Off, esse vilão que estraga o jogo

Você montou um personagem consistente e interessante, jogou bem e jogou justo. Mas deu tudo errado. A culpa? Do OFF.

Eu podia dizer para você: “relaxa, isso é só um jogo” , mas você teve trabalho e estava se divertindo, e merece saber o que aconteceu. Eu podia dizer também que é culpa dos mestres que permitiram o OFF, mas vamos ser francos: um Live Action se faz com mestres e jogadores, e o mérito quando dá certo e a “culpa” quando dá errado é de todo mundo.

Um Live, da produção mais simples até a mais elaborada, é complicado de produzir. Demanda gastos, props, indumentária, local, tempo de criação de histórias e plots, além de gastos variados. Destruir o jogo de muitos pelo off de 1 não é certo, não é justo e não é bom negócio pra ninguém! (Mini Live Vodacce, 7th Sea)

OFF é que nem bola de neve. Em pouco tempo se transforma em algo incontrolável descendo ladeira abaixo. Só existem duas formas de se evitar que aconteça e elas precisam estar o tempo todo lado a lado. A primeira é óbvia, jogar justo (fair play), como já conversamos nos meses anteriores, e a segunda é barrar qualquer tentativa de OFF, por menor que ele seja ou por mais tentador que ele seja, na hora que você desconfia que ele está acontecendo, seja você o mestre do jogo ou só um jogador. Se não for barrado, o OFF vai se transformar num monstro, o pior vilão do seu Live Action, e vai sair carregando quem encontrar no caminho. Eventualmente, você. Ou o Live inteiro.

Deixe o off para depois do jogo, para confraternizar, surpreender e se divertir com seus amigos... (Aniversário do Daniel Braga, na época do BBN, comemorado no fim do Live)

Antes de mais nada, saiba que eventualmente você pode jogar em OFF, ainda que só um pouquinho, sem nem perceber. O OFF pode se disfarçar de ON.

O OFF clássico todo mundo conhece. É tudo aquilo que você sabe, mas seu personagem não, seja uma informação de outro personagem do jogo ou uma regra de um livro. Lidar com essas informações é sempre muito difícil e a melhor dica é “nem queira saber” . Evite conversar sobre qualquer coisa que seu personagem não tem conhecimento. Se um amigo quiser lhe contar em OFF um segredo, mesmo sabendo que você é de confiança e mesmo você sabendo que não irá passar adiante ou usar a informação, recuse educadamente. No meio de um Live, separar o que é ON do que é OFF pode ser mais difícil do que você imagina (lembre-se que num Live você precisa pensar e agir rapidamente, e as vezes o OFF… opss… escapou!), e certos conhecimentos, se você pretende jogar justo, podem afastar seu personagem de certos pensamentos ou investigações que lhe levariam em ON a descobrir o tal segredo. E se o segredo for interessante, a tentação de tentar descobri-lo em ON também pode ser grande. Eu posso apostar que você e seu amigo têm muito para conversar sem ser sobre seus personagens ou sobre os outros personagens do jogo.

Mas existem outros tipos de OFF. Coisas que acontecem supostamente em ON, mas que se o jogo fosse “de verdade”, nunca teriam acontecido. Esses são os tipos mais perigosos de OFF e às vezes nos passam desapercebidos. Para se livrar deles a dica é simples: durante o jogo, pense como seu personagem pensaria. Se você já faz isso, ainda assim, pode ajudar a evitar esse tipo de OFF ficando atento ao que acontece à sua volta. Mas do que estamos falando afinal? Bom, vamos ver se eu consigo através de uma história hipotética, mostrar OFF acontecendo disfarçado de ON e seu devastador efeito bola de neve…

Vamos imaginar um jogador de nome “João” que para um live de Vampire criou um personagem chamado “Thomas”. Thomas tem, como todo personagem de Vampire, aliados, inimigos e antagonistas e têm história compartilhada com diversos personagens do jogo. E então, em dado momento, seu jogador, João, comete um deslize, eventualmente sem nem perceber, e começa o desastroso processo da bola de neve.

a) Fazendo correlações em OFF: João, nosso jogador, descobriu algo (não importa muito como, vamos supor que em ON, ou seja, o seu personagem Thomas descobriu!) sobre outro personagem do jogo que se mostrou significativo para a trama da história: um terrível segredo. Digamos que a descoberta desse segredo gerou diversas histórias e teve prosseguimento no Live, mas agora o assunto já está resolvido e acabado.

