O clã Aranha não pode ser considerado um dos grandes clãs de Rokugan, inclusive por não pertencer ao império, mas por sua relevância na história recente do império, apresentamos a história deste que é o mais controverso dos clãs para fechar a série de matérias sobre os grandes clãs de Rokugan.
CLÃ ARANHA (SPIDER)
Visão Geral
O autointitulado clã Aranha é único entre todos os clãs de Rokugan, uma vez que foi criado sem a anuência do imperador, e não é considerado um clã pelo restante do império. Não que os membros do clã Aranha se importem com isso, uma vez que não reconhecem a autoridade do imperador e são fiéis aos ideais do fundador do clã, Daigotsu o senhor das Shadowlands, e veneram o kami negro Fu Leng.
Este clã é formado pelos Perdidos (também chamados de Akutsukai, ou servos do mal), rokuganis que foram corrompidos pelo Taint da Shadowlands. Após a Batalha do Portão do Limbo, seu número cresceu muito na Shadowlands, e um ser poderoso chamado Daigotsu os reuniu sob seu comando. Sob sua liderança, eles construíram a Cidade dos Perdidos, um reflexo distorcido de Rokugan, onde ele era o imperador e seus “samurais” lhe deviam tanta fidelidade quanto os rokugani deviam a seu imperador.
No entanto, Daigotsu sofreu diversas derrotas ao longo dos anos, inclusive sendo usurpado de seu poder sob os Perdidos pelo líder dos Oradores do Sangue, Iuchiban. Após se recuperar, Daigotsu começou a repensar seus objetivos e métodos. No ano 1168 ele enviou Daigotsu Soetsu até a corte imperial com uma requisição surpreendente, ele pedia para que os Perdidos pudessem formar um grande clã. Como esperado, sua requisição foi completamente rejeitada pela corte, mas criou uma grande incerteza na política de Rokugan. Dizem que foi essa requisição que motivou o imperador Toturi III seguir em sua jornada fatal em busca da iluminação.
Independentemente da resposta da corte imperial, Daigotsu anunciou para seus suditos que agora eles eram o grande clã Aranha, e ordenou que seus seguidores se infiltrassem em Rokugan e construíssem fortalezas nos locais mais inóspitos do império. Os motivos de Daigotsu eram desconhecidos, mas ele explicou que eles deviam subverter o império de dentro para fora e os Perdidos fizeram conforme ele ordenou, infiltrando-se nas fileiras do grande clã enquanto seu líder tramava diversos assassinatos. Mas logo após ele ter anunciado a criação do clã, soube-se que Shahai havia dado um filho a Daigotsu, Kanpeki, e acredita-se que esse foi o motivo de sua mudança de objetivo. Acreditam que Daigotsu vê Rokugan como a herança de Kanpeki.
Os Métodos da Aranha
O clã Aranha opera por meio da enganação, em contraste com os métodos mais brutais utilizados pelas forças da Shadowlands no passado. Os agentes da Aranha se infiltraram nos clãs com o objetivo de assumirem posições de comando. Os clãs menores se mostraram mais vulneráveis, com destaque para Pardal e Centopeia, que eram usados para vigiar e interagir com os grandes clãs. Eles também conseguiram um sucesso relativo com o clã Unicórnio, enviando um suposto grupo de ronin para ajuda-los na luta contra o clã Leão.
Na época conturbada conhecida como a Corrida para o Trono, com quatro pretensos candidatos ao trono, um bando falso de ronin tentando conquistar status dentro de um clã era a armadilha perfeita. Eles recrutavam diversos ronin e ashigaru para suas fileiras, muitos nem desconfiavam que estavam se juntando a uma tropa de guerreiros corrompidos liderados pelos Perdidos. A Aranha inclusive enviou representantes para os Torneios Esmeralda e Jade, mesmo que esses representantes estavam listados como ronin.
O clã Escorpião de inicio desconfiou das atividades do clã Aranha. Especialistas em infiltração e enganação, os samurais desse clã logo perceberam que muitos rokugani não eram o que diziam ser e começaram a trabalhar para expor a verdadeira natureza dessas pessoas.
Daigotsu também enviou seus seguidores para ganhar a confiança dos aldeões rokugani, apresentando a Aranha como protetores. Sempre que bandidos ameaçavam aldeões deixados desprotegidos pelos grandes clãs, os samurais da Aranha surgiam para salvá-los. Claro que a coincidência de haver samurais da Aranha no local onde os bandidos iam atacar não era fruto de sorte, pois os bandidos eram contratados previamente para atacar determinado local.
