O Cetro de Fayena

……….Foi preciso um pouco mais de tempo para que os olhos de Keaton se adaptassem ao profundo negror da caverna em que acabara de entrar. Seus pés caminhavam sobre uma superfície úmida e viscosa; um descuido resultaria num tombo de proporções devastadoras. “Tome cuidado, tome cuidado”, ele repetia como fosse uma sentença que o salvaria dos perigos que o cercavam, mas, na verdade, essas haviam sido as últimas palavras pronunciadas por Lahm, o companheiro de aventuras, e amigo de infância, que o jovem Keaton vira morrer em seus braços, após lutar bravamente contra o basilisco que deram por encontrar na busca pelo Cetro de Fayena, valioso artefato com propriedades mágicas desconhecidas.

……….A criatura possuía oito patas e uma espinhosa carapaça que iniciava-se em sua cabeça – pouco acima dos olhos – e estendia-se até o último centímetro de sua calda. Keaton não pôde compreender o fato de a criatura ter-se retirado após dar cabo à vida de Lahm. Não é um comportamento comum aos basiliscos afastar-se dos que se intrometem em seus covis sem transformá-los em estátuas de pedra e seguidamente devorá-los. Porém, a tristeza inefável e o ódio que transcenderia o sentimento mais perverso não deixavam que o jovem herói perdesse um segundo pensando no que a criatura havia deixado de fazer e ia de encontro aos seus atos ordinários.

……….Assim que a besta sumiu na escuridão de sua caverna, Keaton empunhou com força o cabo de sua espada, ergueu-se, e partiu na direção do umbral rochoso esculpido pelas mãos da natureza.

……….Agora que estava lá dentro, ele começava a temer por sua vida, a refletir: talvez a volta do basilisco ao interior do covil fosse uma estratégia para apanhá-lo num terreno desfavorável. Mas ele devia seguir, já não tinha nada que perder e, caso recuperasse o Cetro, vendê-lo daria a ele uma remota possibilidade de trazer seu amigo de volta ao mundo dos vivos.

……….Trêmulo, sem poder conter a transpiração de suas mãos e a excitação de seus músculos contraídos, Keaton avançava, lentamente, passo a passo. Os incautos certamente cairiam numa fenda ou seriam apanhados por outras armadilhas naturais, Keaton não queria ser um deles, queria poder lutar antes de morrer, como ocorrera a Lahn. Por isso a lentidão até mesmo ao acender a tocha que lhe revelou o horror em que se encontrava, as inúmeras e imprevisíveis depressões prontas para detê-lo caso seus passos não fossem firmes e equilibrados o suficiente…

……….Quanto mais obstinadamente seguia, Keaton descobria a existência de túneis e mais túneis que conseqüentemente tornariam dificultoso o trabalho já suscetível a um sem número de erros, e, pensando que poderia a qualquer momento encontrar seu nada amigável anfitrião, ele apertava os olhos, forçava-os a enxergar, sabia que precisaria da visão mais do que nunca. Aquele escuro quase palpável assemelhava-se ao medo que transbordava em seu peito.

……….Engolindo suas deduções de que a morte era inevitável e brevemente o alcançaria, ele respirava baixo, distribuía passos austeros por onde julgava seguro prosseguir. Ele não poderia de forma alguma saber aonde aqueles túneis o iriam levar, mas seguia… seguia por Lahn, pois havia entregue seu destino aos deuses assim que optara pela vingança em lugar da fuga, da covarde segurança de uma cidade e uma jarra de cerveja.

……….Mais alguns passos adiante e nenhum sinal da besta, até que, de súbito, seus pés relutaram em seguir adiante.

……….A imagem entalhada na lâmina de sua espada – um raio segurado por um punho fechado – tratava-se do símbolo atribuído a Heironeous, o deus dos atos heróicos. A ele eram direcionadas as preces murmuradas por Keaton no instante em que o rapaz, ofegante, viu-se perante o basilisco que, como parecesse espelhar-se nos movimentos do intruso, não dava quaisquer indícios de que investiria contra seu adversário.