João , enquanto jogador, sabe que o jogador que teve seu personagem descoberto tem amigos que costumam fazer historias parecidas, ou plots em comum e por isso pode ter motivos para desconfiar que algumas pessoas da relação do jogador, que teve os segredos de seu personagem revelados, devam possuir também seus segredinhos sujos e então começa a investigá-los. Certo? Não… Completamente errado.

É fato que tudo que João descobrir depois que fizer seu personagem Thomas começar a investigar os tais outros personagens vai de certa forma virar ON, mas os motivos da sua investigação não foram. Seu personagem não tinha porque desconfiar de absolutamente nada (já que os jogadores envolvidos é que possuíam afinidades, e não necessariamente seus personagens) e, portanto, não teria começado nenhuma investigação. Ainda que o fruto dessa ação possa parecer para quem está de fora como ON, ela é OFF, porque foi motivada em OFF. Quem desconfiou de algo foi o JOGADOR e não o Personagem de João, já que esse não tinha base para desconfiar de nada e portanto, nada a investigar.

b) Tomando atitudes em OFF: Vamos supor que passou desapercebido aos jogadores e aos mestres que a motivação do personagem Thomas era em OFF e a investigação ocorreu. Temos aí um evento que aconteceu em ON, motivado em OFF e que não tem nome nem lugar nos acontecimentos do Live, mas agora existe e é preciso lidar com o ocorrido.

O personagem que foi investigado era na verdade um, até então, grande aliado do personagem Thomas. Mas o segredo é realmente sério e, possivelmente sendo mesmo verdade, a amizade entre os dois personagens se tornará, em teoria, impossível dali para diante. O que fazer então? João através do seu personagem Thomas decide contar o que descobriu para vários personagens, seja para ajudá-lo a investigar mais a fundo, seja para tomar providências contra o seu até então aliado. Correto? De novo, totalmente errado.

O jogador João tem certeza de que o que descobriu é uma informação quente, mas será que o personagem Thomas acharia o mesmo? Será que mesmo frente a evidências, não ficaria na dúvida, e não se sentiria obrigado moralmente pelo seu código de ética e pela história conjunta dos personagens, em confrontar seu antigo aliado, perguntá-lo a respeito do que foi descoberto, e ouvir sua versão dos fatos?

É preciso lembrar que infelizmente ou felizmente, toda ação de um personagem após descobrir algo (mesmo nesse caso, que a descoberta foi motivada por algo em OFF), vai virar ON e todo jogador tem a responsabilidade de agir exatamente como seu personagem agiria. Por mais que o jogador João ache que seria muita ingenuidade ir perguntar para o personagem desmascarado, Thomas, seu personagem, faria isso, afinal o aliado (ou agora ex-aliado) pode ter, em ON, uma boa explicação (ou uma boa desculpa) que irá gerar plots, mudanças (ou não) nas relações de seus personagens, história circulando em jogo. Ao mesmo tempo, João estaria agindo duplamente com fair play, primeiro por seguir a natureza e história de seu personagem e, segundo, por dar a chance do outro jogador saber o que está acontecendo. Como o outro jogador foi “descoberto” por uma investigação motivada em OFF e não por algum deslize que ele tenha cometido, ele não pode nem supor que está em uma situação de perigo, e o mais justo é que ele tenha ao menos uma chance de se defender, uma vez que o suposto segredo (que pode nem ser verdade) já foi revelado. Eventualmente, o personagem Thomas pode ser convencido de que estava enganado (mesmo que o jogador João não se convença disso) e o que começou em OFF se encerre ali, sem maiores conseqüências. Ou, na pior das hipóteses, o outro jogador ao menos foi alertado e seu personagem pode tomar providências, sejam elas quais forem.

