D&D Next: Mitologia dos Monstros

Apesar dos monstros terem adorado muitos deuses ao longo dos anos, Tiamat foi a primeira.

Tiamat fez um grande retorno em Tyranny of Dragons, mas divindades monstruosas tem sido um ponto elemental de D&D desde seus primeiros dias. Houve três grandes fontes para deuses de monstros nas décadas de 1970 e 1980: os dragões, os demônios e os diabos, e o mundo de Greyhawk. Desde então, as divindades monstruosas têm proliferado.

AS PRIMEIRAS DIVINDADES DRAGÕES: 1975–1987

Você não vai encontrar nenhuma referência a divindades nem em Chainmail (1971) nem no primeiro D&D (1974). Ao invés, eles silenciosamente deslizaram para dentro do jogo no Supplement I: Greyhawk (1975). Lá, os dragões adquiriram dois senhores. O dragão de platina, “rei dos dragões leais (e neutros),” era dito que eles viviam em “um grande palácio atrás do vento leste”; enquanto o dragão cromático, “rainha dos dragões caóticos,” não recebeu nenhum detalhe geográfico, mas muitas descrições — revelando ela como uma criatura de cinco cabeças, marcadas com as cinco cores dos cinco dragões caóticos, e com a cauda de um wyvern.

Esses dois soberanos dracônicos retornaram no AD&D Monster Manual (1977), que dava mais descrições e incluíam seus nomes: Bahamut e Tiamat. Apesar de continuarem sendo descritos como monstros, se tornou óbvio que esses dois soberanos eram na verdade divindades dracônicas, enquanto Tiamat era apresentada como a governante da primeira camada dos Nove Infernos. Bahamut teve que esperar até o Manual of the Planes (1987) para receber uma casa definitiva e deificada, mas a espera valeu a pena, por que ele recebeu duas: uma nos Sete Paraísos, e uma no Plano do Ar.

Ambas essas divindades dracônicas receberam uma boa atenção através dos anos 1980. Tiamat apareceu como um vilão recorrente no desenho animado de Dungeons & Dragons (1983–1985) (Nota do tradutor: O autor refere-se ao Caverna do Dragão). Enquanto isso, tanto Bahamut quanto Tiamat apareceram proeminentemente nas aventuras das Dragonlance Chronicles (1984–1986) sob os novos nomes de Paladine e Takhisis. As últimas duas aventuras da Chronicles até mesmo clarificaram as divindades: em DL13 Dragons of Truth (1986) os heróis viajam para o Palácio Brilhante de Paladine, enquanto em DL14 Dragons of Triumph (1986) eles invadem o Templo de Takhisis.

Após os anos 1980, Bahamut e Tiamat continuaram a aparecer em uma variedade de livros de monstros e deuses, mas eles não alcançaram mais a proeminência que tiveram nos anos 1980. . . até agora.

Nesse meio tempo, muitas outras divindades de monstros surgiram.

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OS SENHORES ABISSAIS: 1976–1997

Os príncipes demônios foram o segundo conjunto de divindades monstruosas a aparecer em D&D. Eles se revelaram primeiro no Supplement III: Eldritch Wizardry (1976), que detalhou Demogorgon e Orcus. O AD&D Monster Manual (1977) complementou o número de príncipes demônios como Juiblex e Yeenoghu e também estrearam os Arqui Diabos: Asmodeus, Baalzebul, Dispater, e Geryon. Muitos outros apareceram ao longo dos anos, desde os demônios Baphomet, Fraz-Urb’luu, Graz’zt, e Pazuzu e os diabos Belial, Mammon, e Moloch—todos aqueles que foram vistos em Monster Manual II (1983).

Exatamente como as divindades dracônicas tiveram um papel importante em Dragonlance, o Lorde demônio Orcus teve sua primeira chance de brilhar em outra das clássicas aventuras de AD&D. Apesar da série Bloodstone Pass (1985–1988) começar como uma aventura militar que destacou o Battlesystem (1985), ela terminou com os personagens enfrentando Orcus e roubando sua varinha!

Infelizmente para aqueles que gostaram desses monstros, demônios, diabos e suas divindades enfrentaram um revés com a publicação da segunda edição do AD&D (1989). Eles não apareceram até o MC8: Monstrous Compendium Outer Planes Appendix (1991) e então seus nomes mudaram: os demônios se tornaram tanar’ri e os diabos se tornaram baatezu.

