Esta coluna regular é para Mestres que gostam de construir mundos e campanhas, tanto quanto eu. Aqui vou compartilhar minhas experiências como DM através da lente de Iomandra, o meu mundo de campanha de Dungeons & Dragons. Mesmo que a campanha use as regras da 4 ª edição, os temas aqui tratados, muitas vezes transcendem edições. Esperemos que esta série de artigos que lhe dará inspiração, ideias e novas formas impressionantes de ameaçar seus jogadores em suas campanhas.
Se você estiver interessado em aprender mais sobre o mundo da Iomandra, confira o wiki.
Normalmente eu iria dar o pontapé inicial descrevendo algum evento emocionante ou casualidade da minha campanha caseira, mas vamos fugir desse formato esta semana para trazer a vocês os vencedores do concurso Melhor Vilão de Todos. Obrigado a todos que se inscreveram!
Quando eu comecei a analizar porque eu gostei desses vilões particularmente, cheguei a conclusão que cada um deles eram um exemplo textual de um arquétipo de vilão: Tem o vilão que nasce da história do personagem, o vilão que se esconde no meio dos heróis e a criatura boa que se tornou má. Muitos dos competidores caiu num destes três arquétipos clássicos, embora hajam outros arquétipos que também foram representados: o super vilão destruidor do mundo, o vilão motivado pela vingança e o benfeitor que virou vilão, apenas para nomear alguns poucos.
São esses três realmente os melhores vilões de todos? Isto fica a seu cargo decidir. Eu escolhi os vilões que ressoaram comigo pessoalmente; se você tivesse sido o juiz, você provavelmente seria atraído por coisas diferentes. Entretanto, todos os concorrentes tinham uma coisa em comum: Cada vilão era um elemento profundamente imerso na campanha, não apenas um cara descartável.
Dragen Pedranegra, Cavaleiro Bruxo de Vaasa
Meu “Melhor Vilão de Todos” é da minha campanha caseira de Forgotten Realms. Ele é um Cavaleiro Bruxo de Vaasa chamado Dragen Pedranegra. Os jogadores criaram as histórias de seus personagens e dois deles fizeram histórias que envolviam seus lares destruídas quando eram crianças — mas eles não foram muito específicos sobre a região de onde eles vieram. Eu decidi faze-los naturais das montanhas cercando Vaasa e os uni pelo tópico em comum de ter suas vilas destruídas por Dragen. Seu primeiro encontro com Dragen foi quando eles ainda eram de nível bem baixo, e ele os nocauteou e os deixou jogados no chão para morrer. Um xamã errante (um novo jogador entrando na campanha) os encontrou e curou suas feridas. Esse xamã também era familiarizado com Dragen — sua tribo estava constantemente evitando os Cavaleiros Bruxos. Meus jogadores vão ter ainda muitas incursões contra os capangas de Dragen antes de serem poderosos o suficiente para conseguir sua vingança. O melhor toque da minha campanha é que um dos meus jogadores pensou que seria esperto e não criou uma história para o seu personagem. Ele me disse que seu personagem acordou nas montanhas com amnésia e não se lembra de nada do passado. Em quando a histórias se desdobra, ele vai descobrir que ele era um dos capangas do Dragen!
—Bill Buchalter |
Aqui está um exemplo de vilão que se espera odiar desde o início. As ações de Dragen são diretamente responsáveis pela situação em que se encontram e suas razões para odiá-lo estão profundamente marcadas em suas histórias.
Eu admiro o Mestre que consegue encurralar os heróis com um vilão muito mais poderoso que eles, permite o vilão prevalecer sem acabar com a campanha, oferecendo aos jogadores uma doce, doce vingança. Dragen não precisa de um chapéu preto ou um gato branco para chamar a atenção dos heróis. O dia que os heróis finalmente encontrarem Dragen em pé de igualdade promete ser o ponto alto da campanha!
Também, os Cavaleiros Bruxos de Vaasa são simplesmente legais.
O Carregador que Poderia Ser Rei
O melhor vilão que já tivemos num jogo foi um carregador contratado pelo grupo. Ele era um magro e gentil homem de idade que compartilhava seus conselhos paternos e contou grandes histórias em volta da fogueira. O gurpo o amava… até a noite em que o grupo descobriu um poderoso artefato que eles tomaram de um lich e decidiram acampar do lado de fora da masmorra imediatamente. Na hora mais escura da noite, ao se oferecer para fazer vigília enquanto o grupo dormia, o gentil carregador matou o PJ com o artefato enquanto dormia e desapareceu na noite. O que eles não sabiam era que o velho homem foi um dia um rei cruel que fora destronado quando mais jovem que agora tem uma maneira de pegar de volta o que um dia foi seu. —Aaron Scott Sioux Falls, SD |
“Maldita seja sua repentina mas inevitável traição!”
O vilão que espreita entre os heróis é uma grande premissa… difícil de encaixar mas incrivelmente gratificante se bem executado (sem malícia aqui). As vezes a traição vem de onde não se espera — geralmente quando a ideia ocorre ao Mestre mais tarde no jogo — mas eu acho que esse foi planejado desde o início, e isso é incrível. Bravo!