Mas o golpe de mestre de Daigotsu foi a disseminação da filosofia do Shourido, um código de conduta egoísta que se opunha a filosofia altruísta do Bushido. Daigotsu percebeu que dar uma alternativa para as pessoas seguirem o caminho do mal por vontade própria era mais eficaz do que conquistá-los a força.
No entanto, os esquemas tramados pelo clã Aranha sofreram uma grande derrota quando Iweko ascendeu o trono em 1170 ao final do Torneio Celestial. Daigotsu planejava vencer o torneio para seu torneio Kanpeki, mas os Céus Celestiais escolheram a daimyo da família Kitsuki para formar uma nova dinastia. Ao subir ao trono, a nova imperatriz ficou ciente da verdadeira natureza do clã Aranha por meio dos poderes Celestiais, e sentenciou que qualquer pessoa utilizando o símbolo do clã deveria ser executada sumariamente.
Diagotsu ficou extremamente furioso por ter seu plano frustrado e seus seguidores serem considerados fora-da-lei. Mas essa reviravolta não conseguiu acabar totalmente com os planos do clã Aranha, pois seus agentes continuaram infiltrados nos clãs. Inclusive a imperatriz Iweko apontou com seu conselheiro Daigotsu Susumu, disfarçado como um ronin. No entanto, a imperatriz sabia exatamente qual era sua verdadeira identidade, e por meio dele conseguiu descobrir todas as tramas do clã Aranha, além de ter um aliado disposto a cumprir ordens que nenhum outro samurai realizaria. Por exemplo, quando uma praga sobrenatural assolou o império durante a invasão dos gaijin devotos do deus Kali-Ma, ela foi devastadora para a família Horiuchi, parte do clã Unicórnio. Susumu recebeu ordens para exterminar toda a vida nas terras Horiuchi para parar a infestação. Ele, junto com seus aliados, trouxe um batalhão de goblins para realizar a tarefa, poupando seus samurais de entrarem em contato com a praga.
O clã Aranha foi criado como uma arma contra Rokugan, mas a imperatriz com seus éditos minou a sua eficácia. Iweko sugeriu que os membros do clã Aranha que estivessem livres do Taint poderiam eventualmente serem aceitos no império, o que acabou gerando questionamentos se eles seriam o clã Aranha no mesmo sentido de antigamente. Entretanto Daigotsu encontrou um novo propósito para seu clã: proteger Rokugan da invasão dos gaijin e seu deu Kali-Ma, afinal o império esmeralda será a herança que ele deixará para seu filho. Mas recentemente ele descobriu que Fu Leng não tem respondido suas preces, e teme que o lugar do Kami Negro foi de alguma foram despojado de seu posto como campeão do Jigoku. Não está certo o que o futuro reserva para o clã, mas certamente o final do século XII será de decisivo tanto para Daigotsu como para o clã Aranha.
Famílias
O clã Aranha só surgiu no final do século XII, assim como suas famílias, que foram recentemente formadas. Em algumas, o termo família serve apenas para denotar os laços de união de seus membros, e não necessariamente laços de sangue. A exceção fica por conta da família Chuda, que clama descender dos membros do clã menor Serpente que foi exterminado pelo clã Fênix durante as Cinco Noites de Desonra.
Os Chuda são os mestres da magia negra. Os Daigotsu formam os guerreiros para os exércitos e os diplomatas para missões que exigem mais tato. Os Goju são os sinistros infiltradores do clã Aranha. A “família” Kokujin é uma das ordens dos monges do clã, sendo a Ordem das Aranhas e a Ordem da Peçonha as outras.
Chuda
Os membros da família Chuda clamam descender dos membros do clã menor Serpente, exterminados pelo clã Fênix após terem sucumbido ao espirito monstruoso conhecido como Shuten Doji. Apesar da carnificina, alguns membros da família conseguira sobreviver se disfarsando de ronin ou se infiltrando no prórpio clã Fênix. Esses sobreviventes passaram seus conhecimentos sobre a magia negra através das gerações enquanto viviam sob a fachada de samurais honrados. Algumas relíquias macabaras dos Chuda também sobreviveram, e aqueles que as encontraram, foram corrompidos por elas e passaram a adotar o nome Chuda também.
A família Chuda renasceu oficialmente no século XII quando um poderoso feiticeiro chamado Asako Mishime reclamou o nome Chuda e jurou fidelidade a Daigotsu. Ele reuniu outros feiticeiros a sua família, aqueles que clamavam ser da mesma linhagem, aqueles que foram corrompidos pelas relíquias e aqueles com sede por poder. Os Chuda se juntaram aos Daigotsu na Cidade dos Perdidos e construiram o Templo do Sangue para ser seu quartel general.