Mas vamos supor que o jogador João resolveu que seu personagem Thomas não iria confrontar seu antigo amigo, já que João tinha certeza que o outro jogador ia negar tudo, e pior: teria tempo para se armar contra ele… Nossa bola de neve acabou de crescer mais um pouquinho.

c) Sentindo medo em OFF: Vamos continuar nossa história. A grande verdade é que o personagem Thomas ainda não sabia de muita coisa. Já que sua suspeita começou em OFF, ele não tinha muito por onde seguir e pediu ajuda a alguns outros personagens. Um desses personagens começa a fazer perguntas a todo mundo e usar suas próprias habilidades para descobrir mais. Esse personagem também teria vários motivos em ON para confrontar o personagem que está sendo investigado, mas ao invés disso, começa a fechar o cerco em torno do alvo da investigação. Coloquemos em cena agora um novo jogador, o qual chamaremos de Roberto, e seu personagem que vamos chamar de Francis. O personagem Francis é o mais fiel aliado do alvo da investigação, e é honrado e corajoso. Quando confrontado, entretanto, o jogador Roberto fica assustado e conta absolutamente tudo que sabe ou acha que sabe. Não há muitos conselhos a se dar nesse caso: se determinado personagem não tem o seu perfil e você não se sente confortável em representá-lo, não jogue com ele. Pois uma vez com o personagem, ao não representá-lo direito, um jogador não prejudica apenas a si mesmo, mas ao Live como um todo e aos jogadores/personagens mais ligados a ele em especial. O personagem do jogador investigado tinha plena confiança no personagem Francis e nem de longe estava enganado sobre esse personagem. Infelizmente na nossa história, o jogador Roberto, seja pelo motivo que for, inclusive o de facilmente se sentir acuado, já não era digno de tanta confiança.

Agora o personagem Thomas já tem uma série de informações que lhe foi contado em ON pelo personagem Francis. Mas a bem da verdade, se olharmos de perto, quem estava investigando era o jogador João e quem contou os segredos foi o jogador Roberto. Nossa bola de neve acabou de crescer um pouco mais.

d) Omitindo, em OFF, as informações: Nada do que aconteceu até agora deveria ter acontecido, mas o fato é que, para a tristeza geral, mesmo sendo motivadas em OFF, as informações chegaram ao personagem Thomas em um suposto ON e, em teoria, tudo estaria valendo.

Mas como já falamos, o personagem que foi investigado nem de longe tem como desconfiar do que está acontecendo, já que ele não cometeu nenhum erro e sempre esteve acima de qualquer suspeita. Seu jogador tem menos chances ainda de descobrir algo, exceto se mesmo com a bola de neve já crescida, todos os jogadores envolvidos se lembrarem da expressão mágica para um Live Action dar certo: o fair play.

Como dissemos, o personagem Francis é o maior aliado do personagem investigado. Os dois possuem uma convivência próxima e constante, conversam muito e se conhecem muito bem. Mas o personagem Francis, querendo ou não, acaba de trair seu aliado revelando seus segredos mais escondidos… Uma vez que a amizade era mesmo sincera, Francis fatalmente daria sinais ao seu aliado do seu desconforto, da sua culpa, eventualmente do seu arrependimento. Ainda que, envergonhado de sua fraqueza, não confessasse seu erro, o tempo de conhecimento mútuo daria pistas ao seu amigo de que algo não ia bem. A obrigação do jogador Roberto era deixar escapar esses sinais, e dar ao outro jogador uma última chance de tomar algum tipo de providência e se defender do que estava por vir. De saber o que, DE FATO, seu personagem teria condições de ao menos desconfiar…

Mas a bola de neve está para crescer um pouco mais. O jogador Roberto, sabendo que pisou na bola, começa a evitar o jogador do personagem investigado, porque não sabe muito bem o que vai dizer ou como vai agir. E quando o contato dos personagens é inevitável, age como se absolutamente nada tivesse acontecido, por medo da reação que o personagem aliado pode vir a ter e omite as informações que o outro jogador/personagem teria acesso. A bola de neve vai começar a rolar ladeira abaixo.

e) Mestrando em OFF : O jogador Roberto agora está numa situação limite, uma vez que contou em ON o que seu personagem Francis nunca teria contado, se fosse alguém de verdade, e não um personagem que precisa de um jogador para determinar suas ações. Quando a bomba estourar ele vai estar realmente em maus lençóis, e da lista de coisas que ele pode fazer, ele escolhe a pior delas: a que vai determinar o início do rolar da bola de neve…

O personagem Francis não tinha porque trair seu aliado, mas o fato é que ele já o fez. Ao invés de contar ou deixar que o jogador investigado ao menos desconfie, seu jogador, Roberto, faz com que Francis comece desesperadamente a procurar razões para que seu antigo aliado se torne agora, seu inimigo mortal. Alia-se aos seus antigos inimigos, e aos outros ex-aliados. E procura um mestre, para um jogo onde todos os antigos laços de amizade entre o personagem Francis e o personagem investigado serão desfeitos, novos segredos revelados, numa busca frenética para justificar a posteriori, ou achar desculpas plausíveis para a traição que já aconteceu.