……….Clamando pelos augúrios da divindade do heroísmo, Keaton avançou desenfreadamente contra o monstro com forma de lagarto. Este, por sua vez, permaneceu imóvel, e, num misto de dor e desespero, Keaton sentiu que os olhos do basilisco haviam se voltado para ele. Uma secunda batalha teve início, esta, porém, em sua mente, e, sem que ele pudesse evitar, suas mãos foram à cabeça, apertando-a entre as duas palmas, como se tentassem espremer aquela força maciça que a invadia desmesuradamente.

……….Keaton adquiriu as mais nítidas características da angústia e do pesadelo, seus dedos contorciam-se, seus músculos enrijeciam-se cada vez mais, embora o aventureiro tentasse a todo custo permanecer capaz de se movimentar, tal como era necessário para combater a besta assustadoramente parada, a poucos metros dele.

……….O jovem Keaton, sentindo seus movimentos cada vez mais distantes, transformava qualquer centelha de esperança em esforços para desviar seus olhos dos olhos da fera. E, quando não podia acreditar livrar-se daquele olhar aterrador, percebeu então que fitava uma feroz bocarra, capaz de devorar um halfling com inexprimível facilidade… Não mais os olhos, não mais aqueles olhos frios e mortíferos. Ele estava livre do risco de ser transformado no mais recente objeto de decoração daquele covil amaldiçoado.

……….Saltou rapidamente ao chão em busca de sua espada, para, depois de apanhá-la, pôr-se novamente de pé e dar continuidade ao combate.

……….Desta vez, guiando-se apenas pela sombra do basilisco, ele investia com toda sua força e descarregava uma torrente de golpes contra a pele enrugada do alvo que percebera a reação do herói e parecia compreender que sua mais temida habilidade já não produziria efeitos.

……….O monstro então decidiu ser um inimigo a altura, atingindo violentamente, com uma devastadora mordida, o abdômen do aventureiro. As garras procuravam o rosto do jovem… o rosto tomado de incomensurável desespero, mas que trazia em suas formas rústicas as linhas  da bravura.

……….A luz da tocha dava sinais de querer apagar-se, a fera, a cada estocada recebida, avançava com maior e incontrolável destempero contra Keaton, e este não pretendia cessar, mesmo que o suor interferisse na sua empunhadura; escorresse por sua testa suja e arranhada e fosse arder nos seus olhos, ele não pretendia parar… A exaustão e a dor somente o faziam lembrar de que Lahm sofrera até às últimas consequências, então, ele também sofreria.

……….Ele foi arremessado contra a parede irregular da caverna. Os estalidos que ouvia davam-lhe a certeza de que seus ossos estavam sofrendo mais do que poderiam suportar. O monstro avançava em sua direção. Cada passo dado pela criatura era um motivo a mais para que o aventureiro acreditasse no fim de seus dias.

……….Em toda sua vida ele jamais quis seguir outro caminho que não este: o de arriscar-se a cada pôr-do-sol deixado para trás. As noites insones, os mares atravessados em embarcações pouco confiáveis. As recompensas por cada trabalho realizado. Mas que valor essas coisas teriam diante de uma morte tão horrível como a que se aproximava?

……….Ele era jovem (vinte e seis anos) e, desde muito cedo, o espírito errante dos aventureiros manifestava-se em suas caminhadas ao redor de Dhedluk, a pequena cidade no interior da Floresta do Rei.

……….Mal havia completado dezoito anos quando deixou a Terra do Dragão Púrpura, e, por conseguinte, sua família e sua casa, para seguir com o amigo Lahm, em busca de ouro e glória.

……….Onde ele estava agora? Seu melhor amigo havia morrido, suas esperanças perto da destruição… Ele havia derrubado incontáveis inimigos com a espada que jazia a seu lado, suas mãos, agora, não tinham forças para erguer uma pluma. Ele havia visitado os mais fascinantes vales, montanhas ímpares em beleza e magnitude, ruínas de antigos impérios, onde dormem mágicas e tesouros secretos. Aquela caverna parecia muito pouco, muito pouco para ele.

……….Para sua ousadia.