Nos dias tardios da segunda edição, eles tiveram um papel maior graças ao Planescape Campaign Setting (1994). Hellbound: The Blood War (1996) revelou uma antiga rivalidade entre as raças abissais, enquanto Faces of Evil: The Fiends (1997) proveram mais detalhes sobre diabos, demônios, e seus senhores. Então Dead Gods (1997) sacudiram as coisas quando a deusa drow Kiaransalee matou Orcus, que renasceu como Tenebrous!

Dead Gods foi uma deliciosa mistura de múltiplas divindades monstruosas que mostrou o como elas se tornaram importantes para a mitologia do D&D nas duas décadas que se seguiram a evolução. Enquanto a Kiaransalee, essa não foi a sua primeira aparição: nós retomaremos a isso após uma breve excursão pelo mundo de Greyhawk.

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OS DEUSES DO MAL DE GREYHAWK: 1976–2000

O mundo de Greyhawk foi a Terceira maior fonte de divindades monstruosas para o jogo do D&D. A afinidade das divindades do mal com esse cenário data dos dias ancestrais da campanha de Castle Greyhawk do Gary Gigax, aonde os jogadores acidentalmente despertaram o semideus malevolente Iuz – que havia sido aprisionado pelo mago louco Zagig. Similarmente, muitos dos lordes demônios do Monster Manual II (1983) vieram da Aventura de Gary Gygax, The Forgotten Temple of Tharizdun (1982).

Pelo menos uma meia-dúzia de outros importantes vilões e divindades monstruosas apareceram nos suplementos de Greyhawk dos anos 1970, 1980, e 1990; hoje em dia, eles continuam sendo algumas das mais evocativas entidades do folclore de D&D.

Lolth, a deusa aranha dos drow, foi a primeira divindade do mal a aparecer em suplemento impresso de Greyhawk. Ela foi mencionada pela primeira vez na série de aventuras Descent (1978) e então finalmente veio totalmente ao palco em Queen of the Demonweb Pits (1980). Desde então ela se tornou uma das mais conhecidas divindades de monstros do D&D—principalmente nas histórias de Underdark, do cenário Forgotten Realms. Ironicamente, Lolth não deveria ser a maior vilã na série GDQ: Parece que o Deus Elemental Ancião estava escalado para o papel, mas as coisas mudaram quando Dave Sutherland pegou para escrever a Q1.

Zuggtmoy, a deusa fungos, é melhor conhecida como a grande vilã de The Temple of Elemental Evil (1985), apesar de mais uma vez Gary Gigax ter pretendido aparentemente usar o Deus Elemental ancião. Entretanto, as coisas mudaram e a aventura passou para as mãos de outro criador – dessa vez Frank Mentzer. Zuggtmoy nunca mais teve outros papéis principais, mas apareceu em diversos outros artigos e códices ao longo do ano.

Tharizdun, um deus lovercraftiano do Nada, estreou em The Forgotten Temple of Tharizdun (1982). Ele não voltaria a ser proeminente até a era da segunda edição do AD&D.

Iuz, o semi-deus cambion, fez sua primeira aparição na Dragon 67 (Novembro 1982), que detalhou sua história e estatísticas. Apesar de ser mencionado em The Temple of Elemental Evil (1985) e nos romances de Gord the Rogue (1985–1988), ele se tornou ele mesmo apenas na era de Greyhawk’s From the Ashes (1992–1993). Foi quando ele recebeu seu próprio país, conforme detalhado em Iuz the Evil (1993).

Iggwilv, a mãe bruxa de Iuz, foi mencionada pela primeira vez em The Lost Caverns of Tsojcanth (1982) aonde outra de suas crianças apareceu: a vampire Drelzna. Iggwilv permaneceu quase que totalmente por baixo dos panos por décadas, mas ainda assim foi um nome que muitos jogadores reconheceram.

Vecna, o lich caolho e maneta, teve sua primeira alusão em Supplement III: Eldritch Wizardry (1976). Entretanto, ele finalmente apareceu em algumas aventuras dos tempos da segunda edição: Vecna Lives (1990), Vecna Reborn (1998), e Die Vecna Die! (2000). A última foi uma notável Aventura por que Foi o gran finale para a segunda edição do AD&D, e que apresentando tanto Iuz como Vecna como vilões — fazendo o maior encontro das divindades monstros da história do D&D.

