World of Warcraft – Cataclysm (resenha)

World of Warcraft – Cataclysm destruiu os pilares de Azeroth (literalmente, como ficamos sabendo em Deepholm). A terceira expansão de Warcraft chegou com promessas cataclismáticas (chega de trocadilhos infames). Em um mês, Cataclysm bateu todos os recordes de vendas para jogos de computadores, como fizeram todas as expansões de WoW, mas estranhamente a base de jogadores não aumentou (ainda são os mesmos 12 milhões de WotLK). Mas afinal o que esperar de Cataclysm?

A Blizzard ousou com Cataclysm. A Expansão avança a história de Warcraft em alguns anos. Após derrotar Arthas, o Lich King, os soldados da Horda e Aliança começam a voltar para suas casas, mas descobrem que o mundo ficou pequeno para Orcs e Humanos. As duas facções começam a expandir suas influÊncias e a guerra se espalha por regiões antes pacíficas. (Isso é, a Horda passando o cerol na Aliança que corre com o rabo Worgen entre as pernas). Porém, o que todos menos esperavam era a volta do maior malvadão de Warcraft, Deathwing. Não conhece? Sem problema, ninguém conhece. O antigo defensor de Azeroth se ergue das profundezas levando o fogo e caos em seu caminho. Lindo, mas como isso muda o jogo?

Completamente. Cataclysm não é apenas uma nova expansão como um novo continente, novas habilidades e javalis azuis (já tivemos os marrons e vermelhos, cadê os rosas?) para matar. Todas as regiões do mundo sofreram mudanças, algumas cosméticas, outras devastadoras. Mapas inteiros foram remodelados, como WPL e Desolace. Quem jogou antes de Cataclysm encontra um mundo completamente novo. Mas o grande diferencial não são as mudanças gráficas, e sim o sistema de jogo.

Em 6 anos, a Blizzard aprendeu como desenvolver seu game. A evolução dos personagens está muito mais interessante. As quests estão interligadas, com aventuras divertidas e cheias de interação com a história do jogo. É claro que as quests maçantes ainda estão lá, mas existe uma grande variedade de quests e algumas chains clássicas que devem ser feitas até mesmo no level máximo. J. Kashee Rambo se apresentando! Genial. Vale à pena começar um novo personagem só para ver as mudanças nas regiões. E depois criar outro para evoluir em outras regiões.

Outra grande inovação são as duas novas raças. Após anos isolados, os Gilneanos de Gilneas precisam resistir à invasão dos Forsaken, mas seu reino é afetado pela praga dos lobisomens. Os humanos viram Worgens. A área inicial dos Worgens é um flashback que explica como os Gilneanos se transformaram em Worgens. Do lado oposto temos a ilha da fantasia Kezan. Os goblins viviam felizes em seus hot-wheels até Deathwing destruir seu vulcão. Em um golpe de sorte, os pequenos goblins salvam Thrall (um minuto de pausa para o riso) e são recebidos pela Horda. As quests iniciais estão no nível da introdução dos Death Knights: muito interessantes e divertidas.

Porém, o que importa para a maioria dos jogadores são as áreas de level máximo, as novas áreas do 80 ao 85. São 5 áreas novas:

  • Hyjal, a antiga árvore dos Night Elfos está se recuperando, mas Deathwing e Ragnaros tentam impedir que Ysera e seus aliados salvem a Hyjal.
  • Vash’ir, é a cidade das nagas. A primeira zona aquática de WoW. Chata demais, muito grande, muito longa e muita água.
  • Deepholm é a terceira área desbravada. O mundo dos elementais da terra é bem bonito, mas maçante.
  • A quarta região é Uldum, cidade Titan escondida dos mortais por suas magias. Em Uldum, a Blizzard abusou do sistema de pashing, com cinematics (vídeos) a cada três quests. Harrison Jones é o grande herói de Uldum.
  • Por fim temos as Twilight Highlands, onde os heróis têm seu primeiro confronto com Deathwing e o Twilight Hammer. A região final é a mais antiquada, lembra as antigas regiões de Warcraft e não empolga.