……….O basilisco operou seu último golpe, seguido de um estertor que mais soou como um desabafo. Ele finalmente se livraria daquele incômodo visitante. Duas de suas oito patas despencaram sobre o jovem debilitado, partindo-lhe os ossos que ainda estavam inteiros.

******

……….Keaton e Lahm pouco sabiam acerca do Cetro de Fayena quando resolveram partir em sua busca.  O mapa encontrado em uma de suas expedições apontava uma montanha ao norte da Floresta de Hullak e ao sul de Tilverton como provável local onde haviam sido guardados os espólios da feiticeira que um dia habitou aquela região hostil. “É um objeto valioso”, disse um velho mago da cidade de Hultail, quando consultado pelos aventureiros, “Se o encontrarem, por favor, tragam-no até mim, eu ficaria feliz em estudá-lo, mesmo que tivesse de pagar por isso.”

……….“Você não sabe o que ele faz?”

……….“Jovem Keaton, nós magos, por mais que pesquisemos, jamais conheceremos tudo o que há em Toril. Eu não sei o que o Cetro faz, mas certamente li ou ouvi falar a respeito; e, como disse, se vocês puderem trazê-lo até mim… bem, podemos descobrir isso juntos.

……….“A mim não importa o que ele faz”, disse Lahm, “Os pergaminhos que encontramos o descrevem como ‘um artefato de valor inestimável’, isso é o suficiente para que eu vá buscá-lo onde quer que esteja.”

……….Keaton sorriu. O velho mago simplesmente abaixou a cabeça; o gesto – embora não desse a entender – reprovava a ignorância de Lahm.

……….Ao amanhecer, os dois amigos partiram para a cadeia de montanhas conhecida como Os Picos do Trovão, deixando a cidade e o mago de cabelos ruivos esbranquiçados para trás. O velho sabia o que os jovens enfrentariam para recuperar o Cetro que, há muito tempo, pertencera a Fayena. Sua querida Fayena. Ela possuía olhos tão-somente para o poder… Uma verdadeira lástima. Mas ela havia escolhido o isolamento naquelas montanhas. Não houve nunca algo que ele pudesse fazer para salvá-la de sua própria ambição.

******

……….Os esforços de Keaton foram exitosos. Sua mão alquebrada retornou da algibeira de sua calça com um frasco de vidro arredondado, que era pouco menor do que a palma de sua mão. O frasco trazia em seu interior um líquido verde, levemente amarelecido. Uma pequena rolha de cortiça impedia o escoamento do líquido. Keaton prendeu a rolha entre os dentes e a puxou com força, movendo a cabeça para trás. Todo o conteúdo entornou-se em sua boca… O gosto não era dos melhores, e, conquanto o efeito esperado se concretizasse, ele poderia ser o pior.

……….Num piscar de olhos, o corpo do aventureiro tornou-se diáfano. As duas patas dianteiras do basilisco, firmadas sobre seu torso, subitamente o atravessaram. Keaton não acreditou. Ele estava livre, porém, em delicadas condições. Seus ferimentos o maltratavam, e, por mais que ele quisesse acabar com aquela criatura e vingar seu amigo, a fuga era seu único caminho.

……….Uma pequena fenda estivera todo tempo sob seus pés. Agora, leve e maleável como uma nuvem, ele poderia infiltrar-se naquele túnel minúsculo e rezar para que este o transportasse para um lugar mais tranquilo.

……….Sem enxergar um palmo a sua frente, ele percorreu as emaranhadas passagens. Um labirinto é sempre pior quando nos deparamos com as bifurcações que ele nos apresenta: elas são as suas armas fatais. Neste caso, Keaton seguia por onde seu corpo translúcido percebia-se desimpedido. Ele não podia atravessar as rochas, ou paredes de qualquer espécie, mas pequenas aberturas não seriam problema.

……….A escuridão o atormentava como um terrível pesadelo. Ao fundo, o ruído longínquo de água corrente despertou suas moribundas esperanças. A água precisa sair, ele pensou, e decidiu seguir o som até deparar-se com a luz que se deixava entrar por uma abertura na montanha; uma extraordinária queda d’água formava-se numa encosta íngreme e rochosa.

