Sobreviva à Rainha Zero (resenha)

Zero, a Rainha Zero, é a soberana de sua colméia. Não somente sua líder, mas a total razão de sua existência.

O RPG Zero, criado entre a parceria de conteúdo de Lester Smith e a brilhante arte de Steve Stone, apresenta um assombroso futuro para a humanidade onde algo terrível aconteceu e obrigou os restantes humanos a sobreviverem nos subterrâneos.

Mundo
Zero criou a sociedade subterrânea há muitas eras como dito na ambientação e desenvolveu a rede telepática entre todos os membros, estabelecendo a Equanimidade (Equanimity), onde todos obedecem a sua vontade e pensamentos e sensações são coletivos. Através da Equanimidade os humanos, referidos como biomecânicos (biomechs) devido aos implantes, estabelecem contato com todos outros através desta imensa teia psíquica.

Os humanos são concebidos em laboratórios e desde o momento que a primeira célula nervosa surge são imersos psionicamente na Equanimidade com todas as outras mentes. A responsabilidade da procriação, saúde e implantes dos membros da colméia é dos breeders, uma das cinco castas existentes: drone, soldier, technician e archivist, onde cada uma tem seu próprio tipo de implante cibernético para suas funções específicas.

O mundo subterrâneo é imenso e é tudo que resta de nosso planeta, pois as informações estão perdidas ou sendo escondidas. Corredores escuros fedendo a graxa, óleo e gases industriais são os conectores entre as incontáveis áreas da colméia ora muito pequenas, ora com capacidade para muitas construções imensas. A tecnologia biônica é ultra avançada e convive em harmonia com máquinas de mecânicas simples e computadores mais avançados ainda, baseados em cristais e hologramas.

Jogo
A vida nos subterrâneos é dura, cansativa e cruel, mas você está feliz. Você não sente nada, sua vida é confortada por estar na colméia e em servir a Rainha Zero. E é justamente aqui que começam os problemas dos personagens dos jogadores. Por alguma razão sua mente foi desconectada da Equanimidade e você tornou-se uma ameaça para o equilíbrio de tudo, pois isto pode acontecer a outros membros por sua culpa. Você será caçado e exterminado o quanto antes. Corra, pois é a única coisa que lhe resta.

Personagens
A criação de personagens é bastante simples, sendo basicamente definida pela casta escolhida e por um único número em toda a ficha variando de 2 a 10, que determina as Habilidades (Abillities) do personagem e a própria dificuldade de seus rolamentos. Simples e brilhante. Ainda existe uma curiosa rolagem de dado para determinar o nome do personagem, onde os números rolados farão parte do nome.

O mundo de Zero é totalmente psiônico e todos os habitantes da colméia têm telepatia (telepathy) como Habilidade básica. Há também telegnosis, telekinesis, teleportation e telesthesia, e os guarda-costas assassinos de Zero, os cyberkillers, têm habilidades psíquicas mais ofensivas, além de não fazerem parte da Equanimidade e manterem sua própria rede telepática, respondendo apenas à Zero.

Sistema
Sendo simples, ágil e funcional, o sistema de regras de Zero utiliza apenas dois dados de seis lados onde os resultados são multiplicados e comparados ao Focus (para mais ou para menos). E desta forma prática são testadas as habilidades comuns, psíquicas e de combate.

Além
Lançado em 1997 e com apenas 80 páginas, o livro básico ainda traz uma aventura pronta para colocar os jogadores no clima desesperador do jogo.

O autor insiste para que o jogo comece com os jogadores sendo despertados dentro desse pesadelo todo, mas mestres criativos podem inventar muitas outras possibilidades, como uma rebelião dos foragidos (outcasts, os jogadores), a criação de uma nova colméia com outra rainha, infiltração, personagens da casta cyberkiller e o que mais a imaginação permitir.

Zero parece não ter sido um grande sucesso comercial e gerou apenas um suplemento pelo que pesquisei, a aventura Supernumerary.

Notas (de 1 a 6)
– Layout/Arte:
5 (Layout4 / Arte6)
– Texto: 6
– Conteúdo: 4
Nota Final: 5

Dados da publicação original:
Por Gilson Rocha
em 29/04/2008 00:00:00 (1050 leituras)
Republicado em 3/8/2011

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