Eu normalmente falo para os novos Mestres que bebam da fonte da “traição” regularmente. Você não pode ter os PdMs traindo os jogadores a cada esquina; isto torna os jogadores desconfiados de todos (na melhor das hipóteses) ou simplesmente furiosos (pior das hipóteses). Eu sou um grande fã de “vilão entre nós”, mas se os jogadores já foram ferroados no passado, é sábio liberar algumas poucas pistas antes da grande revelação. Desse modo, quando os jogadores pensarem que você está sacaneando eles, você pode apontar para as pistas dadas anteriormente e dizer, “Au contraire!” (ou seja lá o que eles dizem na Dakota do Sul).
Havok, o Traidor
Havok o Traidor era um dragão dourado adulto que discordava com o conselho dos outros dragões bons e quis se tornar poderoso o suficiente para derrubar seus planos. Ele começou a levantar um exército de mortos vivos, obteve um tomo de magia vil e roubou poderes similares a um deus de um primordial. Ele gosta de se disfarçar de pequenos humanóides — os jogadores o odiaram como um convencido goblin azul! Cara, eles nem sabiam que ele era um dragão dourado até o estágio épico. A primeira vez que o grupo viu a aparência verdadeira de Havok, eles disseram: “Tá tudo certo pessoal! Dragões dourados são bons!” — Davena Oaks Portland, OR |
Eu gosto de desafiar as expectativas dos jogadores, e um clássico exemplo do D&D é o dragão metálico maligno. Esta não é uma idéia nova, mas constantemente deixada de lado. Minha campanha inclui um dragão de prata metamorfo com ambições malignas; ele não é nem de longe tão capaz ou perigoso como Havok, e eu confesso que eu o usei como um alívio cômico numa ocasião (E me lembro da hora em que o dragão — enquanto estava atiçando os jogadores com um monólogo vil — pousou em uma plataforma de madeira que não podia sustentar o seu peso).
Havok tinha adicionado a virtude de ser um monstro opondo a ideia do vilão de dois braços, duas pernas. Monstros são pouco usados como grandes vilões das campanhas, em minha humilde opinião. Se um dragão puder manter os heróis interessados por múltiplos níveis e até estágios do jogo, imagine o que poderia ser feito com um ente do mal obcecado em purgar do mundo natural a civilização, um golem de ferro imbuído da consciência e ambição de seu criador maligno ou um beholder lorde do crime.
Havok o Traidor reacendeu o meu desejo de vasculhar as páginas do Manual dos Monstros em busca do próximo grande cara mau na minha campanha, e é por isso que ele foi classificado.
Lições Aprendidas
Iria eu furtar estes vilões para a minha própria campanha? Pode apostar. Uma campanha nunca tem bons vilões de mais — Eu realmente acredito nisso. Além de suas admiráveis características, o vencedores do concurso Melhor Vilão de Todos me lembraram de três coisas importantes:
- Vilões (mesmo os espertos) cometem erros. As vezes isso inclui não matar os heróis quando eles tem a chance!
- Nem todos os vilões precisam de uma agenda que abale o mundo para serem legais.
- Vilões vem em todas as formas e tamanhos.
É um pouco de digressão, mas Boraxe (um dos membros da nossa comunidade) tem um grande conselho de Mestre em sua assinatura do Fórum, que estou parafraseando aqui: Balance vários ganchos de aventura em frente aos seus jogadores. Qualquer coisa que eles não morderem pode voltar para morde-los depois. Você nunca sabe que vilões vão chacoalhar as gaiolas dos jogadores, então o truque é continuar inventado novos vilões.
Até o próximo encontro!
— Mestre para toda vida,
Chris Perkins
Tradução:Aguinaldo “Cursed Lich” Silvestre
Fonte: Wizards of the Coast
“O artigo acima é uma tradução com o intuito de divulgação do D&D® 4ª Edição do material disponibilizado gratuitamente no site da Wizards of the Coast , e que é propriedade da Wizard of the Coast LLC e de sua representante oficial no Brasil, a Devir Livraria . Ele foi postado aqui sob a <a href=”http://www.wizards.com/fankit/fantoolkitdnd.html” target=”blank”> Wizards’ Fan Site Policy . Qualquer discrepância entre os termos aqui usados e os dos livros de D&D® 4ª Edição já lançados ou futuramente lançados em português, prevalecem sempre os termos oficiais estabelecidos pela Devir Livraria .”
“ Wizards of the Coast , Dungeons & Dragons® and their logos are trademarks of Wizards of the Coast LLC in the United States and other countries. © 2009 Wizards. All Rights Reserved.”</i>
” REDE RPG is not affiliated with, endorsed, sponsored, or specifically approved by Wizards of the Coast LLC. REDE RPG may use the trademarks and other intellectual property of Wizards of the Coast LLC, which is permitted under Wizards’ Fan Site Policy . For example, DUNGEONS & DRAGONS®, D&D®, PLAYER’S HANDBOOK 2®, and DUNGEON MASTER’S GUIDE® are trademark [s] of Wizards of the Coast and D&D® core rules, game mechanics, characters and their distinctive likenesses are the property of the Wizards of the Coast . For more information about Wizards of the Coast or any of Wizards’ trademarks or other intellectual property, please visit their website at (www.wizards.com).”
***