……….Esfalfado, ele dormiu sobre um berço de pedras salientes; as águas lavaram o sangue de suas feridas. Ao abrir os olhos, uma surpresa: nenhuma dor, nenhum vestígio dos maus momentos pelos quais havia passado.

******

……….A mulher nas vestes clericais pousou a mão sobre a testa de Keaton. “A febre se foi”, ela disse, “E veja, ele está abrindo os olhos!”

……….“Bom trabalho, Mirna!”, exclamou o homem à margem do riacho, seu tom de voz veio carregado de ironia. “Agora, diga que ele nos deve uma poção de cura.”

……….“Isso não tem graça”, advertiu a clériga, “Imagine-se no lugar dele.”

……….O homem proferiu baixinho alguns resmungos que não chegaram aos ouvidos de sua companheira. Ele espalhou um pouco de água pelo rosto, e pôs-se a encher os dois cantis que trazia preso a uma enorme mochila de carga.

……….“Você está bem?” perguntou a mulher, olhando nos olhos do rapaz empalidecido. Ele tremia de frio, embora o tivessem retirado da água e levado para um lugar seco. Suas roupas permaneciam encharcadas.

……….“Estou… mas… q–quem são vocês?”

……….“Eu me chamo Mirna, e aquele é meu companheiro, Lilian. Nós passávamos pela trilha na montanha quando avistamos um corpo próximo à entrada destas cavernas…”

……….Com a voz pesarosa, Keaton murmurou o nome do amigo.

……….“Bem”, ela prosseguiu, “pensamos que alguém poderia estar em perigo, e decidimos entrar. Nós derrotamos a criatura, o basilisco, ele estava bem ferido, não nos deu muito trabalho.” Ela retirou da mochila uma espada com a insígnia de Heironeous, “Acho que isso pertence a você.”

……….“Sim, é minha espada; mas, como vocês me encontraram?”

……….“Rennes farejou você?”

……….Os pelos do lobo, negros como carvão, fizeram com que Keaton não o percebesse até que Mirna o apontasse com os dedos compridos de sua mão esquerda. O animal repousava ao lado de Lilian, imóvel – observando a água que corria para fora da caverna.

……….Eles não encontraram o Cetro, pensou Keaton, talvez nem saibam que ele exista…

……….Lilian levantou-se e caminhou, tomando lugar ao lado de Mirna. “Então, ele disse, “podemos seguir viajem?”

……….“É claro que podemos”, respondeu a sacerdotisa, pondo-se também de pé, “vamos sair daqui. Você vem conosco?”

……….Keaton foi pego de surpresa. Ele não esperava esse convite, e ainda tinha assuntos a resolver naquele lugar. Depois de tudo, com o basilisco fora do caminho, o Cetro estava mais próximo do que nunca.

……….“Para onde?” ele perguntou, erguendo-se com certa dificuldade.

……….“A princípio, vamos para Tilverton” Mirna olhou para o companheiro, como se perguntasse: Não vamos, Lilian?

……….“Eu pensei que o convite fosse para ele nos acompanhar até a saída da caverna.” Lilian respondeu, sem se preocupar com o que haveria de pensar o “ele” em questão.

……….“Não leve isso a sério” disse Mirna, “Você pode vir conosco até a cidade, depois… bem, você deve ter para onde ir.”

……….“É… sim, eu tenho” Keaton respirou fundo, pensando que o Cetro pudesse esperar até mais tarde.

……….O percurso até a saída serviu para que os viajantes se conhecessem um pouco melhor. Uma caminhada de vinte e tantos minutos é o suficiente para algumas histórias – curtas é verdade –, e algumas risadas. Keaton viu-se ao lado de aventureiros um tanto mais experientes do que ele, não só pela idade, afinal, eles haviam abatido o basilisco: um desafio e tanto, pensou.