Chuda Mishime comanda a família desde então, estendendo seu tempo de vida por meio da magia negra. A família serve ao clã e ao Senhor Escuro Daigotsu como seus shugenja. Eles focam seus estudos na magia negra do sangue e na criação de tropas de mortos-vivos para instilar o terror no coração de seus inimigos. Mas Daigotsu recomendou que os Chuda fizessem um uso mais discreto de seus mortos vivos após criar seu clã Aranha, ou a natureza do clã e seu verdadeiro propósito ficaria óbvio para seus inimigos.
Daigotsu
A família Daigotsu foi formada pelo Senhor Escuro na época em que a Cidade dos Perdidos foi construída para ser um reflexo distorcido de Rokugan. Ele criou uma família de guerreiros que deveriam seguir as mesmas convenções de lealdade, subserviência e posições hierárquicas do império esmeralda, mas empregando apenas samurais corrompidos e Perdidos. Ele ordenou que os membros de sua família se comportassem da mesma forma que os samurais de Rokugan, fazendo com que fosse relativamente fácil para recrutar ronins e outros incautos para suas fileiras quando o clã da Aranha começou a se infiltrar em Rokugan.
Tirando as aparências, os Daigotsu são fundamentalmente diferentes dos samurais normai, pois além de aceitarem o Taint e venerarem Fu Leng, eles rejeitam o Bushido em favor do código de honra Shourido, criado pelo Senhor Negro. A maioria dos membros dessa família são guerreiros treinados nas técnicas brutais da Escola de Guerreiros Daigotsu, mas a necessidade de se infiltrarem no império fez surgir uma Escola de Cortesãos também, especializada na manipulação de emoções e dissimulação. Os Daigotsu tendem a seguir a doutrina da Força, e muitos na família veem que deveriam simplesmente tomar o império das mãos dos grandes clãs, mas como o Senhor Negro rege pelas doutrinas do Controle e Força de Vontade, eles fazem como ele comanda.
A família Daigotsu é a maior dentre as famílias do clã Aranha, e por isso formam a força principal do seu exército. O Senhor Negro considera-os como sendo seu braço direto, assim como o imperador de Rokugan considera o clã Leão como sendo o seu. Apesar de a família ser formada em sua maioria por guerreiros brutais e diplomatas evasivos, diversas criaturas e entidades juraram fidelidade a Daigotsu e aceitaram seu nome, se unindo a sua família. Isto inclui morto-vivos independentes, poderosos maho-tsukai e mesmo criaturas inumanas como oni. O que os mantém unido é sua obediência ao seu poderoso líder. Não se sabe o que acontecerá quando Daigotsu morrer, se seguirão se comportando como um reflexo distorcido de Rokugan e servirão Daigotsu Kanpeki como fizeram com seu pai, ou se a família desmoronará sob a violência descontrolada que o Taint costuma provocar.
Goju
A família Goju precede o clã Aranha em muitos anos, originando-se das maquinações da Escuridão Traiçoeira. Goju viveu na época da queda dos Kami, e por temê-los, fugiu para um local longe da sua influência, sendo encontrado pela Escuridão Enganosa e corrompido para servi-la em seus propósitos malignos. Ele reuniu um séquito de seguidores que temiam os Kami, e eles se tornaram a sua família.
Os Goju mordernos servem o Dragão das Sombras, o antigo Dragão do Ar que absorveu o último fragmento do Nada durante a Batalha no Portão do Limbo. O Dragão das Sombras possui seus próprios planos sinistros, mas permitiu que os Goju ajudassem Daigotsu em mais de uma ocasião. Um indivíduo poderoso, chamado Goju Kyoden, era um dos homens de confiança de Daigotsu e se sacrificou para facilitar a ressureição do Senhor Negro após ele ter sido morto pelos Quatro Ventos.
Quando Daigotsu fundou o clã Aranha, ele propôs que os Goju se unissem as suas fileiras. O Dragão das Sombras, com seus propósitos enigmáticos, concordou e permitiu que seus seguidores jurassem lealdade ao Senhor Negro, mesmo que o juramento de tais seres poder ser questionável. Mesmo que o Dragão Negro haja como um aliado do clã Aranha, suas reais motivações são desconhecidas e misteriosas.
