D&D Next – Playtest – segundo pacote

Olá pessoal, não temos coluna de perguntas e respostas esta semana devido a Gen Com, então ocupa esta sexta feira com um material apresentado pelo time de Wizard of the Coast sobre o segundo pacote de playtest.

Realizo meus comentários ao final.


Playtest – segundo pacote

Por: Mike Mearls
Tradução: Fabrizio Guzzon

Passaram alguns meses desde que lançamos o primeiro pacote de playtest e nesse tempo temos obtido um grande número de feedback dos nossos usuários. Estou feliz em dizer que o segundo pacote de playtest agora esta disponível para download. Se você está lendo isso e você não tiver baixado o pacote, o resto do artigo pode não fazer muito sentido para você, então você pode querer adiar a leitura até que você tenha o pacote em mãos.

Para esta semana, vou destacar algumas das alterações que ainda não fizemos e falar um pouco sobre como nosso processo de teste funciona. Em primeiro lugar, temos o compromisso de usar o tempo necessário para obter o melhor resultado. Enquanto escrevo isso, Gen Con esta para iniciar (N.T no momento da tradução, a Gen Con já começou). Geralmente usamos a Gen Con como o lugar para mostrar novos produtos. Nós não vamos mostrar todos os produtos para o D&D Next, mas temos muitas atualizações interessantes para compartilhar. Caso queira ver algumas palestras, acesse aqui, (N.T: em inglês)

Cura: Mencionei nesta última semana, mas a cura é provavelmente a questão mais controversa no jogo agora. Ainda teremos um longo caminho para determinar a sensação e o tom do jogo. Para facilitar a entrada de novos jogadores, precisamos criar uma regra padrão, mas você pode esperar que esta seja uma área onde damos aos Mestres várias opções.

Com isso dito, a cura ainda é, em boa parte, o mesmo que era no pacote anterior, embora nós tenhamos adicionado uma regra opcional que reduz a quantidade de cura que os personagens ganham por descansar durante a noite.

Clérigo: Passei inicialmente pela cura, para falar agora sobre o clérigo. Algumas semanas atrás, nós sondados nossos usuários para determinar qual das magias da 3ª edição eram as mais emblemáticas. Queríamos aprender uma série de coisas, incluindo como as pessoas geralmente percebem o clérigo.

Verificamos que quando as pessoas pensam no clérigo, eles pensam na capacidade da classe para curar feridas, remover maldições, curar doenças e assim por diante. Seria fácil para nós usar isso para criar uma classe que se concentra totalmente em curar os outros, mas sabemos que isso é apenas metade da história. É perfeitamente possível que, embora muitos jogadores esperem que o clérigo seja a mão que cura, este consenso pode vir das pessoas que jogam com ladinos, magos e guerreiros.

Para ter uma classe que atenda bem os jogadores, precisamos garantir que as pessoas que querem jogar com essa classe estão recebendo o que eles querem. Nós temos algumas ideias sobre como a classe deve ser, e espero que a próxima versão do clérigo vá incorporar algumas mudanças para colocar o clérigo no caminho correto para cumprir o seu papel no mundo do D&D.

Mago: O mago não mudou muito, isto porque nós gastamos nosso tempo revisando o guerreiro e trabalhando em outras partes do jogo. O mago parece ser aquele que esta o mais próximo do ideal. Estamos olhando para adicionar uma opção para uma tradição Arcana, que é uma reflexão sobre como um mago aprendeu a usar magia, e nós também estamos estudando magias que um mago possa recuperar através de um descanso curto, de cinco minutos, e meditação. Algumas das magias que surgiram como icônicas no D&D, tais como “Queda Lenta”, são bastante baixas do espectro de poder. Tornando esses feitiços reutilizáveis, podemos torná-los mais atraentes e, se fizermos as coisas direito, torná-los uma parte ainda maior do jogo.

Por exemplo, a versão original de “Queda Lenta” afeta apenas uma criatura ou objeto. Isso mudou para cobrir vários alvos na 3ª edição. Se fizermos “Queda Lenta” reutilizável, seria provável que o feitiço afete apenas o conjurador. Na prática, torna-se uma salvaguarda para um mago contra um tipo específico de ameaça.

Outros feitiços possíveis para este tratamento incluem garantias similares para um mago e magias de área tradicionalmente ofuscadas por magias mais poderosas, como a “Bola de fogo”. Por exemplo, “Tempestade de Gelo” tem tradicionalmente menos dano do que “Bola de Fogo”. A magia cobre as criaturas em neve e gelo, mas só por um momento. Se nós pudermos fazer uma “Tempestade de Gelo” reutilizável, podemos aumentar o seu poder e dar-lhe uma utilização clara para o conjurador, mesmo sabendo que uma “Bola de Fogo” em níveis mais altos ainda é um ataque mais devastador.

Ladino: Para ser honesto, eu nunca fui convencido que o ataque furtivo devia definir a capacidade de combate do ladino. Eu posso ver como é uma herança lógica do “backstab” do AD&D, mas para mim, ele vincula os ladinos de forma muito forte ao estereótipo de um assassino ou algo semelhante. Eu posso pensar de vários outros tipos de ladinos que joguei ao longo dos anos, onde o ataque furtivo seria um acréscimo pobre para suas habilidades de combate ou personalidade. Eu gostaria de explorar maneiras de fazer disso uma opção, com coisas que incentivem o ladino a ser mais astuto e ardiloso no combate.

Guerreiro: Essa classe contém o nosso maior ponto de interrogação. Você pode esperar um monte de perguntas sobre a nova mecânica de combate nas próximas pesquisas. Eu gosto de como sentimos a classe no jogo, mas lembre-se que se trata de um primeiro projeto. Idealmente, a mecânica fornece uma base simples, fácil de usar e que os jogadores podem expandir como eles gostarem.

Acima de tudo, lembre-se de que o feedback e iteração guiam nosso processo. Obrigado por ter participado, e estamos ansiosos para utilizar seu feedback para guiar o próximo pacote.

Mike Mearls é o gerente sênior da equipe de pesquisa e design de D&D. Ele trabalhou no jogo de tabuleiro de Ravenloft juntamente com uma série de suplementos para o RPG D&D.


Alguns comentários sobre o artigo

O clérigo, classicamente, sempre foi o personagem marcado pelo seu poder de curar. Dar novas opções é interessante. Acho que curar pode não ser o papel do clérigo é arriscado.

O mago me trouxe boas surpresas, o aumento de magias reutilizáveis traz o conceito cada vez mais perto para o conceito da 4ª edição, que acho mais funcional que a venciana. Porem, ainda apresenta um estilo misto curiosamente atraente, onde teremos listas de magias para memorizar e algumas serão pelo venciano, enquanto que outras reaproveitáveis (ou por encontro). Muito interessante.

O ladino pode apresentar algumas mudanças interessantes, mas ainda com o ataque furtivo como opções. Só espero que mantenham o balanceamento entre as opções disponíveis.

O guerreiro, bem, neste caso o ultimo artigo sobre a superioridade de combate explorou bastante as mudanças dele.

Fabrizio Guzzon

 

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