Alunos jogam RPG para aprender mais

São Paulo – Um professor dificilmente poderá levar seus alunos para a floresta amazônica ou para as ruínas incas no Peru. Projetá-los para épocas remotas então, seria impossível. Mas numa sala de aula onde o professor sabe contar histórias e propor desafios aos alunos tudo isso se torna viável – e útil ao aprendizado.

As aventuras pelo tempo e espaço saíram dos círculos de jogadores de RPG (Role Playing Game, algo como jogo de representação, em inglês) e, nas mãos de pedagogos e pesquisadores, tornaram-se metodologia de ensino para crianças e adolescentes em várias escolas do País. Não há ganhadores, perdedores ou fases preestabelecidas no jogo.

No RPG, constrói-se uma história em grupo. Escolhe-se um tema e um mestre. Cada jogador é um personagem e juntos eles têm de procurar alternativas para resolver as situações propostas. Nas escolas, os desafios envolvem matemática, geografia, história, português, entre outros.

O próprio ministério já entrou no mundo do RPG e distribuiu às escolas, no início deste ano, 420 mil kits contendo uma revista com um jogo baseado no livro

Para o pedagogo Luís Martins, autor de uma dissertação de mestrado na Unicamp que investigou a aplicação do RPG na educação, o jogo estimula a interação social. “Outra coisa positiva é o estímulo à leitura e à pesquisa”, completa.

A professora Rosângela Basilli Mendes considera execelentes os resultados do uso do jogo na sala de aula. Há dois anos, ela utiliza as histórias uma vez por semana.

Luiz Henrique de Queiroz, de 10 anos, concorda. “Quando comecei, não sabia ler direito. Agora sei ler e escrever porque a gente batalha para resolver as coisas no jogo. Estou mais inteligente”, diz.

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Fonte: O Estadão
Matéria publicada em: 07/agosto/2004
Scooper: Tzimisce

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