Desde a primeira edição do D&D aqui no Brasil, ainda na caixinha da Grow (naquela época já era um jogo de tabuleiro) que eu acompanho este RPG fantástico e a medida que ele foi “evoluindo” eu fui acompanhando, sempre achando as mudanças muito bem-vindas.
O número de livros lançados para todos as edições é realmente de assustar! Um colecionador precisaria de um espaço realmente gigantesco e embora eu acredite que para a segunda edição tenham sido publicados mais livros (em inglês é claro) do que para a terceira edição, foi com a terceira edição que comecei a ler e ouvir comentários sobre a política caça-niqueis da empresa.
Assim que a quarta edição do Dungeons & Dragons foi lançada, a primeira coisa que me perguntei foi: “Será que o número de suplementos vai ser tão grande quanto na terceira edição? Será que eu vou gastar todo o meu suado dinheirinho comprando livros, arriscando até mesmo o divórcio?“.
Felizmente as coisas não aconteceram como eu previa, embora a Wizards of the Coast tenha lançado um novo produto, um tal de D&DInsider, que permitia que você fizesse fichas (com o Character Builder), acessasse as revistas Dragon e Dungeon (que mudaram do formato impresso para o formato digital) com conteúdos exclusivos e ainda um tal Adventurer Builder que nunca vi completo, onde você poderia modificar monstros e usá-los em suas aventuras e que prometia uma plataforma para jogar on-line, uma que após cinco anos do lançamento da 4ª edição ainda não ficou pronta.
Confesso que, do DDI, os únicos produtos que me faziam continuar a assinatura era o suporte ao Character Builder e as revistas, que muitas vezes (mas nem sempre) traziam bons materiais e aventuras que costumava usar na mesa de jogo, mas era só.
Logo a WotC lança uma nova linha de produtos, os Essentials, que na teoria seria voltada para os jogadores iniciantes e cujo melhor produto, na minha opinião, foi o Rules Compendium, que comprei sem hesitar. Todo o resto para mim, completamente sem utilidade – mesmo os Dungeon Tiles, que achei bonitos a princípio, mas que para montar grandes complexos exigem a compra de vários tipos de cenários, e o pior, repetidos.
Quando o número lançamento de suplementos para a 4ª edição começou a ser reduzido eu comecei a ver isso como um bom sinal, afinal de contas, o número de suplementos e cenários de campanhas já estava pra lá de bom.
Não acredito, de forma alguma, que o sistema ficou sem suporte, não precisamos de inúmeros suplementos lançados aos borbotões para que o sistema seja jogável. O material lançado já é demasiado suficiente e já representa uma pequena coleção de livros com tantas ideias para aventuras que poderiam levar milhões de grupos de aventureiros entretidos pelo resto da vida.
Só tenho um ressentimento em relação a quarta edição, o fato da WotC não ter lançado o Ravenloft Cenário de Campanha, mas se o sistema não fosse tão bom quanto o Dark Sun Cenário de Campanha, provavelmente o meu ressentimento se transformaria em frustração.
Por Franciolli Araujo
publicado anteriormente em Franciolli RPG
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eslima
Bom que tem uma boa quantidade de livros lançando isso ninguém pode negar; mias para mim ainda esta faltando material mais detalhado dos Cenários (Forgotten Realms, Eberron e Dark Sun),pois o que sai nas revista é muito pouco mesmo. Vide o material para D&D 3.5 de FR e Eberron foi fantástico. Em termos de Cidade, Regiões, Vilões. O Basicão em si está quase completo, no aguardo no livro dos Vilões.
eliAndreoli
Sei que não é a intensão do artigo, mas já que foi abrangido o tema do “investimento”, seria bom colocar algumas outras idéias aqui.
Acredito veemente que não é necessário ter tooodo o material lançado de um rpg para fazer bons usos dele.
Ampliando um pouco mais a discussão e comparando com outros sistemas, não vejo necessidade alguma de se ter nada além dos “core books”. Suplementos são bem vindos, mas há de se notar que muitos são bem dispensáveis.
Comparando: Ainda gosto bastante de GURPS, e apenas com o módulo básico e dois ou três suplementos se tem um jogo completo para rolar inúmeras aventuras ou campanhas. GURPS ainda é um sistema bem econômico em termos monetários, seus livros são relativamente baratos e mais duráveis pois é um sistema infinitamente mais abrangente no tocante à opções para aventuras e personagens.
Em Call of Cthulhu (e agora com seu primo moderno: Rastro de Cthulhu), pasmem, precisa apenas do livro básico. MAIS NADA! O restante é realmente opcional! Com um exemplar do Rastro de Cthulhu e os endereços de sites mais bizarros que possa imaginar, mais a wikipedia e howstuffworks, temos um rpg que se auto sustenta pelo seu cenário ser incrivelmente próximo ao nosso.
D20 System que é um sistema que se fala menos dele do que eu, particularmente, esperava. Contudo, continua sendo um sistema incrível como infra-estrutura para criação de jogos! Usar o D20System para criar os próprios jogos e cenários é incrivelmente fácil. E o melhor? De graça! Mas se formos falar de sistemas gratuitos isso vai ficar interminável, insira no google “sistemas gratuitos de rpg” e seja feliz!
Não é a toa que desde a 3º edição a equipe de desenvolvimento do D&D adotou o Forgotten Realms como cenário oficial. A menos que eu esteja enganado, é o cenário com mais suplementos que se tem. Ao ler os “core books” você tem a sensação que falta algo, que está incompleto. Isso é proposital para incentivar a venda de novos produtos no futuro. Não há o que culpar a empresa, afinal, é a estratégia deles! Se eu fosse da empresa pensaria da mesma maneira.
Falando especificamente de D&D, acredito que um mestre não precise de nada além do que os 3 livros básicos. E isso já é um investimento de 200 reais, tornando um dos RPGs mais caros que temos disponível (mas a questão do preço é questionável, deixemos para depois). Caso queira investir, poderá adquirir o livro do jogador 2, forgotten realms e forgotten realms guia do jogador. Isso já é material mais do que suficiente para jogar até se regalar e até lançarem o D&D5º edição!