O mestre é pego no fogo cruzado e também dará sua contribuição para o crescimento da bola de neve que está em vias de rolar por sobre todo o Live, sem dó nem piedade. Por estar mal informado (vocês lembram, no artigo sobre o Fair Play dos mestres, que os mestres PRECISAM compartilhar TODAS as informações com os outros mestres?), por não saber que tudo isso começou de um OFF, e/ou por achar que os outros mestres talvez estejam protegendo o personagem investigado (que nem deveria ter sido investigado, se vocês lembram o começo dessa triste história) e discordar do procedimento dos outros mestres (lembrem de novo, que um mestre, por mais que discorde da condução dos demais companheiros, não pode desautorizá-los ou agir sem o seu conhecimento…), ele aceita mestrar esse jogo e, no fim dele, o personagem Francis, o maior de todos os aliados, se torna algo como o nêmesis de seu antigo amigo.

f) Consumando o OFF: Agora, com o jogador Roberto julgando que o personagem Francis já se sente livre para trair seu antigo aliado, começa a espalhar a história para todo mundo e conspirar a morte do investigado, sem dar sequer uma pista para seu antigo aliado, com quem ainda convive. Ou pior, avisa aos mestres que já não mais convive com seu antigo aliado, mas se esquece de um pequeno detalhe: avisar o jogador do personagem investigado de que se afastou repentinamente dele…

E o personagem investigado? Bom, ele continua sem saber de nada, embora continue em teoria convivendo e compartilhando informações com todos seus antigos aliados. Durante todos esses eventos não lhe foi dado nem o direito de rolar alguns dados ou fazer um jokempô para, no mínimo, desconfiar que algo não anda bem, mesmo tendo todos os motivos do mundo para desconfiar isso (fatalmente ele sentiria seus antigos aliados agindo de modo estranho…). Seu jogador nem pensa em perguntar algo aos mestres ou demais jogadores, pois como nada lhe foi dito e nenhum erro cometido, ele tem todos os motivos para acreditar que tudo continua bem.

Mas o fato é que nada está bem. Em alguns dias, todos os personagens do Live sabem de seu segredo e o jogador, que descobre o que está acontecendo por mero acaso (eventualmente quando já é tarde demais), se sente traído pelos companheiros de jogo, pelos mestres, por todo mundo, e abandona o Live chateado. Ou não descobre e é morto pelas costas, sem ter podido ao menos desconfiar do que viria, não porque os demais jogadores representaram bem seus personagens, mas porque se motivaram em OFF, agiram com posturas em OFF, ocultaram informações… Ou ainda descobre, elimina seus antigos aliados (que morreram apenas por terem jogado em OFF) e outros inocentes no processo, porque o personagem, que não desconfiou até então de ninguém por que informações foram sonegadas, ao descobrir, tem que supor quem serão seus alvos e pode acabar atirando nos alvos errados no processo. Ou por fim, o que talvez seja até o mais provável, mesmo com a confirmação do personagem Francis, no fim das contas, as suspeitas eram todas infundadas, Francis estava mal informado ou interpretou mal, e seja qual for a reação final do personagem investigado (morrer sem nem saber o porquê ou sair atirando para tudo quanto é lado já que foi atacado sem motivo), o clima entre os jogadores vai ficar esquisito, não porque um agiu contra o outro, mas porque todo mundo agiu contra seu próprio personagem, e no fundo, sabem disso…

Note que, seja qual for o desfecho da história, não é um final feliz. E final feliz em Live pode acontecer mesmo com a perda de um personagem, mas definitivamente, esse não é o caso. Mesmo que os investigadores consigam seu intento, eliminando o antigo aliado, o que descobriram (ou acharam que descobriram) e como conseguiram eliminá-lo, foi feito em OFF. Sim, em OFF. Pois mesmo as informações que circulam em ON, se não foram geradas em ON, compartilhadas no que devem ser compartilhadas (ainda que sejam apenas dicas e pistas) em ON e representadas seguindo a natureza dos personagens, se tornam OFF.

