As Raças de Isaldar (e ilustração inédita)

Saudações, aventureiros! Nessa coluna vamos tratar rapidamente dos parâmetros usados na elaboração das raças de Crônicas da 7ª Lua. Assim como em outros cenários, as raças básicas descritas no Livro do Jogador foram adaptadas para o cenário fantástico de Isaldar. Esse artigo pretende dar uma visão por “detrás dos bastidores”. De quebra, trazemos com exclusividade uma ilustração do livro feita por Amélia Carvalho para a nova raça do cenário: um yaksha do sexo feminino. Embora no livro a ilustração seja em preto & branco, aqui vocês poderão conferir a arte original colorida!

Todo o trabalho nas raças partiu praticamente da seguinte pergunta: quais raças precisavam de alterações (ou melhor, quais raças os jogadores mais tinham interesse em verem revisadas)? Outra preocupação era descrever as raças de forma fiel à sua mecânica, evitando gerar contradições. Partindo dessas premissas vamos a seguir tentar mostrar em linhas gerais como ficou o resultado aqui neste “making of”.

As primeiras raças elaboradas para C7L foram aquelas consideradas perfeitas do ponto de vista mecânico. Em outras palavras, as raças que apresentavam, ou regras sólidas, ou uma grande aceitação por parte do público d20 em geral. Esse grupo inclui os humanos, os anões, os elfos e os halflings. Mecanicamente, os anões estão para lá de perfeito, sendo quase uma raça com Ajuste de Nível +1. Humanos e halflings igualmente possuam regras bem desenvolvidas, que refletem bem a versatilidade do primeiro e a agilidade (e “manha ladina”) do segundo. Finalmente, os elfos, apesar de aparentarem uma certa deficiência frente às raças acima, possuem uma mecânica direta e muito apreciada pelos jogadores.

Essas três raças foram totalmente trabalhadas apenas em termos cultural ou descritivo. Os humanos de C7L são caracterizados pelo seu amor à tecnologia (representado principalmente pelo poderoso Império Melkhar), mas também são marcados pelas outras raças com a sinistra alcunha de Assassinos dos Deuses. Será tal acusação justificada? Ou mero preconceito das outras raças?

Os elfos tiveram seu aspecto sobrenatural realçado. Os elfos de C7L não são apenas grandes magos, mas também grandes druidas. O domínio dessas duas artes possibilita que habitem o interior de florestas sem a necessidade de agricultura e sem deixar marcas de sua passagem. Fora que a maioria dos animais e criaturas silvestres são seus aliados. Com esse paraíso como lar, porque os elfos apreciam tanto viajar para além de suas bordas? Será verdade que os elfos gostam de manipular os outros povos para matar o tédio de suas existências aparentemente perfeitas?

Os anões tomaram outro caminho em termos de elaboração. Ao invés de partir da descrição da raça (como os elfos acima), os anões de C7L foram feitos puramente com base em sua mecânica de jogo. Em termos de regras, anões são guerreiros estupendos e grandes armeiros. Então por que não elaborar uma civilização anã obcecada com armas e batalhas? Note que isso não quer dizer que anões são bárbaros sedentos por destruição e sangue. Na verdade, eles são uma das civilizações mais complexas e elaboradas da Sétima Lua (da mesma forma que outras culturas bélicas do nosso próprio mundo, como o Japão feudal ou a Índia ou Roma da Antigüidade).

Os halflings ficaram em uma opção intermediária entre as duas abordagens. Tanto aspectos descritivos quanto mecânicos influenciaram no “novo rosto” dos pequenos. Os primeiros aparecem no fato dos halflings de C7L também serem um povo nômade. A razão para isso é que, ao serem transportados para a Sétima Lua, os pequenos não conseguiram reclamar terras para si, em parte devido a fenômenos como a Escuridão. Os aspectos mecânicos foram, nesse caso, a classe ladino (para o qual os haflings são perfeitos). Não sei se já pararam para pensar, mas existe uma coisa que a classe ladino faz muito bem. E não é roubar ou se esconder. Se você adivinhar talvez descubra porque os halflings em Isaldar são um povo que sofre grandes preconceitos, mas, ao mesmo tempo, é bastante temido.

Após o grupo acima entramos nas raças que sofreram modificações mecânicas. Elas são os meio-orcs e os gnomos. Os meio-elfos já foram apresentados a vocês por meio de um preview na edição 118 da revista Dragão Brasil.

Muito bem, primeiramente os meio-orcs. Essa raça sofreu modificações mecânicas secundárias. Eles ainda são os brutamontes dentre as raças básicas. A maior parte das mudanças veio devido à sua herança. Os orcs em C7L eram os senhores de Isaldar, a Sétima Lua. Com a Queda dos Deuses e a vinda das outras raças, os orcs perderam suas terras. Para impedir que Isaldar caísse perante seus antigos inimigos, os orcs passaram parte do seu legado para os meio-orcs, que em C7L possuem uma espécie de sub-cultura própria.

Os gnomos receberam um tratamento especial. Essa raça sempre foi a “lanterninha” das raças básicas. Desde que apareceram no AD&D, os gnomos não recebem um tratamento completo no Livro do Jogador. Ao contrário de raças como anões e elfos, gnomos não possuem um arquétipo forte construído. Ironicamente, o D&D 3.5 conseguiu vir com uma idéia original para os pequenos ao dar-lhes a classe favorecida bardo (ao invés da “subclasse” ilusionista). Uma pena que essa mudança não foi seguida por uma descrição atualizada.

Em C7L os gnomos foram elaborados para serem mestres bardos, mensageiros, sábios e diplomatas. Eles tiveram toda sua descrição e mecânica reconstruída com esses objetivos. A magia bárdica corre nas veias de cada gnomo, sendo representada pela própria língua desse povo, que é um idioma mágico. Os gnomos são uma das grandes raças de Isaldar, possuindo suas próprias e importantes cidades.

Finalmente, C7L conta também com uma raça inédita, os yakshas. Elaborados com base na mitologia indiana, os yakshas vieram para cobrir um espaço tanto de regras quanto em termos de cenário. Seu papel mecânico está no fato de serem uma raça voltada principalmente, mas não exclusivamente, para a classe clérigo (a única das quatro classes básicas – guerreiro, ladino, clérigo e mago – que ainda não possuía uma raça favorecida no Livro do Jogador). Os yakshas são uma raça devota e espiritual, sempre fiel aos comandos dos deuses. Dada a situação única e peculiar da religião em C7L, os yakshas servem para realçar as questões em volta da Queda dos Deuses, mostrando um exemplo de como uma civilização lidaria com tal cataclismo.

Aguardem a próxima coluna, que falará dos meio-elfos. Ela trará a versão completa e revisada (após playtests) da raça, da forma como estará no livro básico de Crônicas da 7ª Lua!

Texto por Tzimice
Ilustração de Amélia Carvalho
Equipe C7L
Comunidade do C7L no Orkut
www.orkut.com/Community.aspx?cmm=8784780
Setor do C7L no Fórum da REDERPG
https://www.rederpg.com.br/wp/forum/c7l/

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