Saudações, heróis! Por ocasião do lançamento do Réia – Cenário de Campanha, me questionaram no Orkut sobre de onde viria, no cenário, os artefatos e os tesouros dos dragões, uma vez que só teria havido um único grande império no passado do continente de Eurone, no caso, o antigo Império Minosiano? Esse foi um questionamento relevante e, naturalmente, um excelente tema para a nossa coluna mensal.
Primeiramente é bom salientar algo importante: meu objetivo sempre foi fazer do Réia uma linha de livros pequenos, bons, bonitos e baratos. Um cenário com produtos adequados à realidade econômica do jogador brasileiro. Mas isso tem um preço: no primeiro livro acabou entrando apenas o essencial para se jogar, e assim muitos detalhes e aprofundamentos acabaram ficando de fora, para entrar futuramente em outros livros. Por isso faço esta coluna mensal do Réia, não apenas para dar suporte, mas também para oferecer constantemente, material complementar gratuito. Mas voltemos ao tema deste mês…
Antes do Império Minosiano, nós tivemos em Eurone a civilização dos anões, a dos elfos, os povos ancestrais que seguiam a Religião Antiga, as cidades-estado helênicas e suas colônias, e uma civilização anterior a essas cidades-estado, sobre a qual falarei ainda neste artigo.
Mesmos os povos ancestrais da Religião Antiga (equivalente aos celtas do mundo real) já trabalhavam metais preciosos como ouro e prata, de modo que os dragões tinham uma razoável quantidade de “fontes” para amealharem tesouros antes do surgimento do Império Minosiano, lembrando que em Eurone só existem dragões malignos e de que dragões são mais raros que o padrão usual dos mundos de fantasia. Contudo, combate entre dragões e grupos de heróis elfos ou grupos de heróis dos anões não era algo incomum nos tempos anteriores ao Império Minosiano.
Obviamente artefatos em Réia também são mais raros, e o Mestre deve pesar com cuidado em como colocar um e qual colocar em sua campanha. Prefira artefatos menores sempre que possível. Lembre-se sempre que em Réia itens mágicos são mais raros, então pense na mesma proporção em termos de artefatos.
Mas de onde viriam esses artefatos?
A primeira opção são os elfos. Mestres da magia arcana, os artefatos élficos foram trazidos por eles de seu mundo ou plano de origem e seriam exemplares da magia ancestral dessa raça. São amostras de conhecimentos arcanos que foram perdidos com a vinda para Réia e que jazem no mundo ou plano de onde vieram.
A segunda opção seriam os anões e as cidades-estado helênicas. Artefatos dessas duas civilizações seriam dádivas de seus respectivos deuses, dádivas de um tempo lendário, quando não havia a corrupção que depois dominaria as igrejas dos deuses durante o Império Minosiano e nem a religião que clama seguir um deus único e verdadeiro. Alguém já viu o filme “Fúria de Titãs” (Clash of Titans)? Em um mundo como Réia, onde mesmo sendo mais raros ainda assim existem itens mágicos, a espada, o escudo e o elmo de Perseu – dados a ele por seu pai divino – seriam mais poderosos que os do filme. Que tal seu grupo de heróis de nível épico buscar no tesouro de um dragão vermelho grande ancião na Península Tifônica algo como a Espada de Persus (Perseu), o mítico artefato dado pelos deuses ao legendário herói helênico? Uma espada longa de adamante sagrada vorpal +6, a qual concede um bônus de melhoria de +10 em Força? Este é um pequeno exemplo de um artefato menor e de como encaixá-lo no cenário.
A terceira opção seria o próprio antigo Império Minosiano. Em sua fase de decadência, quando a corrupção dominou quase todas as instituições, artefatos malignos, corruptores ou amaldiçoados poderiam ter surgido misteriosamente e estarem por aí, a espera de algum grupo de heróis mais incauto…
A quarta opção seria Sóter. Todas aquelas míticas relíquias associadas a Cristo no mundo real, podem ter sua contrapartida de fantasia em Réia. O Manto de Sóter, Lascas da Cruz, a Lança do Destino, o Cálice Sagrado, etc, seriam artefatos divinos maiores no cenário.
E, por fim, temos a quinta opção… Antes do Império Minosiano e das cidades-estado helênicas, existiu uma poderosa civilização humana que dominou o que atualmente é chamado de Mar Minosiano no cenário: Atlanis. A capital de seu império ficava na ilha hoje conhecida como Kriti, localizada ao sul da Península Helênica, no Mar Minosiano.
Essa civilização era conhecida por sua alta feitiçaria e por possuírem poderes que os outros povos humanos não tinham. Eles se expandiram ao longo de todo Mar Minosiano e criaram colônias por todos os litorais.
Contudo, seu poderio os tornou arrogantes e eles desafiaram os deuses – ou o deus único, segundo os zions – e foram severamente punidos: um grande cataclismo varreu sua civilização do mundo no ano 1630 Antes de Sóter.
Há lendas que contam que os poucos atlanianos sobreviventes ao desastre foram transformados em aberrações e condenados a viver nos subterrâneos do mundo, de onde tramam sua vingança e a corrupção de toda a Criação.
As ruínas das cidades atlanianas estão há muito enterradas e são difíceis de serem encontradas, embora se saiba que todas elas ficavam nos litorais. Contudo, nelas jazem tesouros magníficos e poderosos artefatos nascidos da alta feitiçaria atlaniana.
Réia é um cenário de fantasia medieval épica
criado por Marcelo Telles para o sistema D20
e lançado pela Editora Caladwin
(http://www.caladwin.com/caladwin/reia.mv)
Não percam, no primeiro domingo de cada mês, a coluna mensal de Reia
e participem no nosso fórum do tópico dedicado a Réia
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