soava assustador para mim. “Não é qualquer um que pode ser um Mestre de Jogo,” eu tinha ouvido alguém falar. “É preciso muita preparação e experiência.”
Eu sou uma jogadora relativamente nova de D&D, mas venho pensando há muito tempo sobre me tornar uma Mestra de Jogo. Eu tenho coletado aventuras desde minha adolescência, mas antes do predomínio do Google, eu não tinha certeza do que fazer com elas e eu era muito tímida para perguntar.
Recentemente, mais e mais dos meus amigos têm mostrado interesse em aprender a jogar. Tal como eu, eles sentiam-se intimidados por não saberem as regras ou como interpretar um personagem. Sendo um grupo de pessoas relativamente tímidas, jogar com estranhos soou ainda mais intimidador para nós. Então eu decidi que, mesmo eu sendo apenas uma jogadora novata, eu aprenderia como ser uma Mestra de Jogo.
PRIMEIROS ENCONTROS
A primeira coisa que fiz foi me juntar a uma campanha em andamento a fim de melhor aprender as regras de D&D. Eu fui no website da Wizards of the Coast e encontrei uma noite de D&D Encounters na loja de jogos da minha vizinhança. Juntar-se a uma mesa cheia de desconhecidos pode ser desafiador para uma pessoa tímida, mas valeu a pena! O grupo era muito amigável e hospitaleiro, tanto para mim quanto para minhas miniaturas de elfos. Os outros jogadores explicaram alegremente as regras ao longo do caminho que nós percorremos em uma série de aventuras semanais de duas horas. Eu fiz alguns novos amigos e, após alguns jogos, eu comecei a entender a mecânica do jogo e as ações por turno.
Eu também comecei a ver os jogos no canal de D&D da Wizards of the Coast no Youtube para ter uma ideia melhor dos diferentes estilos de Mestre de Jogo. A internet tem sido um grande recurso para achar dicas de Mestres para novos jogadores. Eu também recebi um monte de dicas ao procurar por outros Mestres de Jogo e perguntar a eles como conduzem seus jogos.
JOGANDO A INICIATIVA
Quando me senti confortável, eu marquei minha primeira noite de jogos com o meu grupo. Eu comecei com o meu jogo de tabuleiro da Wizards of the Coast favorito – Dungeon! – que pra mim parece D&D para as pessoas que nunca jogaram antes. Este jogo é uma excelente introdução às mecânicas de jogar dados, ações e ordem por turno, e aos conceitos de pontos de vida e classe de armadura. Guerreiros nesse jogo têm uma classe de armadura relativamente baixa, então eles não têm muita chance contra monstros de nível alto, mas eles precisam da menor quantidade de pilhagem para vencer. Eu também vejo o jogo como uma maneira de pouco risco para os meus amigos tímidos começarem a imaginar a si próprios como seus personagens, sem ser esperado que “interpretem”.
Após essa primeira sessão, nós nos encontramos na semana seguinte para jogar a aventura A Mina Perdida de Phandelver do D&D Starter Set. Houve alguma incerteza no início. Como seria interpretar? Como as regras funcionam? Eu apresentei aos meus amigos as fichas dos personagens prontos, um conjunto completo de miniaturas, imagens florestais de Forgotten Realms, mapas de florestas para miniaturas, e trilha sonora de fantasia. Eu queria que a experiência fosse visualmente atraente e imersiva. Após escolherem seus personagens, eu fiz todo mundo se apresentar e decidi como suas histórias pregressas estavam conectadas. Em seguida, nós começamos a nossa aventura. Foi emocionante levar os meus amigos através da exploração de masmorras em uma caverna infestada de goblins e vê-los derrotarem o chefe goblin.
RECOMPENSAS E EVOLUÇÃO
Um truque que aprendi das noites dos D&D Encounters foi terminar a sessão logo após um novo gancho de aventura ter sido colocado, para atrair os jogadores para o jogo da próxima semana. Eu também aprendi a importância de encorajar jogadores tímidos a correr riscos em suas tomadas de decisões. Eu penso que o D&D é um ótimo meio para jogadores terem iniciativa, buscarem papéis de liderança, e correr riscos para atingir objetivos que eles poderiam fugir na vida real. Este sentimento de realização pode influenciar a maneira como eles se sentem em suas vidas cotidianas.
Meu primeiro jogo como Mestra me deixou a impressão de que eu precisaria me preparar mais no futuro. Teria sido muito mais fácil conduzir o jogo se eu conhecesse os ganchos de aventura e os personagens um pouco melhor antecipadamente. Não foi um jogo perfeito, mas foi muito mais acessível aos jogadores do que eu havia imaginado. Minha maior conclusão dessa experiência foi continuar trabalhando nisso, e não me sentir intimidada pelo meu status de novata como jogadora e Mestra de Jogo. Eu não fui a Mestra de Jogo perfeita na minha primeira tentativa, mas eu vou continuar trabalhando nisso. Felizmente, meus amigos estão ansiosos para explorar as possibilidades criativas que D&D tem para oferecer, e outra noite de aventura em alta fantasia se aproxima.
Sobre a Autora
J.M. trabalha na produção de vídeo na Wizards of the Coast. Suas aventuras de D&D são inspiradas na arte de Dave Trampier e a arte fortemente direcionada para uma escala em miniatura. Suas paixões são fazer animações, encorajar jogadoras e alfabetização midiática.
Tradução: Marcelo Telles
Coordenador da REDERPG
Link para o artigo original: dnd.wizards.com/articles/features/behind-screens-firstdm