Enquanto isso, os membros da família Goju servem como infiltradores e assassinos para o clã Aranha. Enquanto as outras famílias possuem infiltradores entre os clãs de Rokugan, os Goju são os verdadeiros mestres desta arte, utilizando os poderes místicos do Nada para realizar feitos impossíveis para reles mortais. Por causa disso, é impossível saber se essa família terá algum papel em uma versão mais pública ou imperialmente aceita do clã Aranha.
Kokujin
Essa família foi fundada por Hitomi Kokujin, um monge vitima da Loucura Iluminada, uma condição extremamente rara em que o monge atinge a iluminação, mas é acometido pela loucura pela dificuldade da mente em aceitar a verdade. Ele foi convidado por Mirumoto Hitomi para entrar para o clã, no período em que ela foi acometida pela loucura causada pela Mão de Obsidiana. Após ela ascender aos céus como a deusa da lua, Kokujin perdeu sua posição no clã e fugiu para as Shadownlands, levando consigo o daisho ancestral de Togashi.
Kokujin cruzou com o caminho de Daigotsu pela primeira vez quando o Senhor Escuro estava construindo a Cidade dos Perdidos. Ele mostrou interesse nos goblins aprimorados de Omoni, um seguidor de Daigotsu que se auto intitulava Escultor da Carne, e começou a tatuá-los com seu sangue. Ele também tatuou muitos humanos corrompidos e Perdidos, e graças a seus poderes, todos aqueles que tatuava se tornavam subservientes a sua vontade. A eles Kokujin deu seu nome e formou a sua “família”.
Apesar de Kokujin se aliar ocasionalmente com Daigotsu, ele nunca foi seu servo mais leal, passando muito tempo fora das Shadowlands concentrado em suas próprias maquinações bizarras. Suas tramoias acabaram acarretando na sua morte após incitar uma revolução de camponeses nas terras do clã Escorpião. Bayushi Shizo se infiltrou entre seus seguidores e conseguiu se aproximar o suficiente de Kokujin para acabar com a sua loucura.
A ordem de monges tatuados de Kokujin faz parte do clã Aranha como um reflexo distorcido da ordem de monges tatuados de Togashi. As tatuagens dadas por Kokujin a seus seguidores lhes concedia poder significante, mas após sua morte a ordem caiu se desorganizou sem um líder forte, e ao invés de mantê-los unido pela força, Daigotsu permitiu que os monges dissipassem, encorajando a criação de novas ordens monásticas dentro do clã. Alguns membros da ordem em decadência mantêm-se fiéis a Daigotsu, notadamente Kokujin Konetsu, que atingiu certo prestigio dentro do clã.
A Ordem da Aranha
Esta ordem monástica corrupta foi fundada pelo sohei Perdido Roshungi, um cultista Orador do Sangue que foi corrompido pelo Taint, se tornando um servo fiel a serviço de Fu Leng. Quando Daigotsu construiu o Templo do Nono Kami na Cidade dos Perdidos para promover a veneração a Fu Leng, Roshungi peregrinou até lá e jurou fidelidade tanto ao Senhor Negro quanto ao templo. Roshungi se manteve afastado de Kokujin, um influente seguidor de Daigotsu naquela época, pois não aprovava seus métodos e objetivos, considerando que o único caminho verdadeiro era a veneração a Fu Leng.
Quando Daigotsu fundou o clã Aranha para se infiltrar no império, ele ordenou que Roshungi e seus seguidores formassem a Ordem da Aranha e disseminassem os caminhos do Shourido entre as ordens monásticas e pessoas comuns. O próprio Roshungi foi enviado a um pequeno santuário no vilarejo de Nikesake, nas terras do clã Fênix, para recrutar novos membros para a Ordem de maneira discreta.
Aparentemente, todos os membros da Ordem da Aranha são austeros, disciplinados e mentalmente equilibrados como os membros da Irmandade de Shinsei, mas isso é apenas um disfarce. Eles não se importam com a espiritualidade ou com a moral, fazendo qualquer ato de depravação de bom grado, contanto que isso seja uma maneira de servir corretamente as demandas de Fu Leng. Seu treinamento e técnicas enfocam a força e a violência, tornando-os adversários perigosos uma vez sua verdadeira natureza seja descoberta.
Roshungi continuou como mestre e líder da Ordem da Aranha até que o clã foi forçado a fugir do seu quartel general, o Castelo da Seda Negra, e queimar a Floresta Shinomem. Roshungi sabia o valor simbólico deste ato e se dedicou a destruição da floresta enquanto a maior parte do clã fugia. Ele ficou na retaguarda para retardar seus perseguidores, e morreu combatendo os samurais do clã Leão quando estes tentavam interceptar a força principal da Aranha. Michio, seu primeiro discípulo, assumiu a liderança da Ordem.