As regiões são bonitos, bem feitas, mas… Apenas cinco regiões é muito pouco. Ao upar seu segundo personagem (o que os players fazem), você precisa passar pelas mesmas áreas e fazer as mesmas quest. Mesmo com as novas dinâmicas de quest e as ótimas chains em Uldum, a evolução é bem lenta e cansativa.

Outra grande novidade de WoW é a Arqueologia, a nova profissão. Arqueologia é o maior erro de WoW desde Pally 3.0. Você deve voar por 5 minutos até um site arqueológico e cavar. Repita três vezes e pegue os artefatos. Ao juntar 30 ou mais você encontra um item cinza. Repita 100 vezes para começar a encontra coisas medianas. Arqueologia não serve para nada e consegue ser pior que Fishing. Finalmente a Blizzard conseguiu melhorar Fishing. Após uppar Arqueologia, você percebe como Fishing é divertido.

Equilíbrio é uma palavra que não existe no dicionário dos jogadores. Sua classe sempre está mais fraca e seu inimigo mais forte, mas a Blizzard conseguiu um equilíbrio inigualável em Cataclysm. Toda spec é viável para PVP e PVE (viável não é GODMODE!). Nenhum MMO chega perto do nível de competência de WoW. Os novos poderes são interessantes. Alguns são muito bons (Guardian Pally), outros meh (Wild Mushroom).

A grande evolução gráfica de Cataclysm é o novo detalhamento da água. E como ficou bonito. Não é o melhor gráfico do mercado, mas para um jogo com 6 anos que roda em Pentiuns está muito melhor que a concorrência. Não é Final Fantasy XIV? Se eu quisesse ver lindas elfas peitudas eu assistia animes e não jogaria um MMO que não tem sistema de jogo!

Ainda é cedo para falar do endgame, mas aí está outro ponto negativo de Cataclysm. Tol Barad foi a evolução de Winterlag, uma zona exclusive de PVP, onde a cada duas horas as facções lutam para dominar a Fortaleza. Quem domina, tem quest adicionais e um boss loot free. Para tentar equilibrar a zona de PVP, a Blizzard limitou o número de jogadores: para cada 1 horda, 1 aliança. Isso é, em server com 10 hordas para 1 aliança, o jogador horda precisa ficar 1 semana para jogar 1 vez. Isso não é equilíbrio é preguiça.

O endgame PVE está muito mais interessante que em WotLK. Não é possível matar todos os bosses em 1 dia, como foi em Naxx 2.0! Adeus ao loot free. É preciso conseguir gear em heróicas para começar a raidar minimamente. No papel é ótimo. Para isso, você só precisa esperar 30 minutos, em média, se for um DPS. Pra que trabalhar ou namorar?

Cataclysm traz sensações contraditórias. As áreas antigas de 1 ao 60 estão fantásticas. Se você nunca jogou WoW (tem certeza que você gosta de RPG?) essa é a hora de jogar. Mas as novas regiões não tem nada de especial. Isso já era esperado, porque Cataclysm não é uma expansão: é World of Warcraft 2.0, um recomeço. O endgame, Tol Barad, Deathwing são bônus. Como uma evolução de WoW, Cataclysm é ótima, como uma nova expansão deixa a desejar. Cuidado com Gamon.

Notas (de 1 a 6)
Jogabilidade:
5 (6 para as novas áreas, 5 para Uldum, 2 para Vash’ir)
Gráficos: 5 (Só a água já vale a nota, mas conseguir gráficos bons em um sistema tão antigo é mérito)
História: 5 (O lore está muito mais interessante e dinâmico, interligado às quest e regiões).
Nota Final: 5


Por Fabiano Silva
Equipe REDERPG

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