O Lúdico e a construção do Conhecimento

O que aconteceu no II Simpósio RPG & Educação

Com o objetivo de disseminar o uso dos RPGs como ferramenta paradidática e promover a troca de experiências entre profissionais de ensino, jogadores e game designers, a Ludus Culturalis, em parceria com a Devir e a prefeitura da cidade de São Paulo, organizou a segunda edição do Simpósio RPG & Educação, no Centro Cultural São Paulo. A partir do tema “O Lúdico e a construção do Conhecimento”, foram realizadas oficinas, palestras e mesas-redondas durante três dias consecutivos, no final do mês de março. Desvinculado do Encontro Internacional de RPG, o simpósio deste ano foi transferido para um centro cultural com o objetivo de fornecer uma melhor estrutura para o público e os palestrantes.

Da mesma forma que ocorreu no simpósio anterior, os participantes que ainda não haviam jogado RPG tiveram a oportunidade de fazê-lo na oficina “O que é RPG?” , coordenada por Carlos Eduardo Lourenço, autor da aventura “O Resgate dos Retirantes” da linha Mini-GURPS, que foi lançada durante o evento. Na oficina “Criando uma aventura paradidática”, dividida em três partes e coordenada por Luiz Ricon, foram apresentados métodos de criação de aventuras para serem utilizadas em sala de aula.

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Na mesa redonda “O RPG em sala de aula: duas experiências”, as professoras Rosangela B.B. Mendes e Vivien Morgato relataram suas experiências sobre o uso de Role Playing Games com alunos do ensino fundamental e dos resultados positivos que vem sendo alcançados. Ambas concordam que o uso de ferramentas lúdicas em sala de aula facilita o processo de aprendizado e aumenta o interesse e a participação dos alunos. Já na palestra “O lúdico e o desenvolvimento da personalidade”, ministrada por Antônio Fernando Stanziani, do Instituto Palas Athenas, foi enfocada a utilização do jogo do ponto de vista psicológico.

Um dos eventos mais concorridos foi a mesa redonda “O teatro épico do improviso”, que apresentou aos participantes os Live-Actions. O destaque ficou por conta de Lúcio N. Pimentel, autor de “O Navio Fantasma”, que falou de sua experiência no live “Ao vencedor as batatas”, passada na corte de Pedro II e que gerou um livro com as regras e descrição dos personagens, que foi posteriormente adaptado na forma de uma edição do Jornal do Commercio do século XIX quando a aventura foi apresentada para alunos de um colégio particular do Rio de Janeiro.

A ilustradora Eliane Bettochi, na palestra “O Beholder: olhos críticos sobre a Imagem no RPG”, apresentou sua pesquisa sobre os elementos gráficos presentes nas ilustrações de jogos nacionais, que resultaram numa dissertação de mestrado pela PUC-RIO. Na seqüência, Carlos Klimick, um dos autores de “O Desafio dos Bandeirantes”, abriu a mesa redonda “RPG e formação de cidadãos integrados à Sociedade”, falando sobre suas pesquisas de utilização de Role Playing Games por alunos do Instituto Nacional de Educação de Surdos para facilitar o processo de aprendizado do português e da Libras (língua brasileira de sinais). Nesta mesma mesa redonda, George Barcart, do Instituto Palas Athenas, apresentou projetos direcionados ao desenvolvimento da cultura da Paz e Paula Santoro, do Instituto Pólis, apresentou o jogo desenvolvido para auxiliar no ensino de itens como o plano diretor das cidades.

Encerrando a segunda edição do simpósio, Eliane Yunes e Sônia Rodrigues, doutoras pela PUC-RIO, apresentaram a mesa redonda “Tradição Oral, Literatura e RPG”, onde foi destacada a importância do domínio da leitura e da escrita para se acessar o universo lúdico que os RPGs oferecem e que estes, assim como o cinema e a TV, utilizam-se da Literatura como fonte criativa e de subjetividade.

Marcos Archanjo
Cedido à Equipe REDE RPG

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