Quem poderia imaginar que um brinquedo da Disney se transformaria em um dos maiores fenômenos do cinema. Piratas do Caribe chegou com muito marketing, mas sem grandes expectativas. O resultado foi um filme muito melhor que o esperado. Será que Piratas 4, o primeiro sem o casal Orlando Bloom e Keira linda, continuaria o sucesso?
Após deixar seus amigos de outras aventuras, Jack Sparrow decide seguir em uma nova busca: encontrar a Fonte da Juventude. Mas ele não é o único. Espanhóis e Ingleses disputam uma guerra fria pela descoberta da fonte. Jack acaba encontrando uma antiga companheira, amiga, amante; que coloca Jack em rota de colisão com o mais perigoso pirata dos sete mares: Barba Negra.
Levante a mão quem já ouviu uma trama similar. Levante a mão quem esperava um roteiro Kafkaniano de Piratas do Caribe? Quem levantou, toma uma aspirina que está na sintonia errada. Piratas é um filme de ação, aventura hollywoodiano, totalmente clichê e essa é parte de sua diversão. Não é pra pensar, é para sentar na cadeira pegar a pipoca e rir. Como capa e espada ele é um bom filme. Surpreendentemente (o palavra longa e feia) os diálogos são muito bons, Jack sempre tem uma boa resposta.
Orlando e Bloom e Keira Knightley fazem falta, por mais estranho que seja. Orlando é um péssimo ator. Keira é linda é sempre faz falta, mesmo que seu par romântico fosse tão maçante. Porém, a história paralela ajuda a andar com a história. Jack Sparrow como personagem principal é muito bom, mas os atores coadjuvantes não têm a mesma empatia, até os que participaram dos outros filmes. Tramas paralelas funcionam bem em filmes clichês e falta essa trama em Piratas 4. Ela existe, mas só começa na parte final do filme. Ninguém nem lembra o nome do personagem ao sair do cinema.
Ninguém sabe porque os espanhóis estão caçando a fonte (explicado no final), mas seu líder é mais um NPC sem stats, só um ficha sem nome. Faltam personagens interessantes.
Visualmente Piratas é mediano. Temos poucas imagens em paisagens caribenhas e muitas cenas noturnas em navios e nenhuma batalha naval. O filme tem cenas de ação escuras e pouca emoção. Uma fotografia mais detalhada e mais ação à luz do sol seria bem aceita. (as empresas usam o truque de filmar à noite porque é mais fácil esconder os efeitos).
A interpretação em Piratas está boa. Jack Sparrow como Jack Sparrow está ótimo como sempre. Johnny Depp está tão perfeito no papel que é difícil lembrá-lo sem as argolas piratas. Penélope Almodóvar Cruz faz um bom par romântico, mas seu personagem não tem um bom roteiro para trabalhar. Merecia uma caracterização mais marcante e decidida. Ian Mcshane não convence como o vilão. Barba Negra é comum, não parece os antigos capitães piratas de Hollywood. Geoffrey Rush faz um Barbossa Jack Sparrow. Não.
Piratas do Caribe, o original, foi lançado em um momento de hiato entre os filmes de ação. Os filmes de briga, luta, haviam dominado o mercado de ação e estavam caindo no ostracismo e ninguém sabia como salvar o gênero. Piratas devolveu a aventura, a ação. Não precisa ter sangue ou soco, só correria e diversão. Era divertido para toda família. Piratas 4 é um recomeço, com Jack como o grande capitão (Orlando Bloom deveria ser o mastro de Piratas, mas Johnny roubou seu posto). Porém, o filme peca por um ritmo lento em alguns momentos e história comum.
Piratas do Caribe Navegando em Águas Misteriosas é um bom filme em promoção, mas a série pode mais.
Roteiro: 3 – Clichê, comum, algumas vezes comum demais.
Produção: 5 – Nenhuma produção de Jerry B. pode receber menos que 5.
Direção: 3 – Pode ser 4. Os atores têm bons momentos e outros bem fracos.
Nota Final: 4 – Bom filme para a família, mas Jack Sparrow pode navegar mais.
Por Fabiano Silva
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Mammoth
Concordo com o Fabiano a respeito do filme. Acredito que se o filme for o início de uma nova trilogia, começou bem, e pode melhorar muito nas continuações. Como filme isolado, fica como nota final 4 de fato.
Cursed Lich
Kevin McNally como Gibbs foi legal nesse filme, é um personagem pouco aproveitado mas Jack Sparrow sempre acaba colocando ele pra trabalhar em prol do plot.