Réia: Notas de criação do cenário VI

Por que diabos o “Império Romano” ficava na “França”?

Saudações, heróis! É com grande alegria que, após meses de interrupção por conta do trabalho com a DB, eu retomo a produção do Réia. Para marcar essa retomada do trabalho, estou voltando com esta coluna mensal “Réia: Notas de criação do cenário”. No primeiro domingo de cada mês nos encontraremos aqui, onde continuarei dividindo com vocês todo o processo de desenvolvimento deste cenário épico.

O tema de hoje, conforme o título acima indica, é sobre uma das diferenças mais marcantes do Réia em relação à Europa histórica: a localização do império equivalente ao Império Romano.

Antes de qualquer coisa, é importante sempre frisar: Réia NÃO é um “Carlos Magno d20”. Ele é a recriação livre do Período Carolíngio em um mundo de fantasia. Ou seja, ele estaria para este período, da mesma forma que o RPG 7h Sea da Alderac estaria para a época histórica do gênero capa-e-espada e da pirataria romântica. O objetivo do Réia é trazer para o d20 um cenário épico de cavalaria e magia, não ensinar História. Entretanto, ele proporcionará uma diversão extra àqueles que são versados nessa disciplina, pelas inúmeras referências ao Período Carolíngio – na qual ele se inspira – e à mitologia greco-romana. Inclusive, este será o tema da coluna de fevereiro: as referências históricas e mitológicas.

Em Réia, o equivalente ao Império Romano, o Antigo Império Minosiano, nasceu na região equivalente à França em vez da Itália. Eu tenho que confessar a vocês uma coisa de cara: sim, inicialmente, isso foi uma mera idiossincrasia de minha parte. Assim como colocar “Minos” como título dos imperadores, no lugar de César (não se preocupem, no passado de Réia existe o equivalente à ilha de Creta, apenas o rei mitológico não tem exatamente o nome ou título de Minos). Eu o coloquei ali, porque Réia pegou alguns elementos de outras idéias que eu tinha, assim como o Crônicas da 7ª Lua se originou de uma outra idéia minha de cenário. Mas por um desses mistérios do game designer, isso acabou fazendo muito sentido e deu ao Réia a desvinculação que ele precisava do passado histórico real no qual ele se inspira. Explico…

Quando eu estava bolando o mapa, a primeira coisa que me veio à cabeça foi tirar a “bota” da Itália e colocar no lugar a cabeça de um dragão (que inclusive, representa o pai de todos os dragões, vejam na coluna do mês que vem). Eu achei genial isso, pois era o mapa da Europa, mas a cabeça de dragão no lugar da bota indicava que obviamente era uma versão de fantasia, dando um charme especial ao continente de Eurone (além de dar alguns ganchos muito interessantes). E depois “elevei” a região oeste da França, colocando uma cadeia de montanhas e localizando ali o principal reino dos anões. Essas foram as duas únicas mudanças geográficas que fiz, em relação ao mapa da Europa verdadeira.

Pois bem, a Península Tifônica, como foi chamada a cabeça de dragão, passou a ser o principal reduto de dragões no cenário, uma região obviamente perigosa e pouco povoada. Ali não vingaram povoações, colônias e, muito menos, poderia ter surgido um império de mil anos. Além disso, no meio do continente, temos um grande reino dos anões e dois reinos florestais dos elfos. Assim, ao invés do equivalente ao Mediterrâneo (chamando no cenário de Mar Minosiano) ter sido o principal meio de comércio, por causa dos dragões, em Réia o comércio do continente de Eurone era principalmente terrestre, por causa dos dragões que ameaçavam uma região considerável do Mar Minosiano, e porque negociar com anões e elfos era mais perto e sua produção tão atraente quanto a do oriente.
Ou seja, o que nasceu como uma mera idiossincrasia, no final deu certo e fez sentido para o cenário, além de “libertar” Réia de alguma possível “obrigação histórica”.

Vocês encontrarão a “História” em Réia a todo o momento, mas ele não é um cenário histórico, no sentido exato do termo. Tenham sempre em mente que ele é, antes de tudo, um mundo de fantasia para vocês terem a liberdade de viverem aventuras épicas e inesquecíveis.

Réia é um cenário de fantasia medieval épica
criado por Marcelo Telles para o sistema D20.
Não percam, no primeiro domingo de cada mês, a coluna mensal
Réia: Notas de Criação do Cenário,
em que o autor fala do desenvolvimento desse novo cenário,
e participem no nosso fórum do tópico dedicado a Réia
https://www.rederpg.com.br/wp/forum/reia/
e da comunidade oficial do cenário no Orkut
www.orkut.com/Community.aspx?cmm=8782566

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