Marcos Macri é um dos maiores designer de jogos de tabuleiro do Brasil, não somente pela quantidade de jogos já publicados, que veremos mais a seguir, mas também pela qualidade dos seus jogos.
Tive o prazer de conhecê-lo e entrevistá-lo para o O.D. (veja o vídeo abaixo), e além de ser uma pessoa que admiro e respeito, ele é um designer que, em cada um dos seus jogos, consegue apresentar temáticas e mecânicas interessantes.
Dentre os jogos feitos por ele temos: Pássaros, O Vale dos Monstros, Piro, Viajantes, Gran Circo (que terá, após votação dos internautas, uma re-impressão), Viagem no Tempo, Dogs, OVNI e Shazam.
Tive a oportunidade de presenciar o lançamento dos jogos, Dogs (em que os jogadores são donos de canis e tem que recolher os cachorros perdidos e abandonados pela cidade e campo) e OVNI (em que os jogadores são civilizações alienígenas competindo pelo “domínio” da humanidade). Esse ano ele está com seu novo lançamento: Shazam (que ainda está a venda no site da MS Jogos: www.msjogos.com.br).
Trata-se de um jogo em que os cavaleiros percorrem o reino atrás de pistas para derrotar Torak, o feiticeiro maligno, que sequestrou a princesa Elizabeth, cabendo somente a 1 dos 4 cavaleiros ser o verdadeiro salvador do reino ao resgatar a princesa das mãos do mal.
Apesar de ser um jogo dividido em 2 partes (que não significa que é bom ou ruim, mas sim que a “resolução” do jogo segue por um caminho em que mesmo indo muito bem na primeira parte não é a garantia de vitória) ele tem fácil compreensão e é, ao mesmo tempo, um jogo com boa estratégia à medida que você, enquanto cavaleiro e “detetive”, tem que saber como utilizar seus recursos, desde as cartas de dinheiro para “comprar” pistas e andar na trilha especifica, às fichas de terreno, que permitem acesso as cidades do reino de Shazam; e também o posicionamento nas trilhas de procura dos artefatos, que seria em qual parte da mesma você planeja parar e assim usar o “bônus” da mesma.
Embora essas partes apresentem bom desenvolvimento e estratégia, o jogo deixa a desejar tanto na parte de ilustrações quanto na parte gráfica. Não vejo problemas em os cavaleiros serem a miniatura usada para representar o personagem Aragorn no jogo do Senhor dos Anéis (FOTO) afinal de conta Aragorn seria uma boa personificação de cavaleiro, mas a impressão por demais escura (tanto do tabuleiro quanto das peças dos tokens do jogo), a gramatura do papel das cartas (que devem ser embaralhadas pelo mais uma ou duas vezes durante o jogo) e as ilustrações gerais mereciam um pouco mais de atenção. O jogo se torna um pouco difícil de identificar as “áreas de terreno”, pois as peças impressas estão em um tom escuro (ou “apagado”) o que torna o trabalho, que sempre foi de primeira qualidade da MS Jogos, algo com um acabamento que não agradou a todos aqui.
No mais, Shazam é um jogo em que você pode apresentar a não jogadores e utiliza algo que achei fantástico: a questão que TODOS podem perder o jogo!
Pois, se na segunda parte do jogo, na hora da resolução das provas, nenhum dos cavaleiros conseguir terminar a fase, todos perdem, e assim sendo o jogo acaba e não há nenhum ganhador! Então temos consequências desastrosas para o reino: a princesa não é salva! Claro que é algo raro ou até improvável, mas só a possibilidade disso acontecer (mesmo que seja um tiro longo) é algo diferente nos jogos estilo euro que tenho conhecimento.
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Notas (de 1 a 6)
– Layout/Arte (visual, diagramação, projeto gráfico, ilustrações, etc): 2
– Jogabilidade (a qualidade do jogo em si em termos da facilidade e prazer de jogá-lo, clareza das regras, etc): 4
– Produção (qualidade do material usado, das peças, do tabuleiro, etc): 3
Nota Final (médias das três notas, arredondada para cima ou para baixo): 3
https://www.youtube.com/watch?v=8r6mG8NEYsE
Por Fábio Ribeiro
Equipe REDERPG