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CODIFICANDO A MITOLOGIA: 1980–1992

As divindades monstruosas que apareceram durante os anos 1970, 1980, e 1990 foram divididas: deuses demoníacos, diabólicos e dracônicos poderiam ser encontradas em vários Manuais dos Monstros, enquanto os deuses malignos de Greyhawk apareceram espalhadas em numerosas aventuras. Entretanto, algumas outras tentativas de detalhar as divindades monstruosas apareceram ao longo dos anos.alumni_monsters_4

Isso começou com o Divindades e Semideuses do AD&D (1980). Apesar do livro se focar apenas em panteões históricos, Lawrence Schick detalhou um grande número de divindades monstruosas. Lolth reapareceu, e uma grande variedade de divindades humanoides foram reveladas pela primeira vez, incluindo Vaprak, o deus dos ogros, e Gruumsh o deus dos orcs.

Roger E. Moore então escreveu uma série de artigos para a Dragon 58–63 (fevereiro – julho 1982) que focou em divindades humanoides e semi-humanas. Novos deuses apareceram para os kobolds, orcs, goblins, hobgoblins, e gnolls.

O maior suplemento para divindades monstruosas foi o livro de Carl Sargent apropriadamente chamado de Monster Mythology (1992). Apesar dele não trazer divindades abissais nem os deuses malignos de Greyhawk, quase todo mundo estava lá. Entre os nomes que apareceram estavam Bahamut, Tiamat, Kiaransalee (a futura assassina de Orcus), Gruumsh, Vaprak, e muitos outros.

Se for para prestar atenção nas divindades da era AD&D, as batalhas divinas de Dead Gods e Die Vecna Die! são dois bons livros, e Monster Mythology, com sua coleção de quase uma centena de divindades monstruosas, claramente seria o terceiro livro.

DIVINDADES DOS DIAS ATUAIS: 2000 ATÉ O PRESENTE

Durante a era da segunda edição de AD&D (1989–2000), uma mitologia que data da década de 1970 finalmente foi reunida em um rico e expansivo todo. Desde então, as divindades monstruosas de D&D tem sido extensivamente referenciadas e ocasionalmente usadas em aventuras.

Nos dias da terceira edição de D&D, divindades monstruosas apareceram em diversos suplementos importantes, incluindo Divindades e Semideuses (2002), Crenças e Panteões (2002), Book of Vile Darkness (2002), Libris Mortis (2004), Livro Completo do Divino (2004), Fiendish Codex I: Hordes of the Abyss (2006) e Fiendish Codex II: Tyrants of the Nine Hells (2006). Enquanto isso, Elder Evils (2007) apresentou novas entidades alienígenas monstruosas, para expandir o mundo das divindades monstruosas, enquanto “The Demonomicon of Iggwilv” (2005–2009) descreveu extensivamente muitas divindades abissais nas revistas Dragon e Dungeon.

Divindades monstruosas também apareceram na terceira edição de D&D em uma série de nostálgicas aventuras. Expedition to the Demonweb Pits (2007) apresentou Lolth, enquanto Expedition to the Ruins of Greyhawk (2007) incluiu tanto Iuz quanto Iggwilv. A mais interessante aventura deificada da terceira edição foi Return to the Temple of Elemental Evil (2001), que agora era estrelada por Tharizdun. Nessa aventura, o Deus elemental ancião finalmente apareceu… para ser revelado como uma máscara para Tharizdun, não uma entidade própria.

D&D quarta edição incluiu uma das maiores campanhas de deuses já feita. Orcus estava de volta para ser o inimigo definitivo do mago Mammoth na trilha de aventuras de 9 livros “HPE” (2008–2009), que terminou com Prince of Death (2009).

Finalmente, com a 5º edição, estamos de volta ao básico: Tiamat foi a primeira divindade monstruosa a aparecer em Supplement I: Greyhawk, e agora, ela é a mais recente monstruosidade novamente, graças ao seu papel de destaque em na série de aventuras Tyranny of Dragons (2014).

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Com a sensação clássica da 5º edição, poderiam outras divindades monstruosas estar esperando além da curva? Só o tempo dirá.

 

Por Shannon Appelcline
Tradução: Jorge Caffé
Equipe REDERPG
Publicado originalmente em: http://dnd.wizards.com/articles/features/monster-mythology

 

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