A Ordem da Peçonha
Ao contrário da Ordem da Aranha, a Ordem da Peçonha data de antes da criação do clã Aranha. Ela começou como uma seita dentro da Irmandade de Shinsei, sendo focada no ensino de técnicas de combate, a um grau muito maior do que qualquer outra seita, mesmo os seguidores de Osano-Wo.
Como o tempo, o foco no combate suprimiu os outros estudos, inclusive os ensinamentos de Shinsei. Isso se tornou um Caminho Falso, suprimindo a busca da iluminação em favor da busca de seus próprios objetivos obsessivos. Os monges procuravam oportunidades para utilizar suas técnicas, viajando por Rokugan a procura de bandidos e outros inimigos similares. Logo eles começaram a achar problemas onde problemas não existiam. Eles se recusavam a deixar que um incidente se resolvesse sem a utilização da violência, mesmo se houvesse maneiras mais sensatas de resolver a situação, até que começaram atacar a todos que podiam, não importando o quão pequena era a provocação.
O crime final aconteceu quando um grupo de monges da Ordem da Peçonha partiu em defesa de um vilarejo sendo atacado por bandidos, e acabaram por matar o líder do vilarejo e diversos outros camponeses pelo crime de não conseguir defender suas propriedades. As outras seitas da Irmandade de Shinsei intervieram oficialmente e desmantelaram a Ordem da Peçonha. Aos monges foi dada a chance de se redimir e entrar para uma das outras seitas da Irmandade, mas poucos o fizeram. A maioria preferiu continuar a seguir seu líder corrompido, o monge chamado Tansen.
Tansen era um monge que entrou para a Ordem da Peçonha muito novo e cresceu em suas fileiras se dedicando de corpo e alma a suas crenças. Consumido pelo credo corrompido da força perpetuado pela seita, ele estava determinado a continuar no mesmo caminho, mas sabia que isso seria difícil. A Irmandade iria denunciá-los como foras-da-lei e todo o império iria rejeitá-los. Foi então que Tansen ouviu falar do misterioso clã Aranha.
A Ordem da Peçonha estava conduzindo atividades semelhantes ao clã Aranha: atacar bandidos ou outras ameaças sem se preocupar com o código do Bushido ou com magistrados que podem não concordar com suas táticas. Daigotsu inicialmente viu a Ordem como uma ameaça a seus planos, uma vez que suas atividades poderiam chamar muita atenção, até que conheceu Tansen e viu que o homem poderia ter sua serventia. Daigotsu ofereceu um lar para a Ordem da Peçonha continuar seus treinamentos e estudos, o que Tansen rapidamente aceitou. Dentro do clã Aranha, os monges continuam a treinar para serem os melhores combatentes existentes. Esses monges ainda não foram corrompidos pelo Taint, mas abraçaram a doutrina da Força do Shourdo, e estão felizes em usar suas habilidades conforme Daigotsu ordena. Contanto que o Senhor Negro não interfira em seu desejo pela violência, os monges da Ordem da Peçonha lhe servirá lealmente.
Conclusão
O Clã da Aranha foi criado para ser o reflexo sinistro dos clãs de Rokugan, por isso são os antagonistas perfeitos para qualquer campanha, mesmo que não sejam os adversários principais. Cada família oferece uma variedade diferente de desafio, e pode ser usada como antagonista em um tipo de aventura específico. Além disso, como praticantes da doutrina do Shourido (mais informações neste excelente artigo de Thiago Hayashi), os membros do clã Aranha são perfeitos para confrontar os samurais mais honrados e fiéis a doutrina do Bushido, ou para tentar aqueles samurais menos honrados. O mestre pode permitir um personagem deste clã se desejar, mas eles funcionam melhor como um reflexo distorcido dos personagens ou mesmo um agente infiltrado entre os aliados do grupo e de preferência com um plano sinistro que os envolva.
Escolha como antagonista um membro do clã Aranha se você precisar de:
- um guerreiro brutal sem qualquer sinal de misericórdia, que aprende a usar os poderes do Taint sem revelar sua verdadeira identidade;
- um shugenja versado na arte da magia negra, com habilidade de esconder a verdadeira natureza de sua magia;
- um cortesão com habilidade para esconder sua verdadeira natureza, suas intenções, e em usar sua rede de contatos para atrair a atenção para longe de suas maquinações; ou
- um monge violento, que usa suas técnicas para aleijar seus adversários, ao invés de apenas desarmá-los ou incapacitá-los.
Por Rafael Silva