Agora imaginem, dependendo do número de jogadores envolvidos no Live Action, algumas dezenas de histórias como essa, umas mais graves, outras menos, algumas seguindo toda as seqüência descrita, outras parando em alguma parte do processo, mas todas girando em torno de motivações e procedimentos em OFF. Em pouco tempo, questão de dias, os mestres terão dezenas de desistências, jogadores contrariados, perda de confiança, amigos de anos brigando, gente realmente magoada, não por que perdeu seu personagem, teve um segredo descoberto ou não conseguiu cumprir seus objetivos, mas porque foi desrespeitada como jogador, já que se sucedeu uma série de eventos que nunca teriam de fato acontecido se todos tivessem agido com fair play e, pior, ninguém teve sequer a decência de avisar ao jogador de que seu personagem estava sentindo um clima meio estranho no ar… E acreditem, Lives acabam por muito menos do que isso.

É fato: não merece o aborrecimento. É só um jogo. Mas fico me perguntando que graça pode haver em descobrir um segredo se não for totalmente dentro do jogo. Ou cumprir um objetivo se tiver ao menos uma sombrinha de OFF sobre nossos méritos. Nenhuma graça. E a grande verdade é que mesmo quem age em OFF, ainda que eventualmente, lá no fundo sabe disso… Mas às vezes, sequer percebe. Nosso amigo, o jogador João, cuja suspeita em OFF começou toda nossa triste história, pode eventualmente nem ter notado que seu personagem não teria porque suspeitar e começar a investigar. Mas isso não o exime da responsabilidade, que é de todos nós, jogadores de Live, de questionarmos continuamente as ações de nossos personagens, de não entrarmos na onda de outros jogadores, de termos sempre certeza que estamos jogando com fair play e totalmente em ON. Ou então, melhor pegar um vídeo, fazer uma pipoca, e deixar o Live Action para lá, porque Live é RPG… ROLE PLAYING GAMES. E se a gente não estiver certo de estar representando um papel, deixou de ser RPG para ser qualquer outra coisa e essa coisa, esteja certo, não vai acabar bem!

O símbolo mais tradicional do off (mão fechada, cruzada sobre o peito), usado para quando o jogador precisa se ausentar do jogo, mas permanecer no ambiente (para tirar uma dúvida com o mestre, ir ao banheiro, ou sei lá eu o que...). O ideal é usá-lo o menos possível, mas levá-lo extremamente à sério: nada de ficar xeretando conversas do jogo enquanto estiver em off. Faça o que precisar fazer e volte ao jogo o mais rápido possível, e aí sim, o que você ver/ouvir/fizer está valendo. (Live Cidade na Areia)

Por fim, um último conselho: a responsabilidade de acabar com o OFF é de todo mundo. Mesmo. A bola de neve para de rolar, de uma maneira ou de outra (infelizmente às vezes meio tarde) quanto a primeira pessoa resolve agir exatamente como seu personagem agiria. Seja não dando ouvidos, seja indo checar na fonte, seja deixando escapar as pequenas dicas que numa situação real escapariam. Mas, por outro lado, o mestre não pode ficar esperando que um jogador barre a bola de neve e precisa agir, por mais impopular que isso possa ser. Mestre de Live não pode ter medo de ter pulso forte, de ser acusado de proteger um personagem ou perseguir outro, pois como já discutirmos em outra oportunidade, se o jogador não confiar no seu narrador, então, que não jogue com ele. E cabe ao mestre, seja em que momento da bola de neve for, olhar nos olhos do jogador e dizer: “Não… seu personagem NÃO faria isso, logo, não vou permitir que você faça” ou “Isso não foi feito na presença de um mestre e por isso não vale” ou ainda “Isso não está de acordo com eventos que você tem conhecimento, portanto NÃO aconteceu”. É uma medida impopular principalmente se o uso do OFF não for propriamente acidental, mas é a única medida que pode parar de vez a bola de neve do OFF e salvar um bom Live de um triste fim.

Nos vemos na semana que vem!

Por Adriana Almeida.
Equipe RedeRPG

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