……….No entanto, o Cetro ainda atraía para si as preocupações do jovem herói. Por que raios o destino pôs aqueles pergaminhos em suas mãos, para levar embora a vida de seu amigo? Para quase matá-lo? Não era justo, ele nunca havia feito mal algum a qualquer ser vivo que não o merecesse. Suas ações, embora visassem seu lucro e satisfação, jamais se defrontaram com a justiça e com a dignidade. Ele não merecia que os deuses o pregassem tal peça… é claro que ele sabia dos riscos quando decidiu seguir esse caminho, mas você não faz uma coisa quando tem a certeza de que o preço a pagar é a sua vida, faz? Bem, acho que não – a não ser que isso valha muito para você –. E, para Keaton, nenhum objeto encantado valeria sua vida.

……….“Eu me chamo Keaton”, ele disse, após ser interpelado por Mirna, que, num instante de silêncio, lembrou-se que o jovem não havia se apresentado, fato que ela não tomou como má educação, mas, sim, como um mero esquecimento, ele tinha passado maus bocados, devia estar aturdido, precisava de tempo para se recuperar completamente.

……….A trilha usada como atalho para aventureiros que passavam pela região trouxe más lembranças para Keaton; no entanto, nada superaria o espanto de ver que o corpo do amigo não estava onde o vira pela última vez.

……….“Raios! Onde está meu amigo? Foi exatamente aqui que tudo aconteceu.”

……….A terra sob seus pés estava manchada de vermelho.

……….“Não se preocupe”, disse Mirna, com o intuito de consolá-lo. “Deve haver alguma explicação para isso?”

……….Os rosnados do lobo alertaram os viajantes. Em posição de ataque, ele apontava com os olhos para o alto de um rochedo que sombreava o atalho. “Tem algo errado”, sussurrou Lilian, sacando seu sabre com exímia habilidade.

……….Mirna apertou com a mão direita o medalhão de prata que pendia sobre seus seios. Uma fina corrente do mesmo material o mantinha preso no pescoço da sacerdotisa. Em seu íntimo, de olhos fechados, ela fazia uma prece.

……….Assustado, Keaton se manteve no mesmo lugar, ele obviamente não estava pronto para outra batalha, ainda sentia dores por todo o corpo, e sua cabeça girava como as pás de um moinho num dia de fortes ventos. “O que você está vendo?” ele perguntou para Lilian.

……….“Eu não vejo nada, ainda, mas o Rennes…”

……….Um grito perturbador atravessou as palavras do ranger. Do topo do penedo uma figura ainda mais bizarra saltou na direção de Mirna. No mesmo instante uma densa claridade surgiu desde o medalhão, atingindo a criatura em pleno voo, esta, por sua vez, desintegrou-se como fuligem ou uma escultura de areia à beira da praia.  Keaton sob quaisquer circunstâncias deixaria de reconhecer o amigo… Ele fechou os olhos, enquanto os últimos vestígios da aparição desapareciam no ar das montanhas.

……….“Sinto muito” disse Mirna, seus olhos tristes, seu peito arfante.

……….“Você não teve escolha”, ele disse. “E, além do mais…”

……….“… Aquele não era seu companheiro” completou Lilian, recolhendo o sabre. “Era apenas o corpo dele, feito escravo de uma força maligna, que certamente habita essas cavernas.”

……….“Nós devemos descobrir quem fez isso” disse Mirna. “Coisas como essa não podem se repetir.”

……….Keaton olhou para o horizonte. O sol, em seu esplendor glorioso, tingia com a cor do sangue dos heróis o céu rajado por nuvens rarefeitas. Ele abaixou a cabeça, apanhou os pergaminhos de sua bolsa e entregou-os à Mirna: “Vocês podem fazer isso se quiserem”, ele disse. “Eu só preciso ir embora deste lugar.” Os passos do jovem pareciam ter o peso de todas aquelas montanhas dentro de suas botas, seu coração, porém, estava mais pesado, e sua alma seguiu cortada por lâminas de tristeza.

……….Mirna, após correr os olhos sobre os pergaminhos que lhe haviam sido entregues, deixou escapar de seus lábios, repletas de interrogação, as palavras: “Cetro?… Fayena?…”

Fim

1 Comment
  1. Gostei do conto. Tentando mostrar as motivações do personagem. Bem legal.

Leave a Reply